PSDB inicia prévias para escolher candidato a prefeito em São Paulo

Mário Rossit

Do UOL, em São Paulo

Em uma disputa esvaziada, em que são esperados 5.000 dos cerca de 21 mil filiados para votar, o PSDB iniciou às 9h deste domingo (25) as prévias que escolherão o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. O ex-governador José Serra,70, é o favorito. Serra enfrenta o secretário estadual de Energia, José Aníbal, 59, e o deputado federal Ricardo Tripoli, 59, em eleições internas inéditas na capital, desde a fundação do partido, em 1988.

Segundo dirigentes tucanos, Aníbal seria o único que poderia desbancar o ex-governador. “Pode vir uma zebra por aí, mas é muito pouco provável”, diz um dirigente estadual tucano que preferiu não se identificar.

A entrada de Serra na disputa ocorreu de última hora, em 27 de fevereiro. Antes, além de Aníbal e Tripoli, estavam na disputa os secretários estaduais Bruno Covas (Meio Ambiente) e Andrea Matarazzo (Cultura). Ambos retiraram seus nomes assim que Serra anunciou que seria pré-candidato. A saída favoreceu o ex-governador, que deverá herdar a maioria dos votos dos dois secretários.

O processo interno de escolha do candidato paulistano, no entanto, começou em outubro do ano passado, após pressão de Aníbal, Tripoli, Covas e Matarazzo --que queriam a indicação do partido. O legenda chegou a organizar debates entre os quatro. O primeiro ocorreu em outubro de 2011, com abertura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Serra, apesar dos pedidos de Aníbal e Tripoli, não participou de nenhuma discussão após ingressar na disputa.

Quando anunciou que ia disputar as prévias, o ex-governador tucano afirmou que sua intenção como candidato era conter o avanço do PT no país. Desde o começo, ele adotou a estratégia de discutir temas nacionais, em detrimento dos assuntos diretamente relacionados à capital. Fez, inclusive, ataques, por meio de artigo publicado no jornal "O Estado de S.Paulo", ao candidato do PT, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad e à política educacional do governo federal.

O anúncio de que seria candidato teve efeito imediato no eleitorado. Após se lançar na disputa, o ex-governador subiu nove pontos em pesquisa de intenção de votos do Datafolha, realizada entre os dias 1º e 2 de março. O tucano apareceu com 30% dos votos, na frente de Celso Russomanno (PRB), que tinha 19%. Haddad, candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 3% à época.

COMO SERÃO AS PRÉVIAS DO PSDB

Quem vota filiados no mínimo há seis meses
Aptos a votar estima-se que 20,8 mil estejam aptos, mas dirigentes esperam 5.000 filiados
Horário das 9h às 15h
Locais votação ocorre em 58 pontos da cidade

Votação

O esquema de votação nas prévias do PSDB neste domingo (25) envolve a contratação da mesma empresa que presta serviços para a Justiça Eleitoral e o treinamento dos mesários. Na disputa interna tucana, serão usados tablets com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com agentes nas quatro regiões da cidade. A operação custou R$ 250 mil ao partido.

A presença dos militantes, no entanto, é uma incógnita. Na lista do diretório municipal do partido, há 21 mil filiados.Os mais otimistas esperam que 8.000 participem da escolha. Os menos falam em 5.000.

O voto só é permitido para quem entrou no partido há mais de seis meses e ainda conste no cadastro da legenda – quem não passou pelo último recastramento, em 2008, não poderá votar. É necessário que o filiado leve um documento com foto e o título de eleitor.

A disputa pela indicação dos militantes movimentou o partido, dizem dirigentes, que apontam a escolha interna como uma “vantagem” e não um indicativo de racha. “Os filiados começaram a se movimentar com as prévias. Entramos na eleição antes que os outros partidos”, afirma outro dirigente tucano.

A escolha ocorre em 58 locais de votação espalhados pela cidade.

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