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Equívoco reconhecido, diz Danilo Cabral sobre apoio a impeachment de Dilma

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/06/2022 17h02Atualizada em 08/06/2022 17h07

Pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, o deputado federal Danilo Cabral afirmou que o partido cometeu um "equívoco histórico" quando decidiu apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016.

Durante sabatina promovida pelo UOL/Folha, Cabral disse ter se arrependido de votar em favor da deposição de Dilma, embora ressalte que esse é um assunto que já está "completamente superado".

"Essa é uma questão completamente superada. O PSB já externou publicamente, a direção nacional inclusive, que houve, sim, um erro, um equívoco histórico do PSB na condução do processo de impeachment", afirmou ele, que deixou o cargo que ocupava à época para retornar à Câmara dos Deputados e votar pela saída dela.

Segundo Danilo Cabral, é necessário deixar esse tema para trás, pois o atual cenário exige que seja consolidada uma "frente ampla" com partidos progressistas para superar o atual cenário político do país. Na sabatina, o parlamentar destacou que "o passo mais importante" para a construção dessa aliança foi dada pelo próprio PSB ao indicar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por fim, ao ressaltar que essas desavenças com o PT foram "superadas", ele pontuou que, enquanto deputado federal, ele votou alinhado com "esse conjunto político" em temas como a Reforma da Previdência e contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Teto de Gastos, por exemplo.

Embora Danilo Cabral ressalte que o apoio do PSB ao impeachment de Dilma Rousseff seja página virada e não deva atrapalhar a aliança firmada pela sigla com o PT, no âmbito estadual, uma ala do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco tem se mostrado resistente a apoiar sua candidatura e, em uma demonstração de racha, publicou manifesto em apoio à pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes, do Solidariedade.

Batizado de "oPTei Marília", o manifesto lembra justamente o fato de que parte do PSB votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e acusou a sigla de usar "o mais puro antipetismo de direita" nas eleições municipais do Recife em 2020, quando Marília, então filiada ao PT, foi derrotada por João Campos (PSB) no segundo turno.

Oficialmente, o PT local já anunciou apoio a Danilo Cabral e indicou a deputada estadual Teresa Leitão como pré-candidata ao Senado na chapa, movimentações feitas com aval do ex-presidente Lula.

O que diz a pesquisa mais recente

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio aponta a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) à frente na corrida eleitoral para o governo de Pernambuco, com 28,8% das intenções de voto em um dos cenários na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) aparece na sequência, com 16%, seguida pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), com 13,6%, e pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), com 12,1%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos empatam tecnicamente.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) tem 7,1%, empatando tecnicamente com Ferreira. O advogado João Arnaldo (PSOL) aparece com 1,3%, e o historiador Jones Manoel (PCB), com 0,7%, também tecnicamente empatados.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 13,5%, e aqueles que não souberam ou não responderam, 7%.

Calendário das sabatinas em Pernambuco

  • 09/06 - 10h - Raquel Lyra (PSDB)
  • 09/06 - 16h - Jones Manoel (PCB)
  • 10/06 - 10h - Anderson Ferreira (PL)
  • 10/06 - 16h - João Arnaldo (PSOL)