Família Russomanno decepciona e termina campanha em São Paulo sem eleger nenhum dos três irmãos

Do UOL, em São Paulo

A decepção eleitoral da família Russomanno em São Paulo não ficou restrita à derrota do irmão mais velho, Celso, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Apesar de ser a mais surpreendente, já que o candidato do PRB ao comando da capital paulista apareceu à frente nas pesquisas eleitorais durante boa parte da campanha, seus irmãos Áttila e Mozart não conseguiram conquistar uma vaga na Câmara Municipal.

O caçula dos Russomanno, Mozart, candidatou-se pelo mesmo PRB do primogênito Celso e foi o terceiro candidato mais votado da legenda na capital, com 12.864 votos, mas ficou quase 20 mil votos atrás de Atilio Francisco, o segundo dos dois vereadores eleitos pelo PRB.

Já o irmão do meio, Áttila, que tentava seu terceiro mandato no legislativo paulistano, manteve-se fiel ao PP, partido que contava com a filiação dos três irmãos da família Russomanno até 2011 --ano em que Celso e Mozart foram para o PRB.

Mas a fidelidade não rendeu frutos, e a situação de Áttila acabou bem parecida com a de Mozart: foi o 3º mais votado de sua legenda, com 6.741 votos, mas acabou ainda mais longe de conquistar a vaga, já que o único vereador eleito da sigla, Pastor Edemilson Chaves, teve quase 40 mil votos a mais que o irmão de Celso Russomanno.

A candidatura pelo PP já havia provocado uma ligeira saia justa para a família, já que a sigla está na coligação de partidos que apoiam Fernando Haddad, candidato do PT em São Paulo, que estará no segundo turno para enfrentar o tucano José Serra.

Referência ao malufismo não garante votos ao "candidato do dr. Paulo"

O apoio do PP à coligação encabeçada por Haddad foi uma das grandes polêmicas da eleição paulistana. A aliança foi fechada com uma foto de Haddad e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de Paulo Maluf, manda-chuva do PP em São Paulo e um desafeto histórico do PT.

O episódio causou a saída de Luiza Erundina, do PSB, que seria a candidata a vice na chapa liderada pelo PT, e foi muito explorado pelos adversários do petista, que o acusaram de "vale-tudo" eleitoral ao aceitar o apoio de um rival tão declarado de seu partido. Os defensores da aliança com o PP diziam que a união entre os partidos no nível municipal --o PP faz parte da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff--, poderia trazer os chamados "votos malufistas" a Haddad.

Porém, a aposta na força de Maluf como puxador de votos se mostrou muito pouco eficaz, como pode-se perceber pela votação recebida por Malek, candidato do PP que se apresentava no horário eleitoral como o herdeiro do malufismo na capital Paulista.

O bordão do dito afilhado de Maluf --"Se você é eleitor do dr. Paulo, vote Malek"-- parece não ter dado resultado, já que o candidato terminou a eleição com apenas 1.501 votos, muito longe de conquistar uma vaga na Câmara Municipal.

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