Mais intensos e mortais: como o aquecimento global está turbinando furacões
Os cientistas alertam que o aquecimento global está intensificando a força destrutiva dos furacões em níveis sem precedentes. Nos últimos dias, o furacão Milton se formou no Golfo do México e chegou à Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta.
Furacões e mudanças climáticas
Superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, o que dá mais energia às tempestades. Consequentemente, isso intensifica seus ventos.
Aquecimento da Terra em mais de 1ºC, o que já aconteceu, aumentou em cerca de 40% o potencial destrutivo dos furacões, segundo Michael Mann, climatologista da Universidade da Pensilvânia, à AFP.
Mudança climática também está causando o aumento do nível do mar. Isso torna as tempestades mais severas e as inundações costeiras mais prováveis e prejudiciais, segundo Karthik Balaguru, cientista climático e de dados do Pacific Northwest National Laboratory, em entrevista ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Technology Review.
Além disso, à medida que o ar fica mais quente, ele pode reter mais água, o que significa que haverá mais chuva durante as tempestades. Tudo isso pode resultar em mais inundações durante os furacões.
Tempestades estão se tornando mais propensas a parar em um só lugar, despejando mais chuva em áreas concentradas —como aconteceu com o furacão Harvey em Houston em 2017, segundo artigo do MIT.
Alguns estudos também vinculam esse efeito à mudança climática, embora a conexão não seja tão certa quanto outras, diz Balaguru. Mudanças regionais na circulação atmosférica também podem afetar as áreas com maior probabilidade de serem atingidas por tempestades.
'Vocês sabem o que está causando isso'
Um meteorologista que falou sobre o potencial de destruição do furacão Milton ficou emocionado em uma entrevista ao vivo. John Morales, da emissora norte-americana NBC 6, pediu desculpas quando a voz ficou embargada.
É simplesmente um furacão incrível, incrível, incrível (...) Peço desculpas. Isso é simplesmente terrível.
John Morales, meteorologista
Morales explicou que o furacão ganhou força no Golfo do México. Na região, segundo ele, "os mares estão incrivelmente quentes".
Você sabe o que está causando isso. Não preciso dizer a vocês: aquecimento global. A mudança climática [está] levando a isso e se tornando uma ameaça crescente.
John Morales, meteorologista
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