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'Lula calado é um poeta': Estadão e O Globo criticam falas do petista

Lula discursa em ato do Dia do Trabalhador na praça Charles Müller em São Paulo - André Porto/UOL
Lula discursa em ato do Dia do Trabalhador na praça Charles Müller em São Paulo Imagem: André Porto/UOL

Colaboração para o UOL

05/05/2022 15h55Atualizada em 05/05/2022 15h55

Os jornais O Estado de S.Paulo e O Globo publicaram editoriais hoje criticando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Planalto, após falas polêmicas nas últimas semanas.

Com o título "Lula calado é um poeta", o periódico paulista diz que o petista parece ter uma "cota de besteiras" para dizer. "É impressionante. Não é à toa que o principal foco de crises em seu comitê de campanha seja a área de comunicação".

O Estadão cita como exemplo de "desatino" - como define as falas - as críticas que Lula fez ao presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, o responsabilizando parcialmente pela guerra contra a Ucrânia. A declaração, feita em entrevista à revista norte-americana "Time", causou uma resposta do governo ucraniano.

"Lula trata como simétricas as posições da vítima e do agressor, o autocrata russo Vladimir Putin, um despautério que não tem o respaldo de nenhum líder democrático no mundo", diz o jornal.

Lula está desorientado, afirma O Globo

No texto publicado pelo jornal O Globo, o ex-presidente Lula é descrito como um "desorientado com a cena global", também em referência à entrevista dada pelo petista à Time.

"Negou-se a chamar o venezuelano Nicolás Maduro de ditador e afirmou que o ucraniano Volodymyr Zelensky era tão culpado quanto Vladimir Putin pela guerra na Ucrânia. São dois absurdos", diz o jornal fluminense.

O Globo também lembra da declaração de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostar de gente, mas gostar de policial. No dia seguinte, após pressão até de aliados, o petista pediu desculpas em um evento durante o Dia do Trabalhador.

"Com o lançamento da pré-campanha, é esperado que Lula e os demais candidatos de oposição apresentem com clareza e detalhes suas propostas para os desafios do Brasil", cobra o editorial.

O Estadão, em um tom mais incisivo, diz que, se o ex-presidente continuar com esse tom, o Brasil sentirá saudades da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Malgrado o desastre de seu governo, ainda era possível achar graça nas bobagens de Dilma. Com Lula, não há graça nenhuma."

Lula lidera e distância de Bolsonaro é de 4,8 pontos

Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, contratada pela corretora BGC Liquidez e divulgada ontem, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente nos dois cenários testados para o primeiro turno das eleições presidenciais. No principal cenário, o petista tem 40% das intenções de voto na pesquisa estimulada —quando é apresentada a lista com os nomes dos pré-candidatos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo lugar, com 35,2%.

A diferença do petista para o atual presidente é de 4,8 pontos percentuais. Por conta da margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, entretanto, a diferença pode ficar entre 0,4 e 9,2.

Em terceiro lugar estão o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), com 7,4% e 3,2%, respectivamente. Os dois empatam tecnicamente na margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.