Confira a íntegra do debate UOL/SBT/Jovem Pan entre Dilma e Aécio
Do UOL, em São Paulo
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) participaram do debate entre candidatos à Presidência da República na noite desta quinta-feira (16), promovido por UOL, SBT e Jovem Pan. Confira a íntegra do confronto.
Aécio diz que governo Dilma fracassou
Dilma diz que defende modelo diferente do que governou até 2002
Aécio diz que Dilma é 'conivente' no caso Petrobras; petista rebate
Aécio cita preço do ovo; Dilma fala de desemprego na era FHC
Dilma acusa oposição de ocultar denúncias; Aécio reclama de campanha baixa
Dilma questiona nepotismo em MG; Aécio acusa o irmão da petista
Dilma usa suposto elo entre PSDB e caso Petrobras; Aécio fala de violência
Aécio diz que governo fracassa no combate ao crime; Dilma defende atuação
Aécio questiona obras não entregues; Dilma diz que projetos são parcerias
Dilma cita Copa para se defender de ataques contra a segurança pública
Dilma fala de Lei Seca e Aécio acusa petista de 'ofender brasileiros'
Aécio diz que Dilma faz campanha da mentira; petista questiona gastos em MG
Aécio questiona fala de Dilma sobre corrupção; petista vê manipulação
Dilma lembra aeroporto em área de tio de Aécio; tucano a chama de mentirosa
"Meu governo olha para todo o povo brasileiro", diz Dilma ao criticar FHC
Aécio: "Brasil não pode viver mais 4 anos de tamanho desgoverno"
Leia a íntegra do debate UOL/SBT/Jovem Pan com os candidatos à Presidência.
PRIMEIRO BLOCO
Aécio Neves responde por que quer ser candidato a presidente:
Agradeço ao SBT por essa oportunidade, cumprimento a candidata, e me dirijo aos telespectadores para dizer em primeiro lugar que sou candidato à presidência da República para encerrar um ciclo de governo que fracassou. Fracassou na condução da economia, que vai nos deixar como legado a inflação saindo de controle, o crescimento baixo, e uma perda crescente da credibilidade do país, que impacta fortemente nos investimentos, e, claro, na geração de empregos. Sou candidato a presidência da República porque o governmilhõo fracassou na gestão do Estado nacional. O Brasil se transformou num grande cemitério de obras inacabadas com sobrepreços e com denúncias a todo momento de irregularidades na sua condução. Eu quero ser candidato a presidência da República porque os indicadores sociais pioraram ao longo desses últimos anos. A saúde piorou, a educação piorou e a criminalidade aumentou. Eu quero ser candidato, eu sou candidato e quero ser Presidente da República porque construí ao longo dos últimos anos um projeto para o Brasil, o projeto que não é de um partido político, um projeto generoso, de união, de integração nacional. Um projeto que vai combater a inflação com extrema firmeza e determinação. Que vai resgatar confiança para que os investimentos voltem a gerar emprego para o Brasil. Que vai cuidar da educação do seu filho. Eu quero ser presidente para conduzir pessoalmente uma política nacional de segurança pública. O ciclo de governo que aí está não tem mais condições de governar o Brasil.
Dilma Rousseff responde por que quer ser presidente:
Boa noite, boa noite candidato, boa noite a todos vocês que nos acompanham. Eu agradeço essa oportunidade ao SBT para poder apresentar as minhas propostas. Eu sou defensora de um modelo diferente para o Brasil do que governou antes, até 2002. Um Brasil que emprega, ao contrário de um Brasil que desemprega. Um Brasil que cria oportunidades iguais para todos, contra um Brasil da exclusão e um Brasil da desigualdade. Um Brasil que vai governar para todos, contra um Brasil que não foi governado para todos. Eu faço parte de um projeto que resgatou 36 milhões de brasileiros da pobreza, tirou-os do mapa da fome e elevou 42 milhões às classes médias. Faço parte de um projeto que quer, e construiu as bases, para um Brasil moderno, mais inclusivo, mais produtivo e mais competitivo, onde a educação estará no centro de tudo. Faço parte de um projeto que não vê, a não ser na justiça social, as condições para a união nacional. Um projeto que quer levar avanços, segurança, saúde, transporte de qualidade. Eu peço o voto de vocês e peço que vocês nos acompanhem para entender as nossas propostas.
Aécio pergunta:
Candidata, pelo visto a senhora quer fazer nos próximos quatro anos tudo o que não fez nos últimos quatro anos. A senhora será a primeira presidenta da República a deixar o governo com uma inflação maior do que aquela que recebeu. Mas novamente volto a falar de Petrobras. Porque já virou quase uma rotina nos nossos debates, a cada debate uma nova denúncia. A denúncia de hoje nos jornais diz respeito à Coperj, no Rio de Janeiro, segundo o Tribunal de Contas da União foram encontradas irregularidades em contratos no valor de dezoito bilhões de reais. Não bastou Pasadena, o prejuízo de cerca de dois bilhões de reais aos brasileiros, não bastou Abreu e Lima, orçada em quatro bilhões, já se gastou mais de trinta, já com denúncia de superfaturamento para pagar propina a sua base aliada, agora em relação à Coperj. A senhora sempre diz que não sabe de nada e não ato menor responsabilidade sobre isso. Eu pergunto à senhora, candidata, de quem é a responsabilidade por tantos desvios de dinheiro público na Petrobras?
Dilma responde:
Candidato, eu gostaria de dizer que em relação a tudo o que está acontecendo na Petrobras quem investigou, a Polícia Federal, foi levada a investigar, e que ao contrário do passado, não era dirigida por afiliados ao PSDB. A Polícia Federal investigou e vai punir implacavelmente porque construiu provas, passou para o Ministério Público. E agora, candidato, a Justiça vai julgar. E isso significará que o Brasil pela primeira vez vai ter de fato o combate sistemático à corrupção. Por que, candidato, debate passado, eu lhe perguntei: Onde estão os corruptos, onde os corruptos da compra de votos para a reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de São Paulo, e dos trens? Todos soltos. Onde estão os corruptos da "pasta rosa"? Todos soltos. Onde estão os corruptos do processo Sivan? Todos soltos. Onde estão os corruptos da "privataria tucana"? Aquela do limite da irresponsabilidade. Todos soltos. Quero dizer para o senhor, eu tenho um compromisso diferente. O meu compromisso é investigar e punir. Aqueles governos que não investigam, não acham, candidato, assim como agora, quando a gente pergunta: Qual foi a quantidade de recursos passados para as três rádios e o jornal mineiro que o senhor detém em Minas Gerais? Não há transparência, não há informação. Essa, candidato, essa é a diferença entre nós. Eu investigo. Eu investigo, construo as provas para punir.
Réplica de Aécio:
Candidata, eu acredito e confio nas nossas instituições. Todos os casos aos quais a senhora se refere foram investigados. Se as pessoas estão soltas é porque não foram condenadas, portanto as provas não existiram. Mas não vou olhar para o passado, vamos olhar para o presente e para o futuro. Eu digo à senhora, onde estão os corruptos do seu partido? Presos, candidata, o presidente do seu partido foi preso, o tesoureiro do seu partido foi preso, o Ministro mais importante do seu governo foi preso. Mas eu quero que a senhora responda à minha pergunta de agora, de quem é a responsabilidade sobre esses desvios de recursos na Petrobras que não cessam nunca? Eu não estou repetindo as outras denúncias, eu estou falando, candidata, das denúncias de hoje, de agora, não é possível que a senhora não se sinta responsável por isso! Não existe, candidata, me perdoe, uma terceira alternativa. Só existem duas: ou a senhora foi conivente ou a senhora foi incompetente para cuidar da maior empresa pública brasileira.
