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Colombo critica frente progressista de Lula e defende desmilitarização

Pedro Vilas Boas e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL

05/05/2022 16h44Atualizada em 05/05/2022 17h20

O comunista Gabriel Colombo criticou hoje, durante sabatina UOL/Folha, as alianças amplas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Na avaliação dele, que como Haddad é pré-candidato ao governo de São Paulo, esses apoios não representam a esquerda.

"Nem eles [Lula e Haddad] se apresentam [como de esquerda]. Eles se colocam como frente ampla, progressista. Se a gente pega o discurso de Lula para centrais sindicais, ele fala em sentar na mesa de negociação com os patrões", diz ele, que cita que "direitos dos trabalhadores vão ser rifados".

Colombo diz que a aliança do ex-presidente com Geraldo Alckmin (PSB), que vai compor sua chapa como vice, já no primeiro turno foi equivocada. "Era possível fazer a frente de esquerda colocando o programa de esquerda no primeiro turno e, no segundo turno, colocar como tarefa central derrubar Bolsonaro nas urnas", afirma.

O pré-candidato do PCB diz que Haddad apresenta mais elementos do liberalismo do que Lula. "A primeira aliança de um petista com Alckmin se deu em São Paulo, em 2013. Nas primeiras manifestações de junho, quando eram legítimas, contra o aumento das passagens e do custo de vida, ele [então prefeito de São Paulo] ficou ao lado de Alckmin [então governador] para defender repressão a essas manifestações."

Desmilitarização da polícia

Questionado sobre as prioridades em relação à segurança pública, o pré-candidato defende uma "desmilitarização" da Polícia Militar.

"Quem é penalizado, sobretudo com a ação policial, é a classe trabalhadora e seus segmentos mais precarizados. A Polícia Militar não cumpre o papel de garantir segurança pública. Aumenta o aparato de equipamento da Polícia Militar, mas ninguém se sente seguro", afirmou.

Para ele, há que se preparar os bairros para fazer defesa comunitária e "ter um controle maior do bairro para ter vigilância que não tenha essa ostensividade da polícia que chega desrespeitando, assassinando".

Além disso, defendeu que há terras para fazer reforma agrária no estado. "Há um levantamento de um professor de geografia da USP baseado no Censo de 2006 de que há 5 milhões de hectares de terras improdutivas. Terras improdutivas são aptas para reforma agrária. Então tem terra para isso".

"As grandes propriedades do agronegócio, eles não produzem ou produzem muito pouco para mercado interno e já funcionam em lógica de preços dolarizados. Então isso é um absurdo", acrescentou.

Próximas sabatinas em SP

  • Altino de Melo (PSTU) - 06/05 - 10h
  • Fernando Haddad (PT) - 06/05 - 16h

O que diz a pesquisa Datafolha

O ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) lidera a intenção de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.

O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6%, respectivamente.

Vinicius Poit e Felicio Ramuth (PSD) têm 2% cada um. Abraham Weintraub (PMB) e Altino Junior (PSTU) marcam 1%. Todos estão empatados dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Gabriel Colombo (PCB) não aparece entre os nomes da lista apresentada aos entrevistados.

O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril, com margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189/2022.