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Haddad: Bolsonaro 'vai espernear' se perder, mas sem condições de dar golpe

Fernando Haddad em sua casa, durante entrevista à Folha - Marlene Bergamo/Folhapress
Fernando Haddad em sua casa, durante entrevista à Folha Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

26/05/2022 08h43

O pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT), ex-prefeito da capital paulista, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá "espernear" ao fim das eleições, caso perca em outubro, mas ressaltou que ele não tem condições de aplicar um golpe. Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.

[Bolsonaro] Vai espernear, mas ele não tem condições externas e internas de manter um regime de força aqui. Até porque são oito milhões de universitários hoje no Brasil. No golpe de 1964, eram 200 mil e, em geral, da elite. Hoje tem uma massa crítica na universidade de outra natureza. Ele vai conflagrar o Brasil? Fernando Haddad, em entrevista ao jornal "O Globo"

"A democracia vai ser defendida com unhas e dentes. Ele vai fazer o que o Trump fez, piorado. Se nos Estados Unidos, onde a democracia é mais consolidada, houve cinco mortes, aqui pode ser pior. Mas não vai ser bem-sucedido. Não vai acontecer o mesmo de 1964", acrescentou.

Sobre os seus adversários ao Palácio dos Bandeirantes, Haddad ironizou ao dizer que que Rodrigo Garcia (PSDB) é tão tucano quanto o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas é paulista.

"Não existe isso. O Rodrigo nunca foi tucano. Sempre foi linha auxiliar dos tucanos porque eles ganhavam eleição. E o Tarcísio nunca foi paulista, nunca morou em São Paulo. O Tarcísio vai tentar o voto bolsonarista mais cego. Não sei qual é a estratégia do Rodrigo. Até porque ele é um ser em construção. Não sabemos o que quer ser quando crescer", ressaltou.

Pesquisa Real Time Big Data contratada pela TV Record e divulgada na última segunda-feira (23) apontou o ex-prefeito Fernando Haddad à frente na corrida eleitoral para o governo do estado de São Paulo, com 29% das intenções de voto na pesquisa estimulada — quando o entrevistado recebe uma lista com os nomes dos pré-candidatos.

Em segundo lugar, aparecem empatados numericamente o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-ministro do governo Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), com 15% cada, no cenário testado com mais pré-candidatos.