Maioria dos países não cumpre prazo da ONU para novas metas climáticas

Apenas 10 de quase 200 países atualizaram seus novos objetivos climáticos, as chamadas NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas), incluindo novas reduções em suas emissões de gases de efeito estufa, segundo dados oficiais desta segunda-feira (10), dia em que o prazo vence oficialmente.

Muitas das maiores nações poluidoras do mundo não cumpriram o prazo da ONU, ampliando preocupações sobre o comprometimento com o combate ao aquecimento global. O prazo previa que os quase 200 países signatários do Acordo de Paris apresentassem planos detalhados de redução de emissões até 2035. A ausência de novos planos ocorre em um momento de pressão sobre os esforços climáticos, especialmente após a eleição de Donald Trump nos EUA

O que aconteceu

Principais poluidores que não cumpriram o prazo. China, Índia e União Europeia ainda não submeteram suas novas metas. O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, afirmou que a maioria dos países ainda pretende enviar seus planos ao longo do ano. A China declarou que publicará seu plano "no devido tempo".

Importância do Acordo de Paris. O Acordo de Paris de 2015 compromete as nações a limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O ano de 2024 foi o primeiro ano a ultrapassar 1,5ºC de aquecimento. "O público tem o direito de esperar uma forte reação de seus governos ao fato de que o aquecimento global já atingiu 1,5 grau Celsius por um ano inteiro, mas não vimos praticamente nada de real substância", disse Bill Hare, presidente-executivo do instituto de ciência e política Climate Analytics.

Quem apresentou novas metas. EUA, Reino Unido, Brasil, Japão e Canadá enviaram novos planos climáticos. Na América do Sul, além do Brasil, Equador, Uruguai e Colômbia atualizaram suas NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Andorra, Suíça e Reino Unido também enviaram metas revisadas.

Impacto da política climática dos EUA. Os Estados Unidos atualizaram sua NDC em novembro, mas a retirada anunciada pelo presidente Donald Trump do Acordo de Paris e corte de investimentos federais em energia limpa pode tornar esse gesto apenas simbólico.

Preocupação com o futuro das ações climáticas. Apenas 10 de quase 200 países submeteram novas metas. A ausência de planos climáticos de grandes emissores levanta preocupações sobre o comprometimento global. A UE afirmou que seu plano será divulgado na COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém.

Financiamento global e necessidade de planos ambiciosos. A ONU reforça que esses planos climáticos definirão como os governos acessarão parte dos US$ 2 trilhões investidos em energia limpa e infraestrutura globalmente. Stiell chamou esses documentos de "os mais importantes deste século". Para limitar o aquecimento aos níveis acordados em Paris, as emissões globais precisam ser reduzidas pela metade até 2030.

*Com informações de AFP e Reuters

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