Tréplica de Dilma:
Candidato, é estarrecedor que o senhor ache que essas pessoas que não foram condenadas em nenhum desses processos que eu falei, elas o foram porque eram inocentes. Não foram condenadas porque não foram investigadas. É diferente. Vocês têm uma praxe, vocês engavetam, escondem debaixo do tapete, vocês chegaram a transferir, no caso da "pasta rosa", um delegado de um determinado lugar para outro. O que eu quero dizer ao senhor é o seguinte: eu, candidato, sou responsável por investigar nesse país. Sou responsável por punir. É esta a responsabilidade, investigar com a Polícia Federal, denunciar ao Ministério Público, e punir com o Judiciário. Caso contrário, candidato, eu estaria numa situação que não é a correta, é achando que eu estou acima do governo. Não, eu represento o governo.
Dilma pergunta:
Candidato, eu tenho como prioridade, prioridade no meu governo a Educação, e nós estamos em época do Enem, e você não vai ser o Enem, que é o maior concurso unificado que o Brasil possui, através, por meio do Enem nós vamos ter acesso, não só a cinco mil cursos nas universidades federais, vamos ter acesso ao Prouni, vamos ter acesso ao FIES, vamos ter acesso ao Ciências sem Fronteiras. Vocês foram contra, é claro, ao Prouni, foram contra também às escolas técnicas federais. Mas eu gostaria muito de saber por que vocês sempre torceram contra este que é um dos programas mais importantes hoje, porque garante acesso democrático. Na minha época a gente tinha de viajar de avião para fazer vestibular. Hoje não precisa.
Resposta de Aécio:
Candidata, antes de responder sua pergunta eu vou deixar uma indagação no ar. Se a senhora acha que houve tantos crimes cometidos no governo do PSDB, a senhora lista aqui vários deles, vocês governaram o Brasil por doze anos, candidata, por que a senhora não investigou, por que a senhora não fez novas denúncias? Porque não existia o que investigar. Ou então a senhora prevaricou, se a senhora está dizendo no momento da eleição que foram cometidos crimes que não foram investigados, a sua responsabilidade era denunciá-los para que o Ministério Público, que não pertence ao seu governo, ou a Polícia Federal, que não pertence ao seu governo, são instituições de estado, fizessem a investigação, e não coloque palavras na minha boca nem do meu partido, quem foi contra escolas técnicas, candidata, o Pronatec é uma inspiração do PEP, pergunte lá aos técnicos do Ministério da Educação, programa de ensino profissionalizante que foi ampliado, nós temos que reconhecer que precisa melhorar muito. Foi inspirado nas Etecs aqui de São Paulo e aproveito para cumprimentar o governador Geraldo Alckmin, que aqui me acompanha, pela sua extraordinária vitória. As boas propostas têm que avançar, o Prouni, candidata, foi uma inspiração, até porque a sua primeira experiência foi lá, foi em Goiás, no governo do PSDB, que permitiu que ampliasse oportunidades de vaga nas universidades. O PT tem uma mania, candidata, infelizmente a senhora achar que tem, que é dona dos programas. Ninguém é dono do Brasil. Vamos falar para o telespectador, as telespectadoras, as boas coisas têm que continuar. O que precisamos é qualificar a gestão pública, colocar gente séria, gente honrada, para que os resultados atinjam as pessoas. Eu quero fazer a nova escola brasileira. A senhora fala em flexibilizar o ensino médio, e por que não fizeram antes? Depois de doze anos de governo, isso é necessário, fico feliz que a senhora concorde conosco. Eu vou fundar a nova escola brasileira, uma escola que ensine, prepare o aluno e o jovem para os desafios da vida que certamente estão por vir.
Réplica de Dilma:
Candidato, é interessante o senhor fazer a pergunta "por que não fizeram antes?". Se o senhor gosta tanto dos nossos programas sociais, por que o senhor não os fez antes quando podia, quando era governo? Porque o senhor estava sim nas escolas técnicas federais, o senhor era líder do governo quando foi aprovado. Então, candidato, não dá para o senhor assumir a responsabilidade também pelos seus atos. Foram as provas que vocês levaram, e ocultações que vocês fizeram que impedem uma investigação maior. Agora, no caso específico dos trens e do metrô de São Paulo, a Suíça mandou todas as provas para o Brasil e isto está em processo. Tanto é assim que vocês estão sendo chamados para depor na Justiça. Candidato, eu tenho orgulho de ter uma vida sem nenhum parente empregado. Sem nenhum uso indevido do dinheiro público em propriedade minha ou da minha família.
Tréplica de Aécio:
Candidata, o seu governo, isso é história, passará como desvio de governo em todas as partes, as agências reguladoras ocupadas por pessoas que foram ali fazer negócios, candidata. A senhora permitiu ser sucedida na Casa Civil da presidência da República, o cargo que a senhora gosta de dizer que é o mais importante depois da presidência da pública, pela sua dileta e próxima amiga e braço direito que foi ali fazer negócios, e por isso foi demitida. Candidata, não me meça com sua régua. Governei Minas Gerais com honradez, a senhora está desrespeitando o estado de Minas Gerais com as acusações absurdas, com as mentiras todo dia nas redes, anonimamente, candidata. A senhora infelizmente tem permitido ao Brasil ver a mais baixa campanha da sua história democrática, a partir da primeira eleição que tivemos, de Fernando Collor.
Aécio pergunta:
Candidata, vamos falar do que interessa à dona de casa, ao cidadão, ao jovem e à jovem, ao trabalhador que está, se conseguir, já chegando em casa do trabalho. Provavelmente muitos estão nos ouvindo agora, no rádio do carro, pela dificuldade que têm hoje para chegar em casa. Inflação, candidata. A senhora reiterou nos dois últimos debates que a inflação está sob controle. O seu secretário de política econômica disse que existe uma alternativa: Deixe de comer carne, passe a comer ovo. O ovo no seu governo já aumentou mais de 50%, temos que ver o que vai restar para comer depois que a população não conseguir mais comprar o ovo. Mas a grande questão é o seguinte, vamos falar de futuro, do que interessa às pessoas, o que a senhora pretende fazer, já que não apresentou ao Brasil um plano de governo para controlar a inflação e fazer com que o Brasil volte a crescer? Vamos elevar o nível do debate, eu dou à senhora a oportunidade de dizer aos brasileiros como vai controlar a inflação ou se ela está realmente sob controle.
Dilma responde:
Candidato, antes de começar eu vou dar um esclarecimento. Não houve nenhuma acusação contra a ex-ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, similar a sua, sabe qual? Emprego de parente, o senhor empregou um irmão, um tio, três primas e três primos. É disso que se trata, candidato. Eu nunca fiz isso na minha vida. Queria dizer que no caso da inflação eu tenho certeza que a inflação no Brasil está sob controle. Existe hoje uma tentativa de criar um clima de "quanto pior melhor". Esta tentativa, candidato, de criar um clima de quanto pior melhor, vocês fizeram na Copa, dizendo que não ia ter copa, que não ia ter condições, o senhor não tinha aeroportos, portos, enfim, o Brasil não estava preparado. E ficou claro que o Brasil fora de campo estava muito bem preparado. Os aeroportos funcionaram, a segurança funcionou. No caso da inflação, é o mesmo. Nós temos tido, candidato, dois choques de ofertas. Um e o outro por conta da seca, essa mesma seca, candidato, está colocando São Paulo numa situação insustentável. Qual é? Nós tivemos choque de preço da energia. A energia aumentou, nós não temos racionamento, nós não vamos impor racionamento, porque tínhamos as térmicas para despachar. Elas custam um pouco mais caro, nós vamos ter de pagar. A outra foi o choque nos alimentos. Também por conta da seca. Tudo isso é passageiro. O que não é passageiro, candidato? Quando o senhor não planeja, o senhor não investe e você condena uma cidade do porte de São Paulo à mais terrível falta de água. Nós sabemos, candidato, que a gestão da água afeta ao governo do Estado, então tem responsáveis, candidato.
