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'Prévias do PSDB devem ser respeitadas', diz FHC em defesa a Doria

28.fev.2011 - O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC, PSDB-SP) - Renato Araújo/Agência Brasil
28.fev.2011 - O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (FHC, PSDB-SP) Imagem: Renato Araújo/Agência Brasil

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/03/2022 11h40Atualizada em 28/03/2022 16h10

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou hoje que as prévias do partido foram concluídas e a vitória do tucano João Doria, governador de São Paulo, deve ser respeitada. Doria saiu vitorioso das prévias realizadas no final de novembro de 2021 e foi o nome escolhido para disputar a presidência da República pelo partido no pleito deste ano.

As prévias do PSDB foram realizadas democraticamente. Assim sendo, penso que devem ser respeitadas. Fernando Henrique Cardoso em declaração no Twitter

No início deste ano, FHC confirmou que pretende votar em João Doria nas eleições de 2022 para a presidência da República. "Já tive a oportunidade de manifestar o meu apoio ao candidato governador João Doria à presidência e que foi respaldada pelo meu partido", disse ele à época no Twitter.

O nome de Doria foi divulgado após a votação interna do partido — as chamadas prévias — em um processo marcado por confrontos, incertezas e suspeitas de ataques de hackers. O partido divulgou à época que Doria ficou com 53,99% dos votos, enquanto o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, registrou 44,66%. O ex-senador Arthur Virgílio marcou 1,35%.

Apesar da vitória interna, o nome de Doria vem sofrendo rejeições até dentro da sigla. Até o momento, o governador registra baixos resultados nas intenções de votos das pesquisas eleitorais realizadas recentemente com candidatos da chamada "terceira via", que quer captar eleitores insatisfeitos com o candidato petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

O levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado no sábado (26) aponta o governador de São Paulo com 0,9% das intenções de votos. Enquanto a pesquisa Ipespe, contratada pela XP Investimentos e publicada na sexta-feira (25), mostrou o tucano com 2%.

Hoje também foi anunciado que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu ficar no PSDB. Ele avaliava um convite do PSD para disputar as eleições presidenciais de outubro, mas desistiu da troca. A informação foi confirmada com articuladores do PSDB.

Doria diz que PSDB trocar pré-candidato seria 'golpe' e antidemocrático

O pré-candidato à Presidência pelo PSDB e governador de São Paulo, João Doria, afirmou ontem que trocar o representante do partido na corrida eleitoral deste ano seria um golpe e ato contra a democracia.

"As prévias [eleitorais da sigla] valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe. Uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar o PSDB", disse o governador hoje em coletiva de imprensa.

Doria pediu que a decisão do partido seja respeitada.

"As prévias foram realizadas durante três meses em todo o Brasil, 44 mil eleitores do PSDB votaram. Houve a homologação, um ato celebrado em Brasília com os três candidatos que disputaram, o senador Arthur Virgílio, o governador Eduardo Leite e eu, com a presença do presidente nacional do PSDB", disse.

O presidenciável rebateu informações de bastidores que apontariam para um desejo do partido de colocar Leite como o nome do PSDB para enfrentar Lula e Bolsonaro nas urnas.