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Janones após críticas por gafe: 'Pobre não pode se dar ao luxo de lamentar'

13.out.2021 - Deputado federal André Janones (Avante-MG), durante sessão na Câmara - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
13.out.2021 - Deputado federal André Janones (Avante-MG), durante sessão na Câmara Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/04/2022 15h34Atualizada em 13/04/2022 18h29

O deputado federal e pré-candidato do Avante ao Palácio do Planalto, André Janones (MG), rebateu às críticas que recebeu nas redes sociais após errar o nome do presidente da Argentina, o peronista Alberto Fernández, ao citar o francês Emmanuel Macron, em um programa da GloboNews. Segundo o parlamentar, "pobre não pode se dar ao luxo de ficar muito tempo lamentando" no Brasil e, por isso, o "show tem que continuar".

O erro do presidenciável foi corrigido por ele mesmo na sequência do episódio e, de acordo com ele, ocorreu uma confusão com o nome do ex-mandatário da Argentina, o empresário Mauricio Macri.

Janones é um dos nomes da chamada terceira via, grupo de oposição às candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ser deputado federal atualmente, o parlamentar sempre destaca sua origem humilde como filho de uma empregada doméstica e de um cadeirante. Janones também relata que já trabalhou como cobrador de ônibus no município de Ituiutaba, em Minas Gerais, enquanto cursava a graduação em Direito, segundo a Folha de S.Paulo.

Eu sou como todo brasileiro. Levo o golpe, vou pra casa, sinto a dor, e volto pra luta. Porque nesse país, pobre não pode se dar ao luxo de ficar muito tempo lamentando não. Entre erros e acertos, o show tem que continuar. André Janones (Avante-MG), pré-candidato à Presidência da República

Apesar das críticas, o parlamentar completou que soube falar na entrevista sobre temas da realidade brasileira como o preço do arroz, do óleo e do feijão. No Twitter, o político compartilhou outro trecho da entrevista no qual discorre sobre o preço de itens comuns na vida dos brasileiros.

"Esse é a parte da entrevista que a Rede Globo não mostrou na chamada que foi ao ar, e que estão divulgando nas redes", escreveu o político.

"Na hora me deu um 'branco', e eu acabei citando o Macron (me confundi com o Macri, ex presidente). Já quando fui perguntado sobre o preço do arroz, do óleo e do feijão, eu acertei! Quando me pediram pra comentar a realidade daqueles que tem que se virar pra sobreviver com um salário mínimo por mês, eu também acertei", completou ele no Instagram.

Janones também afirmou que seus adversários políticos têm conhecimento de "tudo de política internacional, mas não sabem o que acontece dentro do próprio país que eles se propõem a governar".

"É por essas e outras que vamos surpreender a tudo e a todos, e vamos chegar no segundo turno das eleições presidenciais."

A consolidação da pré-candidatura presidencial Janones (Avante-MG) foi oficializada em janeiro deste ano durante Encontro Nacional do Avante. Tanto o parlamentar quanto os dirigentes partidários buscam unificar o discurso da alternativa pela terceira via.

Entenda o caso

A gafe do presidenciável teve início após o jornalista Roberto d'Ávila, da GloboNews, perguntar qual é a "linha" do presidente argentino e como Janones enxerga o mandatário do país parceiro do Brasil. O trecho passou no programa "Em Pauta" antes da entrevista completa do parlamentar ir ao ar.

Na sequência, Janones desconversou e comentou sobre uma fala que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria dito em sua posse sobre a política externa brasileira.

"Na posse de Bolsonaro, eu te confesso, apesar de não tê-lo apoiado, me deu alguma esperança. Quando ele disse que 'o Brasil está livre das amarras políticas-ideológicas'. E ele citou principalmente a política externa. Isso não aconteceu e a gente só mudou o tipo de amarra. Era uma amarra ideológica da esquerda e depois passou a ser uma amarra ideológica da direita."

Janones completou que se vencer o pleito deste ano irá falar com todos os países e "buscar sempre aquilo que for melhor para o Brasil".

Então, Roberto d'Ávila interrompe o pré-candidato ao dizer que ele não o respondeu sobre a questão da Argentina. Janones rebate que "não tem uma análise profunda da Argentina hoje".

Depois, o jornalista questiona se o parlamentar sabe quem é o presidente da Argentina e Janones diz que sim. D'Ávila reforça o questionamento de quem seria o mandatário do país vizinho, e o presidenciável declara:

"O presidente da Argentina hoje é o Macron... da França", disse. Na sequência, d'Ávila reforça que Macron é o mandatário da França e o trecho compartilhado pela emissora no "Em Pauta" é finalizado.

Assista ao momento:

Pesquisa eleitoral

A pesquisa PoderData divulgada hoje pelo site Poder360 aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pela Presidência, com 40% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, aparece em segundo, com 35%, uma diferença de cinco pontos percentuais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Esta é a primeira pesquisa PoderData divulgada sem o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) como pré-candidato. Apesar de a diferença entre Lula e Bolsonaro ser de 5 pontos percentuais, eles não estão empatados, mesmo considerando a margem de erro.

Na sequência, aparecem empatados tecnicamente, dentro da margem de erro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 5%; o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) e o deputado federal André Janones (Avante), ambos com 3%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 2%, e José Maria Eymael (DC), com 1%.

*Com Estadão Conteúdo