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Pacheco enaltece sistema eleitoral após Bolsonaro falar em pedir auditoria

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco - Marcos Oliveira/Agência Senado
Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Colaboração para o UOL, em Maceió

05/05/2022 22h58

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enalteceu o sistema eleitoral brasileiro, pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer novos ataques às urnas eletrônicas e informar que pediu ao seu partido para contratar uma empresa externa para fazer auditoria "antes das eleições" de outubro deste ano.

Em seu perfil no Twitter, Pacheco afirmou que o país tem um sistema eleitoral que, em 25 anos de existência, jamais apresentou qualquer fraude ao longo das 18 eleições realizadas com as urnas eletrônicas.

"Temos um sistema eleitoral que, em 18 eleições ao longo de 25 anos desde a implementação das urnas eletrônicas, não registrou nenhum caso de fraude. As urnas eletrônicas sempre foram motivo de orgulho para nós brasileiros. Elas são testadas, aferidas e confiáveis", escreveu.

Rodrigo Pacheco destacou que as eleições gerais marcadas para acontecer em outubro serão realizadas dentro da normalidade, com segurança e transparência. Ainda, o parlamentar ressaltou que as Forças Armadas "certamente irão incentivar a votação pelo sistema eletrônico, reconhecendo a importância da lisura do processo eleitoral e a confiabilidade das urnas".

"As Forças Armadas têm o papel fundamental, previsto na Constituição, de defesa da pátria. E esse papel envolve a preservação do Estado de Direito da democracia e das instituições, inclusive da Justiça Eleitoral", completou.

Bolsonaro diz que PL fará auditoria nas urnas

Durante live nas redes sociais hoje, Jair Bolsonaro disse que informou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para o partido contratar uma empresa externa a fim de fazer auditoria "antes das eleições". O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já faz uma auditoria antes, durante e depois da votação, e partidos políticos podem participar de todo o processo.

Segundo Bolsonaro, a auditoria feita por uma empresa externa é para que as eleições fiquem "livres de qualquer suspeita e de interesse externo, mas ela pode falar que é impossível auditar e não aceitar fazer o trabalho, olha a que ponto nós vamos chegar".

Na live, o presidente voltou a fazer ataques contra as urnas eletrônicas, mas, como nas ocasiões anteriores, o mandatário não apresentou nenhuma prova que corrobore suas queixas.

Hoje, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou um ofício ao presidente do TSE, ministro Edson Fachin, pedindo à Corte que divulgue os questionamentos e sugestões das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral.

As perguntas mantêm a mesma linha do discurso de Bolsonaro, que tem colocado em dúvida, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas e feito afirmações sobre a suspeição da atuação da Corte no processo eleitoral.

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Em outubro, o TCU (Tribunal de Contas da União) emitiu um relatório técnico reforçando que as urnas são seguras e auditáveis, e que a impressão do voto traria riscos e exigiria recursos que não estão disponíveis atualmente na Justiça Eleitoral.