Réplica de Aécio:
Como nós vemos a candidata tem sempre uma justificativa, mas não tem nenhuma solução. Minha amiga, meu amigo que nos ouve, para a Presidente da República, mais uma vez, inflação não é problema, ela não tem nenhuma proposta, nenhuma solução de enfrentar essa questão. Eu pergunto mais uma vez a quem nos ouve agora, você compra com o mesmo dinheiro hoje o que comprava há seis meses atrás? Ou há um ano atrás? Se compra, eu acho que o caminho é votar na candidata Dilma Rousseff. Mas não adianta você mascarar a realidade, candidata, hoje infelizmente a inflação voltou a atormentar a vida dos brasileiros e das brasileiras, porque o seu governo foi leniente com ela. Fomos nós que controlamos a inflação lá atrás, candidata, e, infelizmente, o seu governo vai deixar uma herança perversa para o futuro, inflação alta, crescimento baixo, e perda de credibilidade. Sem credibilidade não há investimento. Sem investimento não tem emprego. Nós tivemos 418 mil empregos a menos este ano do que no ano passado no mesmo período, candidata.
Tréplica de Dilma:
Candidato, de emprego vocês não podem falar. Vocês nos entregaram o país com onze milhões e 400 mil desempregados, a segunda maior quantidade de desempregados, só ganhávamos da Índia, e uma vitória muito ruim, candidato. Agora, eu queria dizer para o senhor: Eu não vou combater a inflação com os métodos do senhor. Que é desempregar, arrochar o salário e não investir. Vocês falam que querem fazer inflação convergir para 3%. Ora, é importante que a dona de casa que está nos escutando saiba, vou falar para ela, o que acontecerá se ela for para três%? Nós vamos ter uma taxa de desemprego de 15%. Ele está se queixando de uma taxa de desemprego de 5%. Hoje nós temos no Brasil, neste ano, quase um milhão de empregos criados. E vamos elevar os juros para 25%? Ninguém nunca mais vai comprar a prazo nesse país.
Dilma pergunta:
Candidato, eu tenho uma pergunta a fazer para o senhor. Os nossos governos reorganizaram o estado que nós recebemos sucateado. Fizemos concursos públicos, a maior parte dos concursados, candidato, foi para a educação. Para a saúde e para a segurança. Nós temos uma taxa de 4,2% de gastos com pessoal em relação ao PIB. Vocês deixaram com 4,8. Candidato, ao contrário de vocês, nós fazemos concurso. Ao contrário de vocês, nós não nomeamos sem concurso. O que nós conseguimos é que de cada quatro funcionários públicos que têm cargo de comissão, três sejam cargos de funcionários públicos de carreira. Candidato, eu nunca nomeei parentes para o meu governo, eu gostaria de saber se o senhor nunca fez a mesma coisa.
Aécio responde:
Candidata, vou lhe responder com uma alegria enorme. Em primeiro lugar, agradeço a homenagem que a senhora faz ao presidente Fernando Henrique, tenho certeza, por quem a senhora tem um apreço muito grande, mas vou tentar falar de futuro, sempre tive um cuidado muito grande de respeitar as pessoas, respeitar os adversários. Nós tivemos, no passado não muito remoto, um episódio muito triste na política brasileira, quando o candidato Fernando Collor trouxe para o meio do debate político, de forma absolutamente irresponsável, uma parente do ex-presidente Lula. A senhora gosta de falar de parentes. No meu governo, me ajudou muito a minha irmã, a minha irmã Andréa, figura extraordinária. Acham que eu sou o neto preferido de Tancredo, mas era ela. Ela assumiu o serviço de voluntariado do Estado de Minas Gerais, me ajudou a coordenar a área de comunicação sem remuneração, candidata. A senhora é porque não conhece Minas Gerais. Se conhecesse um pouco ia saber o respeito que Minas tem por ela, nas enchentes, nas catástrofes, era ela quem mobilizava empresários, mobilizava as igrejas para resolver o problema das pessoas mais simples, por isso eu me orgulho muito da Andréa ser a minha companheira. Agora, candidata, a senhora conhece Igor Rousseff, seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003, e nunca apareceu para trabalhar, candidata. Essa é a grande verdade, lamento ter que trazer esse tema aqui, a diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada, infelizmente agora nós sabemos por que a senhora disse que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que os seus aliados o fizessem, candidata Dilma Rousseff.
Réplica de Dilma:
A sua irmã e o meu irmão têm que ser regidos pela mesma, eles não podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo, candidato, eu não criei. O nepotismo é uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Toda sociedade brasileira sabe que dentro do Governo Federal e dentro do Governo do Estado de Minas não pode ter um irmão, uma irmã, um tio, três primos e três primas. O senhor tem de dar conta de todos, não só da sua irmã. Digo o seguinte, todo mundo sabe, quem lê os decretos que vocês publicam, que ela era responsável pela destinação das verbas em todas as questões relativas a propaganda. Ora, a imprensa tem perguntado: quanto é que vocês colocaram nos três rádios e no jornal que vocês possuem? Essa é uma pergunta que não é minha, candidata, o senhor deve a ela a imprensa.
Tréplica de Aécio:
Candidata, a senhora está mentindo para o Brasil, nepotismo é proibido por lei, não existe, candidata, parentes trabalhando no governo. Ela assumiu um cargo de voluntariado, trabalha espontaneamente, é o cargo que a esposa geralmente dos governantes ocupam. Portanto, entenda bem a lei, a senhora não a leu direito, candidata, e no meu governo, no que diz respeito à distribuição de verbas não acontece o que acontece no seu, onde esses blogs aparelhados recebem recursos para atacar a honra dos seus adversários, para colocar infâmias na rede, financiadas com dinheiro público. Eu atendi, candidata, a uma reivindicação histórica do sindicato, das empresas de radiodifusão do Estado onde todas as empresas, todas as rádios receberam as mesmas verbas, o mesmo número de inserções, candidata. Tudo isso foi denunciado pelo seu partido, e sabe o que aconteceu? O Ministério Público disse que estava tudo absolutamente correto, venha discutir o seu governo, candidata. Nós somos candidatos à Presidência da República e pare de ofender Minas Gerais, candidata.
SEGUNDO BLOCO
Dilma pergunta:
Candidato, há pouco saiu no UOL, que hoje nos recepciona nesse debate, o seguinte: que o ex-diretor da Petrobras afirmou ao Ministério Público Federal que o presidente do PSDB, ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, recebeu propina para esvaziar uma CPI da Petrobras. Veja o senhor que é muito fácil o senhor ficar fazendo denúncias. Por isso é que eu digo que o que importa, candidato, quando a gente verifica que o PSDB recebeu propina para esvaziar uma CPI, o que importa, candidato? Importa investigar. Importa de saber, lamento que ele esteja morto, mas importa saber como recebeu, quando recebeu, e para quem distribuiu. Por isso que a gente tem de investigar, doa a quem doer, candidato.
