No cruzamento do futebol com a eleição para a Prefeitura de São Paulo, os candidatos perceberam que se não é possível conquistar o apoio de um ídolo de seu time de coração, sempre é possível fazer o ídolo do time do rival "virar a casaca" para o seu lado.

Foi o que aconteceu no início da tarde desta quinta-feira, quando Marcos Assunção, meio-campista do Palmeiras, declarou seu apoio ao são-paulino Fernando Haddad, candidato do PT que disputa o comando da capital paulista.

O jogador do Palmeiras --time do seu rival José Serra (PSDB)--, esteve no diretório municipal do PT, na Bela Vista (região central), para encontrar com Haddad.

Em um breve pronunciamento, Assunção disse que "assim como no futebol, na política também existe a hora de parar". Ao ser questionado se essa seria uma menção velada a José Serra, 70, o jogador riu e não confirmou a intenção.

"A vida do político é como a de jogador de futebol. Tem uma hora que tem de parar e dar o lugar para o mais jovem. E está aqui o mais jovem (apontando para Fernando Haddad). Ele tem pensamento novo e novas ideias. e espero que ele possa fazer de São Paulo uma cidade justa, onde as pessoas se orgulhem de morar", disse o palmeirense, acrescentando ainda que espera que o petista, se eleito, "cuide do povo da periferia".

Haddad, por sua vez, agradeceu o apoio do jogador do Palmeiras: "Há espaço para todos os clubes e torcidas entre os que caminham conosco". Depois, o candidato rendeu elogios ao palmeirense, afirmando que a honestidade, humildade e caráter de Assunção faz com que ele seja admirado pelos torcedores de todos os times.

Palmeirense Serra recebeu apoio de ídolo tricolor

Na última sexta-feira (19), Serra visitou o Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu (zona oeste), e encontrou com Rogério Ceni, goleiro e ídolo do São Paulo. Ceni aproveitou a ocasião para declarar seu voto no candidato tucano.

“A abertura de um voto qualquer brasileiro pode fazer. Não estou aqui em campanha, só estou mostrando que é nessa pessoa em quem eu confio pela experiência na área da saúde", afirmou o goleiro são-paulino na ocasião. "Torço para que ele possa se eleger prefeito de São Paulo. Ele tem o meu voto, e de todos lá em casa".

Serra respondeu que Ceni é "pé-quente". "Ele sabe que política é como futebol: para ganhar, tem que lutar até o último minuto."

Nesta quinta-feira, Marcos Assunção foi perguntado sobre o apoio de Ceni a Serra, e se a rivalidade dos gramados seria transposta para o mundo político. O palmeirense negou. "Isso não tem nada a ver. Cada um tem o seu candidato".  

Ainda no mundo do futebol, na última segunda-feira, Fernando Haddad foi ao Sindicato dos Engenheiros, na região central de São Paulo, para um encontro com dirigentes de Corinthians, São Paulo e Palmeiras.

Os presidentes do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e do Palmeiras, Arnaldo Tirone, além do ex-presidente do Corinthians e atual diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, declaram apoio ao petista. “Só a sua candidatura para conseguir unir esses três, porque lá fora brigamos muito”, disse Juvêncio.