Topo

Moro sobre 2º turno com Lula e Bolsonaro: País não tem vocação pra suicídio

14.fev.2022 - O pré-candidato Sergio Moro em entrevista à rádio Jovem Pan - Reprodução/Youtube/panicojovempan
14.fev.2022 - O pré-candidato Sergio Moro em entrevista à rádio Jovem Pan Imagem: Reprodução/Youtube/panicojovempan

Do UOL, em São Paulo

14/02/2022 14h48Atualizada em 14/02/2022 15h15

O pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) disse hoje, em entrevista ao programa "Pânico", da Rádio Jovem Pan, não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputarão o segundo turno das eleições porque o brasileiro "não tem vocação para cometer suicídio, fazer suicídio do país".

Pesquisas de intenção de voto feitas por diferentes institutos mostram que, se as eleições fossem hoje, Lula e Bolsonaro iriam ao segundo turno. Moro, no entanto, crê que seu nome vai decolar ao longo do ano e se tornará mais competitivo.

"A gente está só começando, tem muito tempo para caminhar, crescer, e o que a gente tem a nosso favor é a verdade. A gente vai falar com as pessoas e explicar tudo o que aconteceu. Eu não acho que o Brasil vai correr esse risco de ter Lula e Bolsonaro no segundo turno, para mim é flertar com o abismo", avaliou.

Moro ainda reafirmou sua intenção de concorrer à Presidência e negou informações de que desistiria para tentar uma vaga na Câmara ou Senado. "Não existe essa história."

Moro quer ministros "terrivelmente anticorrupção"

O ex-ministro também disse que, caso eleito, nomeará ministros "terrivelmente contra a corrupção" ao STF (Supremo Tribunal Federal). O próximo presidente irá indicar os substitutos de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que se aposentarão durante o próximo mandato.

A fala referencia a promessa de Bolsonaro desde o início da Presidência, de que escolheria um ministro "terrivelmente evangélico" para a Corte. Em 17 de dezembro, o ex-advogado-geral da União e pastor André Mendonça foi empossado no Tribunal. Antes de Mendonça, Bolsonaro também indicou Nunes Marques.

O ex-juiz chegou a ser cotado para a nomeação enquanto era ministro do governo. Bolsonaro disse mais de uma vez que Moro teria pedido uma das vagas, o que ele nega.

Durante a entrevista, o ex-juiz da Lava Jato disse ainda ter sido "sabotado" por Bolsonaro quando era ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do mandatário.

Ele citou o projeto de lei anticrime apresentado, além da defesa da execução da pena em segunda instância e pela autonomia da Polícia Federal.

Para ele, no entanto, o presidente "contribuiu para esse ambiente de reação contra o combate à corrupção". Segundo ele, Bolsonaro enfraqueceu o combate à corrupção e "oportunistas" se aproveitaram dessa oportunidade.

"Hoje, infelizmente, estamos num cenário que é culpa - não vamos colocar no Bolsonaro somente - mas é dele também a culpa quando houve esse enfraquecimento e gerou a possibilidade desses oportunistas enfraquecerem o combate à corrupção. Infelizmente, isso teve cumplicidade de parte do Congresso e do Supremo Tribunal Federal", atacou.

Economia

A respeito da parte econômica de seu programa de governo, Moro disse que o foco será o crescimento econômico, citando a necessidade de haver uma âncora fiscal e a retomada da agenda de reformas, como a tributária e administrativa.

Ele atacou as propostas de seus adversários, citando especificamente uma frase de Lula sobre o consumo de picanha.

"Lula sugere que vai começar a chover picanha. A gente conhece o governo do PT, acabou com a maior recessão da história, até hoje a gente não conseguiu se recuperar. O PT fez a gente perder 9 anos de crescimento econômico. A gente tem que falar com as pessoas que a gente vai retomar o crescimento econômico com responsabilidade social, fiscal, objetivo principal é voltar a gerar emprego. Lula e Bolsonaro querem um cheque em branco, vem com propostas que são populistas."