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Maierovitch: Não adianta ter 'eleições desarmadas' seguidas de golpe armado

Colaboração para o UOL

17/05/2022 08h52Atualizada em 17/05/2022 16h27

O jurista e colunista do UOL Walter Maierovitch disse, durante o UOL News hoje, que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) precisa se posicionar mais ativamente sobre violações eleitorais que seriam cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Não adiantar ter 'eleição desarmada' seguida de golpe armado, de força. O tribunal precisa agir. O tribunal demora, assiste passivamente violações, não só ao calendário, mas à legislação eleitoral, e silencia", avaliou o colunista do UOL.

Maierovitch se refere a uma declaração do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, no último dia 12, sobre as eleições serem de responsabilidade das 'forças desarmadas'.

"Quem trata de eleições são as forças desarmadas. Portanto, as eleições dizem respeito à população que, de maneira livre e consciente, escolhe seus representantes", disse Fachin. "Diálogo, sim. Colaboração, sim. Mas na Justiça Eleitoral, quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral."

Entidades repudiam ataques de Bolsonaro ao TSE

Em reunião ontem com o ministro Edson Fachin, a "Coalizão para a Defesa do Sistema Eleitoral" entregou uma carta repudiando os constantes ataques que o presidente Jair Bolsonaro "e seus seguidores vêm desferindo contra o processo eleitoral brasileiro". O grupo é composto por mais de 20 organizações da sociedade civil.

Walter Maierovitch definiu a manifestação como "importantíssima". "Mostra que a sociedade civil está atenta e postula providências junto aos órgãos competentes. Quando existe a sociedade civil que se mobiliza e provoca, pede providências e se solidariza com o sistema democrática, o tribunal tem que dar providências, apurar".

O jurista ainda afirma que o presidente Jair Bolsonaro indica, a todo momento, que planeja um golpe de Estado. "Indicativos, presunções, apontam que o Bolsonaro prepara, o tempo inteiro, um golpe. Basta ver qualquer frase dele. São frases deslocadas do Estado de Direito, da democracia", avaliou o colunista.

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