O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, enviou, no começo da noite deste terça-feira (31), documento ao presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB), em que diz estar á disposição da comissão para prestar esclarecimentos sobre uma possível relação dele com o esquema do bicheiro Carlos Cachoeira.

No mesmo documento, ele afirma ser "vítima de campanha ardilosa e irresponsável" e coloca seus sigilos bancário e telefônico à disposição da PF (Polícia Federal).

A CPI do Cachoeira investiga ligações do bicheiro com agentes públicos.

Após divulgar o documento, Russomanno cancelou a agenda de quarta-feira (1º). Ele participaria de um debate com todos os candidatos a prefeito, no teatro do Sesc Consolação, sobre infraestrutura para a Copa do Mundo e transparência.

Reportagem publicada hoje no jornal "Correio Braziliense" afirma que o ex-deputado foi citado por um dos investigados no esquema de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em conversa interceptada pela PF com autorização da Justiça.

O candidato à Prefeitura de São Paulo atribuiu a divulgação da informação ao seu desempenho nas pesquisas eleitorais. "Eu atribuo [a denúncia] as condições que estou nas pesquisas", afirmou.

Russomanno é o segundo colocado na última pesquisa Datafolha --tecnicamente empatado na liderança com o candidato José Serra, do PSDB. Serra tem 30% --o tucano tinha 31% no penúltimo levantamento, em 27 de junho-- e Russomanno, 26%, que subiu dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos-- antes ele tinha 24%.

O candidato  também usou a rede social Twitter para falar sobre o assunto. "Para cada ataque que recebo, apresento uma proposta. Para cada ofensa uma ideia nova. Estou sendo injustiçado, mas seguirei em frente", postou o candidato.

Segundo o "Correio Braziliense", o grupo de Cachoeira teria procurado um contato em São Paulo para fazer uma remessa de dinheiro para o exterior. Esse contato, identificado pela PF apenas como Fábio --"pessoa com forte sotaque paulistano", conforme a investigação--, operaria dinheiro de Russomanno fora do país.

"Como sou candidato a prefeito da maior cidade brasileira, tive a segurança de que se tratava de uma atitude irresponsável e certamente perpetrada por pessoa inescrepulosa com fins eminentementes políticos", afirma o candidato no documento enviado à CPI.

CPI

Mais cedo, o deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, protocolou requerimento para convocação do candidato do PRB. O documento pode ser votado em duas semanas.

Russomanno também disse que determinou a “imediata providência judicial” para investigação de crime eleitoral na divulgação da reportagem pelo "Correio Braziliense" e da identidade de quem repassou as informações da PF ao jornal.