Aécio responde:
Candidata, aí já vai uma outra diferença profunda entre nós dois. Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo, e, pela primeira vez, pelo menos, há algo positivo aqui. A senhora pela primeira vez dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto. É esse que disse que 2%, 2% de todas as obras sob sua responsabilidade iam para o seu partido, candidata, iam para o tesoureiro do seu partido. E o que a senhora fez durante esse período? Nada. A senhora tomou alguma providência, pediu o afastamento do tesoureiro do seu partido, candidata? Não. As denúncias que surgem aí são denúncias construídas a partir daquilo que a Polícia Federal chama de uma organização criminosa atuando no seio da nossa maior empresa. Foram doze anos, candidata. Doze anos que os cofres da Petrobras foram assaltados. E esse dinheiro distribuído. Temos sim que ir a fundo, saber quem são os beneficiários, agora, se a senhora não tem receio e diz aqui que quer apuração, que quer que as investigações possam ir a fundo, por que o seu partido essa semana impediu que o senhor Vaccari fosse à CPI depor? Nós convocamos, e o seu partido, o PT e alguns aliados impediram que ele fosse lá explicar o que foi feito com esse recurso, e vou lhe dizer mais, candidata, ele ainda é o tesoureiro do seu partido e é responsável por transferir recursos para a sua campanha. Terá sido por isso que ele não foi afastado? Porque pelo menos quatro milhões de reais foram transferidos, com a assinatura do senhor Vaccari nessa campanha eleitoral para sua conta de campanha. De onde veio esse recurso, candidata? Vamos investigar logo. Eu acho que os brasileiros que estão nos ouvindo devem saber antes das eleições, inclusive quem são os responsáveis por transferir o dinheiro e quem recebeu esse dinheiro. Independente de partido político, tem que ser punido, candidata.
Réplica de Dilma:
Candidato, o senhor tem dois pesos e duas medidas. Eu, pode ter certeza, candidato, sem nenhum constrangimento, investigarei tudo e todos. Eu nunca engavetei, candidato, eu não jogo para baixo do tapete. Agora, fica claro, candidato, uma coisa, o senhor gosta muito de culpar todos. Agora, quando chega no ex-presidente do seu partido, o senhor sai e diz que tem de investigar o PT. Não senhor, nós temos de investigar, doa a quem doer, todos. Nós temos de investigar todos os envolvidos, candidato. Não é desta forma que este país vai modificar sua relação com os delitos e os crimes. É investigando todos, candidato, implacavelmente, e não como vocês faziam. Quando um delegado chegava perto de uma investigação, ele era despachado para outra cidade. Quando o engavetador via um processo complicado, ele engavetava.
Tréplica de Aécio:
Lamento que a candidata não tenha entendido nada do que eu disse, investiguem-se todos, candidata. Agora, o seu discurso não tem conexão com a sua prática. O seu governo impediu o quanto pôde que a CPI da Petrobras e depois a CPMI fossem instaladas, e depois de investigadas, porque eu fui ao lado de vários Senadores para garantir o seu funcionamento, vocês tentaram fraudar a CPMI, funcionários do seu governo, do Palácio do Planalto, foram lá dar o gabarito, as respostas, as perguntas que sua base faria a essas pessoas. Tem que investigar sim todos, mas permita, candidata, que isso seja investigado. A senhora volta sempre no passado. Aonde é que estavam nesses doze anos essas denúncias? Por que vocês não tomaram, vou repetir mais uma vez, as atitudes necessárias para reabrir todos esses processos, candidata? De duas uma, ou não existia nada relevante em relação a essas denúncias ou então o seu governo prevaricou, não tem uma terceira alternativa.
Aécio pergunta:
Candidata, vamos tentar novamente falar de futuro em homenagem e respeito ao telespectador que nos acompanha a essa hora. Eu recebi, provavelmente a senhora também tenha recebido, um documento da UNICEF, que mostra um dado absolutamente alarmante. Para mim, confesso que do ponto de vista pessoal, chocante, 24 jovens adolescentes morrem por dia no Brasil. Hoje, nessa quinta-feira, em que nós estamos aqui, 24 mães vão estar chorando o assassinato dos seus filhos. Apenas um país no mundo mata mais por assassinato do que o Brasil. Infelizmente alguns dos programas iniciados pelo seu governo, como, por exemplo, o "Crack, é possível vencer", depois de quatro anos, nem 40% das metas foram alcançadas. De que forma, candidata, a senhora pretende ser mais solidária, permitir que o governo federal apoie nos estados e municípios no enfrentamento da criminalidade? Vamos elevar o nível do debate, candidata.
Dilma responde:
Antes de elevar completamente o nível do debate, já que você o abaixou, candidato, não é possível que você se esconda atrás do fato de que investigar, candidato, significa também investigar o seu partido. O senhor não pode apontar o dedo só para um partido, aponte para todos os partidos, candidato. Vocês nunca deixaram investigar. Minas engavetava, na sua época, todos os processos. Vocês não deixavam nada ser investigado. Candidato, no que se refere a todos os processos de morte de jovens, nós temos tido um empenho imenso. E este empenho, candidato, é maior que foi o empenho do senhor no seu governo. Nós fizemos toda uma política de combate, toda uma política de combate à violência contra os jovens. Uma política que estava baseada em três aspectos. Primeiro, é necessário prevenir. Depois, candidato, é necessário garantir que os jovens e que todos eles que tenham e que sofram esse assédio, eles tenham defesa, e finalmente, candidato, é fundamental que o governo coloque na pauta toda uma questão relativa ao combate à violência, às drogas, e que faça com que os jovens não sejam objeto, e não sejam objeto fácil do tóxico, da violência, e das formas pelas quais o crime se infiltra. Assim sendo, candidato, eu queria te dizer uma coisa, o único governo que fez uma política nacional de combate a violência contra os jovens foi o meu, nos últimos anos.
Réplica de Aécio:
Então fracassou, candidata, porque 56 mil pessoas estão morrendo assassinadas a cada ano no Brasil. Infelizmente, candidata, o orçamento, sequer o orçamento que já não é grande coisa do Ministério da Justiça, do Fundo Nacional de Segurança, e do Fundo Penitenciário, não foram executados nem na sua metade. Do Fundo Penitenciário, um pouco mais de 20% agora. Do Fundo Nacional de Segurança, cerca de 40%. Aonde é que estão as políticas de controle das nossas fronteiras, candidata? A Polícia Federal tem o menor orçamento de investimento dos últimos cinco anos. A Polícia Rodoviária Federal que nós temos que fortalecer também está sucateada. As Forças Armadas não têm tido atenção do seu governo. A senhora prometeu há quatro anos atrás quatro veículos aéreos não tripulados, apenas dois foram colocados em funcionamento, candidata. Infelizmente o contingenciamento dos recursos da área de Segurança Pública têm impedido vários estados de avançar no combate à criminalidade e na defesa dos nossos jovens, é a realidade.
Tréplica de Dilma:
O senhor está mal informado, candidato. O governo federal gastou 17 bilhões e 700 milhões em Segurança nos últimos quatro anos. E não foi, candidato, só do Ministério da Justiça, foi uma operação conjunta. As Forças Armadas participaram ativamente, impedindo e garantindo um nível de repressão nas nossas fronteiras impressionante. Nós fizemos operações sentinela e operações das Forças Armadas conjugadas com a Polícia Federal. Com a Polícia Rodoviária Federal, nós fizemos uma campanha "Crack, é possível vencer". Que garantia e dava suporte para as famílias na direção de impedir o uso do crack. Ora, candidato, a questão da Segurança Pública é afeta aos governos dos estados. Nós participamos de forma complementar. Eu vou mudar isso. Eu quero que o governo participe.
