No último horário eleitoral em Porto Alegre, adversários de prefeito pedem 2º turno

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

O último dia de programas eleitorais dos candidatos à Prefeitura de Porto Alegre foi marcado pela ênfase de Adão Villaverde (PT) e Manuela D'Ávila (PC do B) em levar decisão para o segundo turno.

"Os principais candidatos estão acreditando nas pesquisas que apontam que a eleição termina no primeiro turno. Se observa pelas posturas e falas da Manuela e de Villaverde", diz o cientista político e coordenador do curso de Ciências Sociais da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), Paulo Moura.

Conforme a última pesquisa Datafolha, o atual prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), venceria a disputa já no dia 7.

Por isso, o pedetista não usa seu espaço para atacar os adversários, e tem mostrado realizações para a cidade, assumir o que não conseguiu resolver e pedir mais um mandato para que possa solucionar esses problemas, segundo o cientista político e coordenador do Inpro (Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais) Benedito Tadeu Cesar.

Apelo

Por outro lado, a comunista Manuela D'Ávila, em segundo lugar nas pesquisas, chama sua militância e faz um apelo aos eleitores para que levem a eleição a uma segunda etapa.

"É um apelo meio que desesperado de ir para o segundo turno e levar a discussão por mais 20 dias para aprofundar as propostas. Acho que isso deveria ter feito há mais tempo", afirma Cesar.

Segundo o especialista, os últimos programas de Villaverde focaram no tradicional eleitor petista, que garante ao partido em Porto Alegre uma média histórica de votos de 18% a 22% nas eleições.

Eleitores cativos

"O uso da imagem de lideranças do meio cultural da cidade e partidárias, como a ex-ministra Marina Silva e o ex-presidente Lula, é uma tentativa de chamar de volta os eleitores que  partido vem perdendo desde 2000. Tudo indica que o Villaverde terá a votação mais baixa na história no Estado", diz Moura.

Ambos cientistas creem se muito difícil uma virada. Comparado aos outros anos, o debate entre os candidatos em Porto Alegre está sendo pautado pelas críticas administrativas, e não políticas.

"Teria de ter acontecido um fato muito contundente para que houvesse mudança nesse cenário. No Brasil, as eleições que estão apresentando mudanças são as que tiveram polarização entre dois nomes, ao exemplo de Belo Horizonte, que aponta pela primeira vez a possibilidade de segundo turno. Houve confronto duro entre os candidatos. Esse combate político aberto e duro não está presente em Porto Alegre", diz Moura.

UOL Cursos Online

Todos os cursos