Candidatos opinam sobre BC, meta de inflação e reforma tributária
Do UOL, em Brasília, Rio e São Paulo
Com o início da campanha eleitoral, temas controversos passaram a fazer parte do debate político e os candidatos são instados a todo momento a se posicionar sobre polêmicas.
A redação do UOL compilou opiniões de 10 dos 11 candidatos à Presidência da República sobre alguns assuntos controversos, como a descriminalização da maconha, do aborto e o ensino religioso obrigatório.
Além disso, os presidenciáveis foram questionados sobre que planos têm para a economia. Veja o que disseram sobre meta de inflação, independência do Banco Central e reforma tributária.
Meta de inflação
- José Maria (PSTU)Defende outras políticas contra a inflação. "Tem que acabar com a inflação, o que significa controlar os preços e aumentar o salário. O governo tem instrumentos inflação melhores do que estabelecer metas. Por exemplo, ao invés de dar R$ 150 bilhões ao agronegócio, se fizesse uma reforma agrária para aumentar a produção de alimentos ao povo brasileiro, o preço dos alimentos baixaria"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)Não respondeu diretamente, mas cita medidas como aumentar o superávit primário e abrir o mercado brasileiro para o comércio internacional para "em pouco tempo chegarmos em metas de inflação cada vez mais próximas do sonhado 'zero', sem perda da capacidade de investimento e sem desemprego"
Independência do Banco Central
- Dilma Rousseff (PT)Atualmente, não há uma lei que garanta a independência do BC, como em outros países. Há uma autonomia informal. Em geral, analistas do mercado consideram que o BC tem algum grau de independência. Questionada sobre o assunto, a candidata não respondeu
- José Maria (PSTU)É contra. "O Banco Central tem que ser controlado pelo povo. Pelo governo, se o governo for um governo do povo. Não sou a favor de independência do Banco Central. Se você for traduzir, independência do Banco Central é 'Banco Central controlado pelos bancos privados'. É isso. Se o governo é eleito, tem mais legitimidade para decidir o que Banco Central vai fazer do que o sistema financeiro"
- Luciana Genro (PSOL)É contra. "Sou a favor do controle social do Banco Central. Ou seja, contra a chamada independência do Banco Central em relação ao governo eleito do país, e a correlata manutenção de sua dependência do capital financeiro e obediência cega ao mercado. O Banco Central, como autoridade monetária cujos poderes são outorgados pelo Estado, deveria ter como missão a preservação da soberania nacional"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "Assim como em países desenvolvidos e democráticos, a autonomia do Banco Central será respeitada e incentivada, porém jamais praticando 'contabilidade criativa'"
Reforma tributária
- Dilma Rousseff (PT)Não se pronunciou sobre o assunto
- José Maria (PSTU)A favor. "Tem que mudar a estrutura tributária do Brasil. Quem paga imposto no Brasil são os trabalhadores, é o povo, que paga imposto sobre o consumo. Quem tem renda paga pouquíssimo imposto. Tem que haver uma inversão na pirâmide da estrutura tributária brasileira"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "[Farei a reforma] a partir do meu primeiro dia de governo. Defendo abertamente um governo de 'mais Brasil e menos Brasília'. Vamos implantar um verdadeiro federalismo, com foco nos municípios e, principalmente, na família e no cidadão"