Dilma pergunta:
Vou continuar com essa questão de segurança. Considero, candidato, que é muito importante que o governo federal deixe de ser complementar e passe a ser estratégico na questão da Segurança Pública. Nós tivemos uma ótima experiência durante a Copa com os doze estados. Construindo organizações e coordenações de combate conjunto à violência, tanto é que conseguimos durante a Copa, e depois da Copa estamos fazendo operações articuladas, uma associação efetiva entre as forças das Polícias Militares, o Exército, e também as outras Forças Armadas, a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Modificamos a prática sistemática, que era de estar ausente. O governo federal ausente do confronto e do combate. Hoje, candidato, eu acredito que só com essas polícias articuladas nós venceremos o crime.
Aécio responde:
Candidata, o que me surpreende na senhora é o diagnóstico. Agora há pouco a senhora disse que a inflação não é um problema do governo, é problema sazonal, e eu acho que não é, por isso, comigo, tolerância zero com a inflação. Agora, a senhora terceiriza de novo as responsabilidades dizendo que é dos estados essa responsabilidade constitucional. Meu amigo, minha amiga que nos ouve nesse instante, se for eleito Presidente da República e assumo aqui esse compromisso, eu vou liderar pessoalmente uma política nacional de segurança, que começa com a proibição do contingenciamento dos recursos. Eu tenho um projeto, candidata, que tramita desde 2011 no Congresso Nacional, que seu partido infelizmente não permitiu que fosse aprovado, que garante que aquilo que é aprovado no orçamento para a Segurança Pública seja efetivamente gasto em parcerias com os estados, transferidos mensalmente. Essa é uma das propostas. Eu propus sim uma revisão no nosso Código Penal, no nosso Código de Processo Penal para que essa sensação de impunidade não continue a prevalecer no país. Eu apresentei uma proposta na minha campanha, a senhora provavelmente dela tomou conhecimento, de que nós precisamos ter uma relação diferente com os países vizinhos que produzem a droga que vem ser consumida no Brasil e matar os jovens no Brasil. Governos vizinhos fazem vista grossa para a produção de drogas ou de matéria primas de drogas nos seus territórios e não há nenhuma ação do nosso governo. Se a senhora está satisfeita como parece estar com o controle das nossas fronteiras, eu não estou, eu serei o condutor da política nacional de Segurança Pública, porque infelizmente hoje, candidata, não sei se a senhora sabe, esse número, 87% de tudo o que se gasta em Segurança Pública vem dos estados e municípios. Apenas 13% da União, e a União é quem mais tem. É a União que se apropria da maior parte das receitas dos tributos dos brasileiros. E o que pode ser hoje mais relevante, mais urgente do que cuidar do tráfico de drogas e proteger os nossos jovens?
Réplica de Dilma:
Candidato, eu acho que o senhor está usando números incorretos. O que acontece, candidato? A Constituição atribuiu aos estados o controle e a segurança interna do país. Eu quero mudar isso, eu acho que a União tem de participar. E nós mostramos durante a Copa que quando a União participa, articuladamente com os estados, e quero dizer os doze estados no qual nós tínhamos centros de comando e controle, nós conseguimos conter todas as formas de violência. Eu acredito, candidato, que tem hoje, talvez o senhor não saiba, porque o senhor está um pouco afastado disso, tem hoje, candidato, uma experiência comum dos doze estados da Federação para além das divergências políticas no sentido de fato de construir no Brasil um aparato de combate ao crime organizado, de combate às drogas, e de combate à violência. Isso passa necessariamente por essa relação integrada, candidato, entre as Forças Armadas e as Polícias. O senhor também, candidato.
Tréplica de Aécio:
Candidata, o que me parece e talvez pode parecer ao telespectador é que nós temos aqui dois candidatos de oposição. Porque a senhora se dispõe a fazer tudo o que não fez ao longo de quatro anos em que a senhora foi presidente e os outros oito anos em que teve um papel de destaque no governo do seu antecessor. Eu defendo no Congresso Nacional e o seu partido faz oposição, candidata, a essa proposta razoável do impacto no orçamento, apenas de garantia da transferência desses recursos para os estados e para os municípios. A senhora falou do programa "Crack, é possível vencer". Por que, candidata, que depois de quatro anos apenas 40% do programa foi executado? O seu governo não assumiu a responsabilidade no enfrentamento dessa questão. O seu ministro falava das nossas prisões, comparando-as à masmorras medievais, candidata, assuma a responsabilidade do governo que não investiu em segurança pública.
Aécio pergunta:
Candidata, nos últimos debates, a senhora tem falado muito das obras em mobilidade. E vou falar mais uma vez ao telespectador, ao ouvinte, que as rádios também transmitem, a Jovem Pan também transmite esse nosso debate, muito certamente preso no trânsito das nossas grandes cidades, e a senhora fala números mirabolantes, extremamente impressionantes quando diz respeito a obras de mobilidade. A questão é que eu tenho viajado pelo Brasil, como a senhora tem viajado pelo Brasil. E eu fico me perguntando quando vou à sua cidade, quando vou à Porto Alegre, por exemplo, onde é que está o metrô anunciado no seu programa de governo? Quando vou à minha Belo Horizonte, onde está o metrô que aparece lá como obra do seu governo? Quando vou, por exemplo, a Cuiabá, quando vamos a Curitiba, onde estão essas obras, candidata? Na verdade a senhora tem um conjunto de boas intenções que a ineficiência do governo lamentavelmente não permitiu que ainda saíssem do papel, mas eu vou fazer isso, com planejamento e com eficiência, transformar promessas em obras, candidata.
Dilma responde:
Eu acredito que você de fato não tenha muito conhecimento, porque você não sabe onde está o metrô, e o metrô está sendo formatado pelo aliado seu, o prefeito. Nós demos dinheiro para o prefeito, o prefeito montou e está construindo o metrô que inclusive vai chegar até a Savassi, nós queremos que ele chegue até o Morro do Papagaio. Agora vocês têm de olhar com cuidado, porque essa é uma parceria que envolve o Governo Federal, a Prefeitura, e obviamente a Prefeitura tem também uma espécie de PPP. Nós estamos fazendo, candidato, nove metrôs no Brasil. É a primeira vez que se faz isso. Nove metrôs no Brasil. Nós estamos gastando 143 bilhões. Tem 189, candidato, BRTs e corredores de ônibus sendo construídos. Tem 13 VLTs no Brasil inteiro, nós temos um conjunto de obras de mobilidade urbana extremamente significativo. Quero dizer, candidato, que era bom o senhor passear um pouco pelo Brasil e ver que tem metrô sendo construído ali no Rio de Janeiro, pelo prefeito, pelo governador Pezão, tem metrô construído lá no Ceará, em Fortaleza, tem metrô sendo construído por todo o Brasil pela primeira vez, candidato, porque enquanto vocês foram governo jamais investiram em mobilidade urbana. Nós somos o primeiro grande investimento em mobilidade urbana. Além disso, candidato, eu queria dizer para o senhor uma coisa, o senhor quer se apropriar dos meus programas sociais. Agora, quando eu digo que um determinado programa está acontecendo, o senhor fala, não, eu vou fazer e vou fazer melhor. Ora, candidato, vocês nunca quando puderam o fizeram. Vocês fizeram Bolsa Família de cinco milhões. Nós fazemos de 50 milhões, candidato.
