Coadjuvantes marcam 1º debate na TV entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

O primeiro debate na televisão entre candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (2), foi caracterizado pela ausência de ataques incisivos entre os dois principais protagonistas da disputa --o atual prefeito e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), e o ex-ministro Patrus Ananias, postulante petista ao cargo de prefeito da cidade.

O clima de trocas de farpas entre os dois, observado desde o início da campanha em razão do rompimento da aliança PT/PSB na eleição municipal deste ano na cidade, não foi reproduzido no evento, promovido pela “TV Bandeirantes”.

Os momentos mais quentes foram trazidos por Maria da Consolação Rocha (PSOL), que fez críticas tanto à administração socialista quanto à petista, e Alfredo Flister (PHS), arrancando risos da plateia com observações relativas aos cargos ocupados pelo PT na administração municipal que, segundo Flister, seriam 900, considerados em demasia por ele, e sobre rumores de ter se candidatado para apenas “bater em Patrus”.

Os dois figuram com 1% da intenção de votos aferidos na pesquisa de 21 de julho, realizada pelo Datafolha.

“Eu tenho recebido críticas, de que sou candidato laranja, [que teria me candidatado] para bater no Patrus. Eu não sou candidato laranja e posso falar dele. Eu quero passar na frente dele”, disse Flister, arrancando risos da plateia.

Em outro momento, os risos dos que assistiam ao debate vieram após o candidato do PHS afirmar “não entender nada” sobre desassoreamento, ao responder pergunta alusiva à lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais da cidade e que sofre com o assoreamento e a poluição.

Flister salientou que contrataria “profissionais especializados” no assunto, caso seja eleito.   

Outros três postulantes ao cargo de prefeito da cidade não foram convidados em razão da ausência de representantes na Câmara. A fórmula adotada pela emissora é respaldada pela Justiça Eleitoral. Os dois primeiros blocos precisaram ser refeitos por causa de problema no áudio do local onde era realizado o debate.

Lacerda e Patrus, com 44% e 27% de intenção de votos, respectivamente, na pesquisa Datafolha, priorizaram a listagem de ações administrativas de suas gestões --Patrus é ex-prefeito de Belo Horizonte--, e enumeraram planos de gestão para colocar em prática caso sejam eleitos.

Coube a Consolação Rocha um ataque direto a Lacerda, que ocorreu na segunda parte do evento, quando candidatos fizeram perguntas entre si.

Maria da Consolação, em réplica a pergunta feita por ela a Lacerda sobre o déficit habitacional na cidade, afirmou que a prefeitura “compactua” com as construtoras e empreiteiras e retirou de forma truculenta pessoas que invadiram terrenos na cidade.

Lacerda se defendeu afirmado que ela não conhecia a politica de habitação da cidade.

Alfredo Flister criticou tanto PT quanto PSB, dizendo que a disputa na cidade não era “nacional”, em alusão aos padrinhos políticos de Lacerda (senador Aécio Neves – PSDB/MG) e de Patrus (presidente Dilma Rousseff). Ele avaliou também que o aparelhamento da prefeitura, com distribuição de cargos de confiança, seria extinto caso ocupe o cargo de prefeito.

Apenas durante a reedição do 2º bloco, Lacerda ensaiou uma crítica a Patrus, quando questionou suposta declaração do petista sobre hipotética prevalência de repasse maior de verbas da União a Belo Horizonte caso o prefeito fosse um petista.

Na resposta, Patrus se referiu ao período em que foi ministro do governo Lula e classificou de “republicano” o tratamento dado pela União aos Estados durante a gestão na qual foi ministro e afirmou que a presidente Dilma não discriminaria a cidade em razão do partido que a administra. Em troca, o ex-ministro criticou a falta de obras para a ampliação do metrô da cidade e o Anel Rodoviário da capital mineira, classificado por ele como “rodovia da morte”.

O debate se encerrou com Patrus afirmando ter uma “relação de amor com Belo Horizonte”. Já Lacerda disse que a sua gestão fez o ‘maior conjunto de obras da cidade”.
Maria da Consolação disse acreditar na evolução da sua campanha, e Flister alfinetou os “padrinhos” das campanhas de Lacerda e Patrus, ao dizer que eles não vão governar a cidade.

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