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Fernando Haddad diz que tinha divergências, mas se dava bem com Alckmin

06.jun.2022 - O pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo nas eleições 2022, Fernando Haddad (PT-SP), participa na noite desta segunda-feira (6) do programa Roda Viva, na TV Cultura - ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
06.jun.2022 - O pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo nas eleições 2022, Fernando Haddad (PT-SP), participa na noite desta segunda-feira (6) do programa Roda Viva, na TV Cultura Imagem: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

06/06/2022 22h29Atualizada em 06/06/2022 22h58

O pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) declarou hoje que quando era prefeito tinha divergências com o então governador do estado Geraldo Alckmin (PSDB à época), mas que sempre se deu bem com o político.

A declaração de Haddad foi concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, e se relaciona com a união entre o ex-PSDB, hoje do PSB, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa para disputar a presidência no pleito deste ano. Os partidos já foram rivais históricos nas eleições brasileiras.

Eu posso tratar [sobre os governos anteriores do PSDB]. Eu não tenho nenhum problema, inclusive eu tenho uma relação pessoal com Alckmin bem conhecida, e quando eu fui prefeito, me dei muito bem com ele enquanto governador. Nós tínhamos divergência, mas sabíamos construir juntos e construímos muita coisa. Ele próprio reconhece isso e eu também. Não é de agora que eu estou falando isso. Fernando Haddad (PT) no Roda Viva

Para o petista, a relação dele com o Alckmin é um "padrão de política que vale a pena adotar no Brasil". Ele ainda aproveitou para criticar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve disputar a reeleição ao Palácio do Planalto.

"Eu falo isso há 10 anos, que é possível construir com o Alckmin, que nós tivemos divergências, mas que foi possível na área da cultura, habitação, nós construirmos muitas coisa juntos e acho que é um padrão de política que vale a pena adotar no Brasil. Um padrão de política diferenciado e não o que nos estamos vivendo hoje, inclusive no plano federal, que não tem ambiente para construir absolutamente nada. Só se fala em destruição no Brasil."

O ex-prefeito de São Paulo lidera as intenções de voto para o governo do estado de São Paulo, segundo levantamento feito pelo Paraná Pesquisas entre os dias 22 e 26 de maio. Ele aparece com 28,6%. O petista é seguido pelo ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que é apoiado por Bolsonaro, e pelo ex-governador Márcio França (PSB), que estão tecnicamente empatados em segundo lugar, respectivamente com 17,9% e 17,7%.

Críticas a Doria

Apesar dos elogios ao ex-PSDB e minimizar as críticas dos governos tucanos, Haddad alfinetou a gestão de João Doria (PSDB) no estado de São Paulo. Doria iria concorrer à Presidência, mas desistiu no fim do mês passado após a pressão de seu partido para que ele desistisse de sua pré-campanha.

"O que aconteceu no governo Doria é uma coisa bem diferente do que aconteceu nos governos tucanos. Acho que o Doria fez uma inflexão antipopular, não é antipopulista, eu acho que custou caro ao PSDB a ponto dele, que era uma pessoa naturalmente candidata à presidência da República por governar o maior estado da federação, se inviabilizou completamente à luz do governo que ele manteve em SP."

O ex-prefeito também destacou algumas indisposições que Doria teria provocado na gestão dele no estado e declarou que não haver nenhuma categoria que se sinta representada pelo governo do tucano.

"Não é uma questão de não lembrar as críticas que fizemos no passado aos governos do PSDB, mas nos também temos que distinguir o que aconteceu no governo passado do que aconteceu sob o Doria. Ele se indispôs com o empresariado, trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos, quer dizer, você não vê uma única categoria ou segmento social que se sinta contemplada."