Réplica de Aécio:
Dizer uma inverdade num momento pode ser equívoco, repeti-la mais de uma vez é outra coisa. Foram cinco milhões de famílias atendidas no início, sim, no início do Bolsa Família. Mas fiz a indagação para trazer a realidade dos números. Não se pode jogar tantos números aos ventos e transformá-los em obras. Na verdade, das 200 obras de mobilidade anunciadas pela senhora, 28 apenas foram entregues, candidata. De cada dez obras que a senhora prometeu fazer para melhorar o trânsito, falo novamente para o amigo que está no trânsito, apenas uma foi entregue. Vocês estão governando o Brasil há doze anos. E vocês demonizaram durante mais de dez anos as parcerias com o setor privado, e isso fez com que tudo atrasasse no Brasil. Vamos sair das grandes cidades. A transposição do São Francisco, onde é que está essa obra, candidata? Parada e com sobrepreço. A Transnordestina, parada e com sobrepreço, essa infelizmente é a marca do seu governo, obras anunciadas e que não terminam nunca.
Tréplica de Dilma:
Candidato, o senhor falou que vocês fizeram o Bolsa Família para 20 milhões de pessoas? Candidato, pensa bem no que o senhor está falando. Vocês nunca fizeram Bolsa Família para cinco milhões de famílias, vocês não fizeram. Vocês nunca chegaram a 20 milhões de pessoas atendidas no Brasil. Nós chegamos a 50 milhões de pessoas. Candidato, quero dizer uma coisa, o senhor está confundindo todas as obras, aliás eu acho que deliberadamente. O senhor sabe que as obras de mobilidade são em parceria, parceria com governos e com governadores. Todas as obras de mobilidade que nós fazemos em Minas são em parceria com o Governo do Estado e com a Prefeitura, e isso vale para todos os estados. Eu discordo do senhor, acho que as obras não estão paradas, candidato, o senhor tem de ser, o senhor tem de se informar melhor, as obras estão andando. E eu digo outra coisa, tem muitas obras saindo do papel hoje.
TERCEIRO BLOCO
Dilma pergunta:
Candidato, todos os anos, 40 mil pessoas morrem e outras centenas de pessoas sofrem consequências por acidentes de trânsito. Muitos desses acidentes decorrem porque há motoristas dirigindo embriagados ou drogados. Em 2012, eu sancionei a Lei Seca que punia com dureza todos aqueles que causassem ferimentos ou mortes sob droga ou álcool. Candidato, eu queria saber, o que senhor acha e como o senhor vê essa questão da Lei Seca e se todo cidadão que for acionado, que for solicitado, deve se dispor a fazer exame de álcool e droga?
Aécio responde:
Candidata, tenha coragem de fazer a pergunta direto. É claro que essa é uma iniciativa extraordinária. Não é sua. O Congresso Nacional, candidata, implementado em todos os governos. A senhora traz nesse debate, talvez pelo desespero, e tenta deturpar um tema que tem que ser colocado com absoluta clareza. Eu tive um episódio sim, e reconheci, candidata, eu tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso. Como a senhora não se arrepende de nada no seu governo. É importante que nós olhemos para frente. Vamos falar do Brasil, explique aqui, candidata, por que a senhora mantém hoje nomeado, por exemplo, na Itaipu binacional o tesoureiro do seu partido, que recebia propina para alimentar a sua campanha, candidata Dilma Rousseff. Vamos falar de coisas sérias. Vamos falar como melhorar a saúde das pessoas, como melhorar a Segurança Pública, candidata. Não é possível que a senhora queira aqui fazer a mais baixa das campanhas eleitorais até aqui. Não é possível, candidata, que esse mar de lama em que se transformaram as redes, onde a senhora ofende a mim, onde sua campanha ofende a minha família, a senhora está ofendendo a todos os brasileiros que querem mudança, candidata. A senhora, infelizmente, por não ter tido a oportunidade de ao longo da sua vida ter outras disputas, foi ungida Presidente da República por um presidente muito popular, acha que é dona da verdade. Não é, candidata. O seu governo fracassou. E a senhora caminha para perder essas eleições pela incapacidade que demonstrou inclusive de respeitar os seus adversários, candidata. A senhora não trouxe durante todo esse nosso debate uma proposta sequer que melhore a vida do cidadão, que melhore a saúde pública, que melhore a segurança. A senhora parece que não foi Presidente da República, candidata. Olhe para o futuro, tire os olhos do retrovisor do passado, pense nos brasileiros, candidata.
Réplica de Dilma:
Candidato, eu acho muito importante a Lei Seca para o Brasil, e acho que o senhor está tentando diminui-la. Sabe por quê, candidato? Porque no Brasil todos os dias, todas as semanas, tem gente morrendo por acidentes de trânsito quando um motorista dirige ou embriagado ou drogado. Então, candidato, eu acho que a gente tem de tratar esse assunto com mais cuidado, e com mais seriedade. Porque depende dele muitas vezes a vida ou a morte dos nossos jovens. Por isso, candidato, não é uma coisa que o senhor, porque passou por uma experiência pessoalíssima e tanto. Acredito, candidato, que ninguém pode sem sofrer as consequências, dirigir nem drogado nem bêbado. Eu, candidato, não dirijo sob álcool e droga. E isso é uma questão que não é afeta só a mim, eu acho que deve ser afeta a todos os brasileiros. Agora, acredito, candidato, que a Lei Seca trouxe um bem para o país. Trouxe um bem para os nossos jovens e para os nossos adolescentes.
Tréplica de Aécio:
Tampouco eu, candidata, mentir e insinuar ofensas como essa não é digno de qualquer cidadão, mas é indigno por uma Presidente da República, candidata, a sua campanha é a campanha da mentira. A senhora mentiu dizendo, postou um vídeo que eu havia votado contra o salário mínimo de 545 reais, cortou o vídeo na sequência quando mostrava que nós votamos a favor do salário mínimo de 600 reais para fraudar uma informação. A senhora no seu Twitter, candidata, disse que Minas Gerais teve a menor redução da taxa de mortalidade infantil do Brasil. Mentiu, candidata. Minas Gerais, no meu tempo de governo, foi o estado que mais reduziu a mortalidade entre todos os estados do Sudeste, do Sul, e do Centro-Oeste, candidata. A senhora disse no último debate que construiu 3.750 milhões de casas, a senhora mentiu, a senhora construiu metade disso, candidata. Fale a verdade, o Brasil não merece a campanha que a senhora está querendo fazer.
Aécio pergunta:
Eu vou novamente na questão, da verdade e da mentira. Nós somos, candidata, candidatos da presidência da República. É preciso que haja um limite. Que haja um limite nas nossas posturas e também na ação daqueles que nos cercam. Os brasileiros querem saber o que vai acontecer com suas vidas a partir de primeiro de janeiro. A senhora não permitiu que os brasileiros tivessem um programa de governo para analisar, para avaliar. A senhora prefere a campanha da mentira, e é essa questão que eu lhe faço agora. A senhora chegou ao cúmulo de mandar sua equipe de filmagem, filmar uma escola, a escola Barão de Macaúbas, num domingo, no dia 12 de outubro, quando ninguém estava lá, para mostrar que a obra estava parada e que a escola não funcionava. A senhora fraudou a informação, candidata. A pergunta que eu lhe faço é a seguinte, a senhora não tem nada para mostrar aos brasileiros e por isso precisa mentir tanto o tempo inteiro, candidata?
