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Kassab diz que há negociações com Leite por candidatura à Presidência

11/02/2022 09h12

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, admitiu hoje que há uma conversa com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para que o gaúcho seja candidato a presidente por seu partido. Mas negou que esta seja a prioridade neste momento.

Em entrevista ao UOL News, Kassab disse que o PSD terá candidatura própria no primeiro turno da eleição presidencial de 2022 e mudou o tom do discurso ao afirmar que não apoiará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo de cara. Ele também deixou claro que a prioridade do partido é lançar a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), como candidato a presidente, mesmo que ele não tenha decolado nas pesquisas eleitorais.

"Esse tema surgiu no PSD do Rio Grande do Sul, onde o partido tem aliança com [Eduardo] Leite. Procuraram a direção nacional para formular um convite ao Leite. A direção nacional sinalizou positivamente, que ele seria muito bem recebido. E sabemos que tem discussões lá. Já conversei com Leite no passado distante e no presente. Se houver possibilidade, o PSD vê com bons olhos e considera como hipótese - caso Pacheco, que é nosso único candidato convidado, entenda que não deva ser candidato. PSD só tem plano A", afirmou Kassab.

Leite foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias do PSDB para escolher o candidato do partido à Presidência.

Kassab, que apareceu em vídeo na festa de aniversário do PT e aumentou os boatos sobre o apoio a Lula logo no primeiro turno, negou que isso vá ocorrer.

"Está descartada a possibilidade de apoiar Lula no primeiro turno. Não tem negociação nenhuma com o Lula. O PSD, amparado em consultas com líderes partidários, terá candidatura própria no primeiro turno. Essas suposições de apoio a outras candidaturas não existem", prometeu Kassab, ressaltando que é natural manter diálogo com outros partidos.

O discurso é diferente do que Kassab apresentou nesta semana, em São Paulo. Ele afirmou que alguns setores do PSD defendem o apoio a Lula no primeiro turno e cogitou essa possibilidade.

Sobre o desempenho ruim de Pacheco nas pesquisas disse: "Se eu não acreditar que o candidato do meu partido não possa ir pro 2º turno, não precisa ter eleição. Pesquisa é verdadeira, mas não mostra o que vai acontecer no dia da eleição", declarou o presidente do PSD.

Terceira via

Kassab também declarou que atualmente vê mais dificuldades para que uma terceira via se consolide na disputa eleitoral, pois a disputa está muito polarizada entre quem rejeita Lula ou o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Tinha visão no passado, pela altíssima rejeição de Bolsonaro e PT, que teríamos mais facilidade para ter uma terceira via. Hoje não tenho esse sentimento. Tenho sentimento de dificuldade de consolidação da terceira via. Talvez até por conta do piso da popularidade do Bolsonaro, que não cai mais. Hoje minha avaliação é que ele tem grandes chances de segundo turno, mesmo com rejeição maior", disse Kassab.

Candidato ao governo de São Paulo

Questionado sobre os candidatos do PSD em São Paulo, Kassab afirmou que já há uma definição sobre a disputa para governador. Mas há dúvidas sobre o Senado.

"Poderíamos acolher o Geraldo Alckmin. Mas no final de novembro ele nos procurou dizendo que não era mais candidato e que estava abraçando projeto do PT. Continuamos na tese de candidatura própria com o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth. Sobre o Senado, há discussão interna no partido ainda. Vamos caminhar para essa discussão. Fizemos convite ao Datena, mas em determinado momento ele preferiu se filiar a outro partido", explicou Kassab. O apresentador da Band, José Luiz Datena, está filiado ao União Brasil, partido recém-lançado após fusão do PSL com DEM.

Veja a entrevista completa, análises de Josias de Souza e mais no UOL News: