Os problemas na rede de saúde pública de Curitiba dominaram os programas dos quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas no horário eleitoral gratuito desta sexta-feira (31) em Curitiba. O prefeito Luciano Ducci (PSB) admitiu que “nem tudo anda como a gente gostaria”.

Ratinho Jr. (PSC), seu principal adversário, segundo o Datafolha (ambos têm 27% das intenções de voto) reclamou da “espera absurda” nas filas em postos e falou em reabrir um hospital privado que atendia exclusivamente a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Gustavo Fruet (PDT), citado por 20% dos eleitores no Datafolha, apontou “incompetência, falta de preocupação e negligência” na gestão da saúde municipal. E Rafael Greca (PMDB), o preferido de 8% dos eleitores, alfinetou Ducci sobre a paternidade do programa Mãe Curitibana, menina os olhos do prefeito, que é médico e já foi secretário municipal da Saúde.

Levantamento realizado pelo Datafolha em 19 e 20 de julho mostra que, para 37% dos entrevistados, melhorar o atendimento no sistema de saúde pública deve ser prioridade para o próximo prefeito de Curitiba.

Os programas

Ducci optou por mandar novamente ao ar programa já exibido na última segunda-feira (27). Nele, após apresentar uma série de projetos de saúde “adotados como referência em todo o Brasil”, o candidato a reeleição admite que “nem tudo está andando como a gente gostaria que andasse” no sistema municipal de saúde.

Sem propor “soluções milagrosas”, pediu um “voto de confiança para melhorar o que está sendo feito. Me considero o candidato mais capacitado para cuidar dessa área. Vamos investir e trabalhar como nunca”, disse Ducci.

Ratinho Jr. prometeu reduzir a “espera absurda para conseguir uma simples consulta” nos postos de saúde e lançar um programa voltado à saúde dos homens. Também garantiu que irá reabrir o Hospital do Carmo, bairro populoso da região sudeste da capital.

Fechada recentemente pela Vigilância Sanitária, a unidade atendia exclusivamente pelo SUS. “A saída é uma parceria público-privada. Onde a prefeitura vê problema, vou buscar solução”.

Gustavo Fruet (PDT) também optou por re-exibir programa mandado ao ar no início do mês. Nele, o médico Michel Deolindo, do conselho municipal de Saúde, afirma faltarem “gestão, médicos e remédios” na saúde municipal.

Em seguida, o candidato afirmou que “o prefeito não está fazendo o que deve ser feito. E não é falta de dinheiro, mas incompetência, falta de preocupação e negligência.” E prometeu contratar mil profissionais para o setor.

Rafael Greca prometeu ampliar o horário de alguns postos de saúde para desafogar as unidades 24 horas. E, ao falar do programa “Nascer em Curitiba Vale a Vida”, criado por ele, quando prefeito na década de 1990, disse ter se inspirado nos bons resultados da iniciativa para mandar fundir em bronze a estátua “Mãe Curitibana”, obra em barro de 1907, do artista plástico João Zaco Paraná.

Mãe Curitibana é o nome programa de atenção à gestante que é menina dos olhos do governador e ex-prefeito Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci. Mas, para o Greca, trata-se apenas de um novo nome para o seu velho projeto.

De repente, gols

Um problema na geração dos programas eleitorais chamou a atenção de quem resolveu ver o que propõe os candidatos à prefeitura de Curitiba. Quando chegava ao final, o programa de Ratinho Jr. foi interrompido por gols das partidas São Paulo x Botafogo e Flamento x Sport, disputadas nesta quarta-feira (30) pelo Campeonato Brasileiro. Quando a geração dos programas percebeu o erro, o programa de Rafael Greca (PMDB) já ia pela na metade.

O TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) atribuiu o erro à geradora. A geração do programa é feita em rodízio pelas emissoras de televisão de Curitiba. Esta semana, a responsabilidade é da Band Curitiba.

Ao jornal “Gazeta do Povo”, a emissora alegou que o equipamento responsável pela geração dos programas “travou”. Prejudicado pelo erro, Rafael Greca iria procurar o TRE-PR para requerer os cerca de 30 segundos tempo que perdeu para os gols da rodada.