Dilma responde:
Candidato, acho aqui, quem mente é o senhor, e acho que essa história da escola de Macaúbas é uma dedução do senhor que o senhor tenta atribuir a mim. Agora, candidato, eu quero dizer o seguinte, acredito que se o senhor tiver o mínimo de discernimento, o senhor vai reconhecer que apesar do que o senhor disse, o seu governo não gastou nem em Educação, nem em Saúde o que era o correto e o necessário. O senhor atribui a outros que mudaram o cálculo, não incluíram o que devia ser incluído. A verdade, candidato, é que somado, subtraído e dividido, o governo do senhor deixou de investir 7,8 milhões, bilhões, desculpa, bilhões na Saúde, e 8 bilhões na Educação. O senhor diz que não é assim. Mas esse, candidato, é um cálculo claro e bem feito sobre o Governo do Estado de Minas Gerais. O senhor se furta a responder isso. Vocês foram obrigados a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta, melhor dizendo, o Termo de Ajustamento de Gestão, que foi uma variante que o Tribunal de Contas do Estado de Minas usou para fazer um acordo com vocês. Acordo esse que era para vocês cumprirem a partir daí. Candidato, eu me pergunto e me pergunto mesmo: Como é que o senhor acha que o senhor pode sentar aqui, e numa questão tão delicada como a Saúde e a Educação no Brasil, o senhor se furtar a explicar por que o senhor teve de assinar um Termo de Ajustamento de Gestão, e de repente o site do Tribunal de Contas do Estado saiu do ar.
Réplica de Aécio:
Candidata, a senhora tem ofendido Minas Gerais todos os instantes e em todos os debates. A senhora não tem conhecimento do que aconteceu no nosso Estado. Minas Gerais, pela força dos seus servidores, da sua gente, é um Estado respeitado no Brasil, respeitado internacionalmente. Se a senhora for ao Banco Mundial, o exemplo de gestão eficiente quem tem é Minas Gerais, se for ao Ministério da Educação, e encontrar alguém lá, porque ninguém encontra Ministro do seu governo em lugar nenhum, a não ser no auditório ou na campanha eleitoral, vai saber que Minas Gerais tem a melhor educação fundamental do Brasil. Se for ao Ministério da Saúde, candidata, vai ver que Minas Gerais tem a melhor saúde pública de toda a região Sudeste. E se quiser gastar um tempo lendo a decisão do Tribunal de Contas, para não repetir o que o seu marqueteiro escreve para a senhora, a senhora lerá o seguinte: As contas do governo no exercício de 2003, 2010, do então governador Aécio Neves, tiveram parecer por unanimidade, candidata.
Tréplica de Dilma:
Candidato, não coloque Minas Gerais como sendo o senhor. O senhor não é Minas Gerais, candidato. Eu nasci em Minas. Aliás, antes do senhor. Se é por isso, nasci bem antes do senhor. E quero dizer para o senhor que eu saí de Minas, candidato, não foi para passear no Rio de Janeiro. Eu saí de Minas porque fui perseguida. E é por isso que eu passei uma parte da minha juventude fora de Minas. E lamento muito. Agora, queria dizer que Minas não se confunde com o senhor, não tente que eu não vou concordar com isso. E mais, nem os mineiros se confundem. E queria dizer também que esta questão é muito séria, candidato. Essa que nós estamos discutindo. Por quê? Porque nós temos de saber tudo o que nós falamos aqui hoje. Nós temos de saber, o que fica para a população brasileira? O que ela vai absorver disso tudo? Sabe o que ela vai absorver, candidato? É que tem perspectivas diferentes aqui. Eu e o senhor não temos a mesma visão.
Dilma pergunta:
Candidato, o senhor não respondeu ainda a questão do aeroporto de Cláudio. Eu vou dizer por que eu vou colocar essa questão. O Brasil hoje passa por um momento muito importante. Nós estamos retomando todos os investimentos, e estamos ampliando esses investimentos em aeroportos, e em portos. Fundamentalmente nesses dois, nessas duas áreas. Ora. O governo de Minas tem de revelar uma informação que é como é que o aeroporto de Cláudio, que era um aeroporto pequeno, de 25, numa cidade de 25 mil habitantes, foi construído e foi construído dentro da fazenda do seu tio, ao mesmo tempo que lá em Montezuma outro aeroporto nas mesmas condições foi construído.
Aécio responde:
É muito triste ver uma presidente da República mentindo. O aeroporto de Cláudio, candidata, a senhora está cansada de saber disso, foi construída numa área desapropriada pelo estado para beneficiar uma região que cresce economicamente. Minas tem 92 entre pequenos, médios e grandes aeroportos, candidata. Vamos falar do governo federal, a não ser que a senhora queira no futuro, talvez desempregada, a partir de primeiro de janeiro, ser candidata ao governo de Minas, aí terá tempo para discutir Minas Gerais. Onde estão os 800 aeroportos regionais que a senhora prometeu construir, candidata? Em lugar algum. Porque o seu governo é o governo das promessas vazias, candidata. A senhora é que deixa o Brasil sem resposta. Todas as minhas obras em Minas Gerais tiveram aprovação do Tribunal de Contas, tiveram aprovação do Ministério Público, candidata. Ao contrário das suas, com sobrepreço todo o tempo. Que providências a senhora vai tomar, candidata, com o tesoureiro do seu partido, que a senhora nomeou para Conselheiro de Itaipu Binacional, esse que recebia 2%, segundo o senhor Paulo Roberto. É tudo normal ou a senhora está em condições de demiti-lo? Eu sou candidato, com uma vida pública honrada, respeitada, por isso deixei o meu governo em Minas com 92% de aprovação, candidata. E é por isso que nessa eleição Minas Gerais novamente se encaminha para me dar mais uma vitória, basta ver as últimas pesquisas. Vamos deixar os mineiros em paz, candidata. Os mineiros sabem o que fazem. Vamos discutir o Brasil. Aonde estão as atitudes do seu governo para com o futuro do Brasil, dos brasileiros que nos ouvem? Quem ligar a televisão desavisadamente vai achar que a candidata quer disputar o governo de Minas ou a Prefeitura de Belo Horizonte. Diga o que vai fazer para acabar com a corrupção que tomou conta do governo federal.
Réplica de Dilma:
Vou dizer uma coisa, eu teria muita honra de ser candidata pelo governo de Minas, acho Minas Gerais e Belo Horizonte um estado e uma cidade que eu gosto muito, porque foi lá que eu nasci. Então, candidato, o que eu quero dizer para o senhor é que no caso do aeroporto de Cláudio, o senhor deve sim explicação. O senhor deve explicação porque o senhor construiu um aeroporto dentro de uma propriedade, expropriou um pedaço, mas construiu, e quando um órgão de imprensa foi buscar a chave, a chave estava guardada com um parente seu. Em Montezuma ocorreu uma coisa muito similar, só que Montezuma, além disso, era uma cidade muito pequena. Candidato, uma das coisas mais importantes no país é que nós não podemos mais tolerar o uso de bens públicos para beneficiar "A", "B" ou "C", privadamente. Esta é uma questão, candidato, que nenhum candidato a Presidente da República pode se furtar a responder.
