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Neves promete criar gabinete integrado para polícias e repactuar dívida

Henrique Sales Barros e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/05/2022 11h20Atualizada em 18/05/2022 11h54

Rodrigo Neves (PDT), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, criticou a atual situação da segurança pública no território fluminense, prometeu promover integração e inteligência entre as polícias e disse ser necessário renegociar a dívida do estado com a União.

"É preciso integrar as agências de segurança pública. Hoje, o Rio não tem uma agência estadual, uma secretaria, que faça a interface com a Polícia Federal, com as Forças Armadas", disse Neves em sabatina promovida pelo UOL em parceria com a Folha de S.Paulo.

"É preciso ter uma agência [de segurança pública] que faça a relação com o poder público local. Todas as experiências demonstram que a participação do poder público local é muito importante", afirmou, citando casos como os de Medellín (Colômbia) e Nova York (Estados Unidos).

"O estado do Rio de Janeiro precisa tratar as populações nas favelas como cidadãos. É evidente que é uma tragédia, ter uma ação no Jacarezinho com 28 mortos, inclusive um policial. Isso revela o despreparo do atual governo para promover uma segurança pública de qualidade", afirmou.

"Temos que ter um plano de policiamento integrado no Rio de Janeiro, com base na mancha criminal. Isso simplesmente não existe no Rio, e nós fizemos isso em Niterói."

Ele defendeu as câmeras nas fardas para "proteger o bom policial" e "separar o joio do trigo".

"A imensa maioria dos policiais é constituída por gente séria. O problema das milícias é um que precisa ser enfrentado, como enfrentei em Niterói, e fui ameaçado", afirmou.

Dívida pública

Para o pedetista, é necessário fazer uma renegociação da dívida que o Rio tem com a União. "Vamos ter que fazer uma repactuação com o próximo presidente com a repactuação fiscal. Sem ela, o Rio teria quebrado. E nós temos que fazer o nosso dever de casa, de reestruturar as contas públicas."

Mas para ele isso deve passar por um aumento da receita. "Tem condições de melhorar, sem aumentar imposto, a receita tributária do Rio de Janeiro. Agora: hoje, as barreiras fiscais são controladas especialmente pela Secretaria de Governo, e não pela Secretaria de Receita da Fazenda. Isso é uma vergonha."

Metrô e trens

Transporte público também foi um tema abordado na entrevista. O pré-candidato afirmou que não deve haver aumento de tarifa, disse, chamando o transporte no Rio de "tragédia".

"O trabalhador da Baixada Fluminense, da zona oeste, leva três horas para chegar à zona sul do Rio. É evidente que o estado precisa tratar da questão do transporte público como uma questão de estado", afirmou, citando a necessidade de retomar obras do metrô da Gávea, por exemplo.

"Falta investimento na infraestrutura da linha férrea. Há pontos que estão ocupados pelo crime, as pessoas estão roubando os cabos de energia dos trens. O Rio de Janeiro é o estado mais metropolizado do Brasil, e 80% dos 17 milhões de habitantes do Rio vivem concentrados em 20% do território. É possível você integrar esse território com uma malha de transportes que melhore a qualidade de vida e aumente a competitividade da economia."

A entrevista aconteceu ao vivo e contou com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores foram Kennedy Alencar e Chico Alves, colunistas do UOL, e Italo Nogueira, repórter da Folha.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, há um empate técnico na liderança entre o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o atual governador, Cláudio Castro (PL).

O terceiro lugar traz oito candidatos tecnicamente empatados: Anthony Garotinho (União), com 7%; Rodrigo Neves, com 5%; Eduardo Serra (PCB), com 4%; General Santos Cruz (Podemos), também com 4%; Cyro Garcia (PSTU), com 3%; André Ceciliano (PT), com 2%; Felipe Santa Cruz (PSD), com 2%; e Paulo Ganime (Novo), que tem 1% das intenções de voto.

A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Calendário das sabatinas no Rio

  • 18/5 - 16h - Anthony Garotinho (União)
  • 19/5 - 10h - Eduardo Serra (PCB)
  • 19/5 - 16h - Cyro Garcia (PSTU)
  • 20/5 - 10h - Marcelo Freixo (PSB)
  • 20/5 - 16h - Cláudio Castro (PL)

Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul.