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Randolfe: 'Há risco de Lula perder para Bolsonaro'

Colaboração para o UOL

04/04/2022 11h48Atualizada em 04/04/2022 13h00

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considerou hoje, durante o UOL Entrevista, a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser derrotado pelo atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), na disputa presidencial deste ano.

"Acho [que há risco]. Acredito que exista essa possibilidade, embora o ex-presidente Lula tenha ampla vantagem e exista grande rejeição a Bolsonaro ainda presente na sociedade, mas não podemos subestimar. [...] Se em 2018 a ascensão de Jair Bolsonaro foi em decorrência do acaso da política, em 2022 não é. Temos que enfrentar tendo a dimensão disso."

Pesquisa PoderData divulgada em 30 de março pelo site Poder360 aponta Lula na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. Bolsonaro, que busca a reeleição, aparece em segundo, com 32%, uma diferença de nove pontos percentuais.

Randolfe também diz que é preciso uma união de candidaturas contra Bolsonaro, ainda no primeiro turno, para afastar a possibilidade de uma ruptura democrática no segundo turno.

"Eu receio o segundo turno, não pela possibilidade de eventual vitória de Jair Bolsonaro, mas por tudo que ele ameaça à vida dos brasileiros. Um resultado de eleição mais apertado vai ser difícil de Jair Bolsonaro reconhecer. Com o não reconhecimento de resultado apertado, podemos ter turbulências à democracia além do que imaginamos".

Em 31 de março, Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia e atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Temos inimigos, poucos, e eles habitam a região dos três Poderes. Esses inimigos podem muito, mas não podem tudo", disse o presidente, em evento em que deu posse aos substitutos de ministros que deixaram o governo para serem candidatos.

Randolfe compara Lula a Mandela

Durante o UOL Entrevista, o senador Randolfe Rodrigues ainda comparou Lula ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, principal líder político do país, que lutou contra o regime racista e segregacionista do apartheid.

"A candidatura de Lula não pode ser do PT ou da esquerda, tem que ser uma candidatura de união nacional. Lula tem que ser o que Nelson Mandela foi para África do Sul após o regime do apartheid".

O senador minimizou apoios de figuras polêmicas ao ex-presidente petista, como é o caso do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, na Bahia. Ele esteve presente no evento de anúncio da aliança entre MDB e PT no estado.

"Num futuro governo de reconciliação, por mais amplo que seja, acho que não terá espaço para Geddel, mas acho que tem que ter espaço para o MDB. [...] Por mais que qualquer outro palanque da política tenha corruptos, nenhum será maior do que o de Jair Bolsonaro", afirmou Randolfe.