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Propaganda do PSDB na TV destaca Doria como 3ª via e compara PT a Bolsonaro

João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo - Divugalção/Governo do Estado de São Paulo
João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo Imagem: Divugalção/Governo do Estado de São Paulo

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

25/04/2022 16h23

A primeira inserção do PSDB na propaganda partidária nacional que será veiculada a partir de amanhã (26) destaca o pré-candidato à Presidência da República pela sigla, João Doria, como a melhor opção da chamada "terceira via" —bloco político que pretende se contrapor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.

"Teve gente que votou em Bolsonaro para tirar o PT. Agora, tem gente que acha que o PT é a solução para tirar Bolsonaro. Quando você escolhe um só para tirar o outro, o resultado é sempre o mesmo", diz a narração do vídeo lançado hoje pela sigla.

A peça de 30 segundos se dirige a quem "já bateu panela", em referência às manifestações realizadas durante a veiculação de programas partidários durante os governos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e de Bolsonaro. "Com PSDB e João, você tem opção", afirma a sigla tucana.

A divulgação ocorre três dias depois de o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), divulgar carta em que declara apoio a Doria. Apesar de ter perdido as prévias para o presidenciável em novembro, Leite vinha atuando em campanha paralela para ser candidato ao Palácio do Planalto.

"É com otimismo que recebo a manifestação pública do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, uma expressiva liderança do nosso partido. O gesto de reconhecimento de Eduardo é prova de coerência e bom senso", disse Doria em resposta à carta.

João Doria repaginado

Constante alvo de críticas de opositores pela postura considerada "elitista", o ex-governador de São Paulo se apresenta de maneira mais informal e intimista no vídeo do PSDB: "Comida no prato, emprego e dinheiro no bolso. É disso que o Brasil precisa. E é possível... É possível fazer, sim", diz Doria, trajando uma polo branca, numa escadaria.

Em baixa nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, Doria deverá voltar a se apresentar como o filho de um nordestino que foi exilado pela ditadura militar como estratégia eleitoral este ano.

"A questão da imagem pessoal é o desafio. Ele é um homem de sucesso e tem uma história de luta", disse ao UOL o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, coordenador do programa de governo do candidato tucano ao Planalto.

Para alavancar as chances de Doria na disputa presidencial, Maia disse apostar em construir "um debate responsável" a fim de superar a polarização no eleitorado provocada por Lula e Bolsonaro, os dois principais candidatos, segundo as pesquisas.

"O enfrentamento de Doria a Bolsonaro e as críticas provocaram sequelas que precisam ser trabalhadas" disse o deputado licenciado.

De olho na cabeça da 3ª via

Integrantes do PSDB insistem no entendimento de que a candidatura de Doria só vai prosperar se for a escolhida pelo conjunto PSDB/Cidadania (numa federação), MDB e União Brasil. A candidatura única deve ser anunciada em 18 de maio. Além de Doria, Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União) também são opções do bloco.

Um jantar que reuniria, hoje, dirigentes e candidatos dos partidos que compõem o grupo foi adiado. Apesar da presença confirmada dos presidentes partidários Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB), Roberto Freire (Cidadania) e Antônio Rueda (vice-presidente do União Brasil), a impossibilidade de participação de Tebet e Bivar provocou o cancelamento do encontro.

"Nova reunião será agendada para possibilitar a presença de todos (PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania)", disse ontem a assessoria de Doria em nota.