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Doria diz que Eduardo Leite 'tomou a decisão certa' ao seguir no PSDB

O governador de São Paulo, João Doria, junto com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite no Palácio dos Bandeirantes - Divulgação/Governo de São Paulo
O governador de São Paulo, João Doria, junto com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite no Palácio dos Bandeirantes Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

28/03/2022 18h55Atualizada em 28/03/2022 21h29

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje que o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite "tomou a decisão certa" de permanecer no PSDB. A fala do pré-candidato tucano às eleições presidenciais de outubro foi dita a jornalistas quando ele deixava um evento público em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo.

Perguntado como via a decisão de Leite de seguir na legenda, Doria afirmou que o gaúcho "tomou a decisão certa".

Na manhã de domingo (27), Doria chegou a criticar uma possível articulação interna de Leite de se tornar candidato à presidente pelo PSDB, o que chamou de "golpe" e "uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar" o partido.

Na tarde de hoje, Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul e confirmou que não deixará o PSDB. Havia a expectativa de que ele fosse candidato pelo PSD nas eleições presidenciais pela legenda comandada por Gilberto Kassab.

Em novembro, Leite perdeu para Doria as prévias do PSDB para definir o candidato do partido ao pleito de outubro. Desde que foi derrotado, ele estava sendo estimulado por tucanos a seguir como pré-candidato e chegou a ser sondado por outras siglas.

Ao renunciar ao governo gaúcho, Leite afirmou que, apesar de as prévias tucanas terem escolhido Doria como pré-candidato, há "novos atores" no jogo, referindo-se à possível aliança com MDB e União Brasil. Ele não disse que tentará concorrer ao Planalto, mas se referiu a uma "construção nacional" em diversos momentos.

Pré-candidato?

Segundo fontes tucanas ouvidas pelo UOL, o principal grupo de apoio a Leite nas prévias, liderado pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e pelo ex-senador José Aníbal (PSDB-SP), segue como principal endosso ao gaúcho seguir como pré-candidato pelo partido.

Com a renúncia dentro da data prevista pela lei eleitoral, Leite segue como nome elegível nas eleições deste ano.

Um dos principais argumentos do grupo mais próximo ao gaúcho é a estagnação de Doria como quinto colocado nas pesquisas. De acordo com o último Datafolha, divulgado na quinta-feira (24), o paulista marcou apenas 2% das intenções de votos —situação semelhante às pesquisas de outros institutos, em que o governador de São Paulo chega, no máximo, a 3% —enquanto a rejeição segue na faixa dos 30%, e Leite ficando com 14%.

Com o fantasma de 2018 — quando Alckmin teve menos de 5% dos votos — ainda quando estava no PSDB, a aposta para o grupo é que o nome de Leite, mais desconhecido, tenha melhores chances de atrair o eleitor indeciso e unir a almejada "terceira via", que rejeita o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois melhores cotados nas pesquisas. Há, no entanto, o problema das prévias já realizadas.

Para uma ala de tucanos, a insistência pelo nome de Leite pode macular ainda mais a imagem do PSDB como partido rachado e que não respeita resultados de urnas. Para outra fileira da legenda, a pecha de mau perdedor poderia atrapalhar Leite em uma possível campanha.