Tréplica de Aécio:
Candidata, a senhora foge sempre da disputa e do debate. A senhora não tem o quê mostrar mais ao Brasil. O seu governo, candidata, está vivendo tanta corrupção, tanto descaso com os problemas das pessoas. Candidata, a senhora acabou, no debate, de afirmar que com a inflação vai tudo bem, a senhora está achando que com o tráfico de drogas, o controle das nossas fronteiras vai muito bem. Que governo a senhora quer oferecer aos brasileiros, candidata? Vá a Minas Gerais um pouco mais, caminhe um pouco mais por Minas Gerais, candidata. Agora, caminhe com respeito aos mineiros e às transformações que ocorreram no nosso estado, transformações extraordinárias, candidata. Eu respeito a sua história. Eu não a desrespeito, candidata. Agora, peço que respeite a minha. Exatamente nesse mês, há trinta anos atrás eu estava na campanha das Diretas e depois na campanha de Tancredo ajudando o Brasil se reencontrar com a democracia, infelizmente com o voto contrário do PT, o seu partido.
Aécio pergunta:
Candidata Dilma Rousseff, todos nós temos a nossa formação, aqui estão nos ouvindo hoje famílias de brasileiros de regiões diferentes, de credos religiosos diferentes. A senhora, no último debate do primeiro turno, disse textualmente o seguinte; vou abrir aspas para a senhora: "Não acredito que tenha alguém acima da corrupção". E depois continuou, abro aspas para a senhora: "Todo mundo pode cometer corrupção". Será que é isso que a Presidente da República tem a ensinar aos brasileiros, candidata? Honestidade? Responsabilidade para com nossos atos e daqueles que nós nomeamos é algo essencial para quem quer fazer vida pública. A senhora terceiriza sempre as responsabilidades, portanto eu quero lhe dar oportunidade de se desculpar com os brasileiros por essa afirmação, que acredito que não tenha alguém acima de corrupção.
Dilma responde:
Candidato, o que eu acho que o senhor faz, sabe o que o senhor faz? O senhor manipula palavras. E aí estarrece o segundo fato. O senhor se acha acima de qualquer crítica ou avaliação. O senhor disse que se te atacar está atacando Minas, esta é uma mentira, candidato. Porque Minas Gerais não é o senhor. O senhor é um dos mineiros. E isso não significa que o senhor seja, e que possa falar em nome de toda Minas Gerais. Então quero dizer o seguinte, candidato, é errado sim colocar e pegar um aeroporto privado, feito com o dinheiro público na fazenda de um tio. O senhor querendo ou não tergiversar sobre esse assunto é errado. Não se faz isso, candidato. Isso é feio. Outra questão, candidato, outra questão que eu julgo muito importante. Eu acredito sinceramente que ninguém está acima de qualquer coisa, ninguém está acima de qualquer coisa. Agora tem o atestado, nós temos como homens públicos e mulheres públicas provar a cada dia, candidato, que nós temos respeito pela coisa pública, que nós não mexemos, não mexemos com o dinheiro público em nosso benefício, em benefício de parentes nossos, não mexemos com a coisa pública em benefício de quem quer que seja, a não ser do povo brasileiro. Sabe o que é isso? Isso, candidato, é um critério arraigado dentro da gente. Chama-se um critério republicano, o dinheiro é coisa pública. Quando a gente está no governo, o dinheiro é coisa pública. Ninguém pode tergiversar sobre isso.
Réplica de Aécio:
Lamento que a candidata não respeite as instituições. O Ministério Público, não é nessa obra, candidata, em todas as obras do meu governo disse que estavam corretíssimas, é o contrário do que acontece no seu governo e a senhora não respondeu a frase que disse, está gravado, todo mundo pode cometer corrupção. Não pode não, candidata. Ninguém pode cometer corrupção. A senhora tem é que tomar as providências e dizer ao Brasil o que é que aconteceu na Petrobras. A senhora conduziu com mão de ferro durante doze anos, fez questão de dizer a todo mundo quem mandava na empresa. E durante doze anos essa empresa vem colocando sobrepreço nas obras públicas para beneficiar sua base de sustentação, candidata. Esse é o fato real. É isso que causa indignação em todos os brasileiros. É por isso que eu estou aqui como candidato à Presidência da República, porque o Brasil quer, quer se livrar desse governo, o Brasil quer um tempo novo, um tempo de otimismo, de seriedade, e também de honestidade no gasto do dinheiro público.
Tréplica de Dilma:
Candidato, candidato... Você não é um cidadão acima de qualquer suspeita, candidato. Isso não é republicano. Todos nós, candidatos, podemos e temos de aceitar que somos iguais perante a lei. Então, o que suspeitam do senhor ou o que suspeitam de mim é o que suspeitam de qualquer um. Nós, candidato, temos de provar o que somos, exercemos atividade pública, nós temos de provar, candidato, que nós estamos além da suspeita. Então, o senhor me desculpe. O senhor, nem eu nem o senhor estamos além da suspeita. Todos os dias nós vamos ter de provar a nossa integridade e a nossa honradez, candidato. Essa é uma questão exigida dos homens e das mulheres públicas.
Considerações finais de Dilma Rousseff:
Olha, eu queria te dizer em primeiro lugar, viu, eu agradeço ao SBT, agradeço ao candidato, e agradeço a todos que nos assistiram hoje. Ao contrário do que ocorria no passado, quando governos de elite só viam as elites, hoje eu acredito que o meu governo olha para todo o povo brasileiro. Eu tenho certeza de que o Brasil está mudando. Eu tenho certeza que o Brasil está mudando para melhor. Acredito que o povo brasileiro hoje tem alternativas que nunca teve antes. No que se refere a emprego, no que se refere a oportunidades de estudo e de educação, no que se refere a construção de uma vida melhor. Nós vivemos um momento muito especial, um momento em que a crise internacional afeta a economia brasileira. Mas nós saímos dessa crise e enfrentamos ela de peito aberto fazendo o quê? Garantindo emprego, garantindo a renda, e lutando sistematicamente para que o nosso país viva melhor. Reeleita, eu quero fazer ainda mais, eu quero garantir a todos os brasileiros educação de qualidade, saúde de qualidade, e quero também manter essa trajetória de distribuição de renda, que melhora a vida de todos os brasileiros e de todas as brasileiras.
Considerações finais de Aécio Neves:
Agradeço ao SBT, cumprimento a candidata, e digo ao telespectador que quero sim ser Presidente da República e me preparei para isso, porque o Brasil não pode viver mais quatro anos de tamanho desgoverno. Eu quero sim assumir a Presidência da República para combater a inflação, e não para me conformar com ela, eu quero ser presidente da República para enfrentar a questão da criminalidade, e não transferir essa responsabilidade para estados e municípios. Eu quero ser Presidente da República não para dividir de forma perversa e pouco generosa o Brasil entre nós e eles. Eu quero ser o grande presidente da integração nacional, Presidente da generosidade para com os brasileiros que mais precisam. Da integração do Nordeste ao nosso projeto de desenvolvimento. Um presidente não que trate o adversário como inimigo a ser abatido a qualquer custo, que respeite a verdade. Eu quero ser Presidente da República para que amanhã, se eventualmente estiver numa outra disputa, eu possa permitir aos meus adversários falarem das suas propostas, não é possível que numa eleição dessa importância tenha se perdido tanto tempo em tantas ofensas, às mesmas ofensas que foram dirigidas a Eduardo Campos, depois a Marina Silva, agora são dirigidas a mim. Mas comigo não, candidata, comigo pode ter certeza, a senhora receberá sempre um olhar altivo, de um homem de bem, honrado, pronto para dar ao Brasil e aos brasileiros um destino melhor do que eles estão tendo.