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WhatsApp avisou TSE que não fará mudanças para as eleições, diz executivo

Aplicativo foi acusado de contribuir com a disseminação de notícias falsas e desinformação nas eleições de 2018 - Getty Images
Aplicativo foi acusado de contribuir com a disseminação de notícias falsas e desinformação nas eleições de 2018 Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

14/03/2022 14h38Atualizada em 14/03/2022 14h41

O chefe de políticas públicas da Meta Brasil, Dario Durigan, disse que o WhatsApp avisou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que não será feita "nenhuma mudança significativa de produto" para as eleições deste ano.

"Em uma mensagem de tranquilidade e reconhecimento da importância do Brasil, o WhatsApp disse ao ministro Barroso [então presidente do TSE] que nada, nenhuma mudança significativa de produto será feita no Brasil até o fim das eleições", afirmou Durigan em entrevista ao site Poder360.

Apesar de negar grande mudança, o chefe de políticas públicas também afirma que o WhatsApp fez a lição de casa com o objetivo de se preparar para as eleições de outubro. Acusado de contribuir com a disseminação de desinformação e notícias falsas, o aplicativo foi utilizado para o disparo de mensagens em massa nas eleições de 2018.

"O WhatsApp está no Brasil e cumpre a lei brasileira. O WhatsApp tem um compromisso com as instituições do Brasil", acrescentou Durigan.

Recentemente, o WhatsApp anunciou o lançamento de um novo recurso que permite que os usuários acompanhem grupos de discussões sobre temas que eles desejarem. Especialistas acreditam que o recurso poderia facilitar a difusão de desinformação.

Durigan foi questionado sobre as medidas práticas que o WhatsApp para este ano e ele disse que a plataforma se propõe a "manter uma plataforma de criptografia de ponta-a-ponta, que tem uma importância fundamental para a privacidade, para grupos minoritários, e comunidades de pessoas, e ao mesmo tempo fazer o combate à desinformação e à viralidade".

Segundo o empresário, outro recurso é um ícone de lupa que aparece no lugar do botão de encaminhamento de mensagens que são frequentemente encaminhadas. "Você cria aqui um incentivo para a pesquisa daquele conteúdo que já vem sendo encaminhado muitas vezes e por isso tem potencial de viralidade." Além disso, ele destaca que há "contas de WhatsApp oficiais com checadores de fato". "Em paralelo a isso, tivemos derrubadas de anúncios", completou.

Suspensão do Telegram

Durigan evitou falar sobre a possibilidade de suspensão Telegram no Brasil. O aplicativo russo, que é concorrente direto do WhatsApp e não possui representante no país, tem sido utilizado por bolsonaristas para manter contato com seus seguidores. A plataforma permite um alcance maior que o WhatsApp.

"Não me compete falar de outras plataformas ou outras empresas. O que gostaria de reforçar é essa importância do Brasil para o WhatsApp e notar que, se de um lado a gente vê cartas não sendo recebidas, do outro lado, no Brasil, o WhatsApp tem presença há vários anos, colaboração", afirmou.

Projeto de lei das fake news

O chefe de políticas públicas da Meta Brasil comentou o projeto de lei das fake news e disse que o texto atual é um "amadurecimento" do debate "abrupto" que ocorreu no Senado. "O texto aprovado no GT (Grupo de Trabalho) e que será votado no plenário é um fruto de um amadurecimento importante no debate público brasileiro, seja feito com a sociedade civil, seja feito com especialistas, liderado pelo Congresso Nacional."