21/06/2010 - 12h25

Serra diz que Dilma lhe deve desculpas por suposto dossiê

Do UOL Eleições
Em São Paulo

O presidenciável José Serra (PSDB) insistiu durante a sabatina organizada por Folha de S. Paulo e UOL nesta segunda-feira (21) que sua adversária Dilma Rousseff (PT) deveria pedir desculpas a ele e a seu partido por conta do suposto dossiê que teria sido preparado a pedido de integrantes da campanha petista.



A negociação de documentos que poderiam afetar a campanha presidencial do PSDB rendeu troca de ataques entre petistas e tucanos nas últimas semanas. Depois de responsabilizar Dilma pelo assunto, Serra foi processado pelo PT.



“Eu acho que, diante das evidências, caberia uma medida mais dramática de reconhecer, afastar as pessoas publicamente”, disse o presidenciável, referindo-se ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, acusado de negociar a feitura de um dossiê anti-Serra e que segue na coordenação da campanha de Dilma.

“A melhor coisa quando tem um erro que é óbvio é se desculpar e encerrar o assunto. Outra coisa é culpar a vítima. Aquele famoso dossiê dos aloprados parecia que o culpado era a vítima. Não houve um pedido de desculpas, nem nada. Significa que vão continuar fazendo”, criticou o ex-governador de São Paulo.

A respeito de documentos da Receita Federal que vazaram informações sobre outro dirigente tucano, Eduardo Jorge, Serra insinuou a ajuda de petistas no governo para que os dados se tornassem públicos. “Agora é problema da Receita. Por que a Receita vai quebrar o sigilo de alguém? E fazer vazar isso à toa?”, disse.

O presidenciável tucano repetiu os ataques ao governo boliviano, que seria conivente com o narcotráfico. “É impossível que o governo de lá não faça corpo mole. Não tem nada a ver com a Bolívia nem com o povo boliviano. Fui exilado no início na Bolívia. Tenho amor pelo povo boliviano. Mas que o governo lá faz corpo mole, faz”, afirmou.

Serra comentou medidas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que cassou mandatos e promete ser rigoroso nas eleições deste ano. Como exemplo, citou a cassação do ex-governador do Maranhão Jackson Lago (PDT), seu aliado no Estado e rival do clã Sarney, próximo ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O Jackson foi cassado porque o então governador o apoiava, estavam os dois em uma solenidade e o governador anunciou não sei o que. Ele e outros já foram cassados, já foram punidos. Diante da interpretação do TSE, acho que cada caso vai ser tratado isoladamente”, afirmou.

Questionado sobre a falta de uma marca clara em seu governo no Estado de São Paulo, Serra resumiu: “[A marca é] trabalhar muito e fazer as coisas direito. Aqui no Brasil, isso já é razoável”.
 

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