Mensalões do PT e PSDB e escândalos do DEM marcam debate em Fortaleza

Do UOL, em São Paulo

Os grandes escândalos nacionais de corrupção marcaram, nos ataques entre candidatos e perguntas de jornalistas, o debate Folha Rede/TV em Fortaleza, exibido na noite desta quarta-feira (12).

Logo no primeiro bloco, o candidato tucano Marcos Cals usou o julgamento do mensalão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para atacar o petista Elmano de Freitas. Na réplica, Elmano rebateu que foi com o PSDB que o PT aprendeu “como se faria” o mensalão.

O candidato do PSDB afirmou que ao invés de brigarem para ver quem pode exibir no horário eleitoral gratuito imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, os petistas deveriam também colocar "os cardeais do PT, como o José Dirceu" --apontado no processo do mensalão como líder do esquema criminoso, que trocaria dinheiro por apoio de parlamentares na Câmara dos Deputados.

Na réplica, o petista questionou porque a propaganda política do tucano, além de exibir depoimentos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), também não exibia o deputado federal mineiro Eduardo Azeredo (PSDB).

Assim como o mensalão do PT, no STF tramita um processo contra Azeredo por financiamento ilegal de campanha num caso que ficou conhecido como “mensalão do PSDB” ou “valerioduto mineiro”, em referência ao publicitário Marcos Valério, pivô dos dois escândalos.

No segundo bloco, foi a vez dos jornalistas Eduardo Scolese e Emerson Tchalian, confrontarem os três candidatos do DEM, PT e PSDB com escândalos envolvendo os respectivos partidos.

Perguntado sobre o impacto em sua candidatura do caso de corrupção do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (DEM), e da cassação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Moroni Torgan defendeu o partido.

“O partido [DEM] teve bom senso. Foi o único partido que afastou aqueles que estavam sendo denunciados e tenho orgulho do partido por ter tomado esse tipo de atitude que infelizmente outros não tiveram a coragem de tomar”, disse Torgan.

Os candidatos do PT e do PSDB voltaram a responder a perguntas sobre o mensalão petista e o chamado mensalão mineiro.

Candidatos do PT e PSDB trocam ataques sobre o mensalão

O jornalista Eduardo Scolese perguntou se o fato do publicitário Duda Mendonça, réu no mensalão do PT, trabalhar na campanha do petista em Fortaleza teria um impacto negativo na candidatura. Elmano afirmou que Mendonça seria apenas um consultor, e que outro profissional é o responsável direto pelo marketing do PT em Fortaleza.

Já Marcos Cals (PSDB) defendeu que os responsáveis, em todos os partidos, sejam punidos. “Se alguém de meu partido está envolvido, que vá para a cadeia”, afirmou o candidato.

Aborto
No terceiro bloco, se dizendo frontalmente contrário à medida, Marcos Cals (PSDB) questionou Elmano de Freitas (PT) sobre qual sua posição sobre a descriminalização do aborto, em análise no Senado, no bojo do projeto de reforma do Código Penal.

O projeto de lei flexibiliza as condições nas quais uma mulher pode interromper a gravidez. Hoje em dia, o ato é possível apenas em casos de estupro ou risco de saúde para a mãe.

O candidato do PT afirmou que Cals “está na eleição errada”, e que deveria concorrer a senador. Elmano também defendeu as políticas do PT para a mulher, como a criação do Hospital da Mulher em Fortaleza.

A descriminalização do aborto já havia sido defendida no debate por Renato Roseno (PSOL), ao ser perguntado pelo jornalista Emerson Tchalian se esta postura não lhe retirava votos.

“Somos favoráveis ao planejamento familiar e a tratar o aborto no âmbito da saúde publica, e não da politica criminal. Não queremos que as mulheres abortem mais, queremos sair da clandestinidade para que essa prática não se multiplique”, afirmou Roseno.

"Voto livre" e padrinhos
Líder nas pesquisas, mas com pouco tempo de TV, Moroni Torgan (DEM) defendeu o “voto livre” contra as “forças poderosas”, e afirmou que tem certeza na vitória, durante suas considerações finais no quarto e último bloco do debate.

Elmano e Roberto Cláudio defenderam as parcerias com os padrinhos políticos de suas candidaturas ao pedirem votos em suas considerações.

Candidato do PT, Elmano reforçou a continuidade da gestão da prefeita Luizianne Lins (PT) e a parceria com o governo federal da presidente Dilma Rousseff (PT).

Já Roberto Cláudio (PSB) frisou a parceria com o governador socialista Cid Gomes e com o petista da presidente Dilma, mas criticou a gestão de Luizianne.

Renato Roseno, do PSOL, disse acreditar na possibilidade de passar para o 2º turno com o apoio do voto das “pessoas livres e conscientes” de Fortaleza.

Heitor Férrer (PDT) defendeu sua trajetória de “serviços prestados aos fortalezenses”, com quatro mandatos como vereador e no terceiro como deputado estadual.

Marcos Cals (PSDB) reforçou ser oposição aos governos municipal, estadual e federal, e defendeu suas promessas de campanha: “o que eu disser aqui está firmado com o povo de Fortaleza”, afirmou.

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