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Amizade entre influencer e capivara viraliza nas redes: 'Conexão especial'

O jovem Agenor com a Filó, capivara adotada desde criança Imagem: Arquivo pessoal/Agenor Bruce Tupinambá

Caroline Apple

Colaboração para Ecoa, em São Paulo (SP)

27/03/2023 06h00

Baby, Rosa, Filó, Canibal, Curumin, Baixota e Safadona. É assim que o estudante de agronomia Agenor Bruce Tupinambá, 23, morador da zona rural de Autazes (AM), chama os seus companheiros, animais silvestres que vivem no quintal da sua família e que, recentemente, viralizaram nas redes, fazendo de Agenor um legítimo influenciador digital ribeirinho.

Tudo começou em 2019, quando o jovem decidiu postar vídeos para mostrar como é a vida ribeirinha. Em sua rotina à beira do rio, muitos seguidores ficaram encantados com a sua intimidade com a fauna local e com a sua relação de afeto com búfalos, porcos, capivaras, bezerros, dentre outros bichos que ganharam de Agenor um nome.

Como resultado, só no Instagram já são quase 300 mil seguidores, mas é no TikTok que o estudante realmente faz sucesso, com 1 milhão de fãs acompanhando a sua rotina no bioma amazônico. Lá atrás, foi sua amizade com a capivara Filó que acabou viralizando, contribuindo para tamanho sucesso do agora influencer. É com ela que Agenor passeia, dorme e toma banho de rio, como podemos ver em seus vídeos nas redes.

Roeu um carregador? 'Plaquinha da vergonha' pra ela

Quem acompanha os vídeos de Agenor já conhece a famosa "plaquinha da vergonha". Sua fiel amiga capivara, por vezes, acaba roendo o carregador do seu celular ou fazendo outras traquinagens, para a diversão dos seguidores. Filó também costuma aparecer tomando banho ao som de algum hit do momento.

Na zona rural amazonense, o jovem Agenor Tupinambá está encantando seguidores por seu afeto com os animais Imagem: Reprodução/Instagram

"Desde pequeno fui ensinando a amar e respeitar os animais, sempre existiu esse amor. Me sinto livre quando estou com eles. Os animais e a natureza, no geral, nos transmitem energias que são impossíveis de descrever. E essas conexões são tão especiais que se tornam amizades, como a que eu tenho com a Filó e também com o porquinho, Baby, e a papagaia, Rosa, que geralmente são animais que ficam dentro da minha casa", conta o estudante em entrevista a Ecoa.

De Taffarel a Wandinha, os muitos amigos de Agenor

Agenor sabe que uma boa relação de afeto não acontece sem apego aos nomes, cuidadosamente escolhidos de acordo com a personalidade dos bichinhos.

"Para quem vê de fora, as búfalas são todas iguais, mas para mim cada uma tem sua característica. A Baixota, por exemplo, é a mais baixa de todas, já a Cutia tem uma carinha bem pequena e a Safadona guia as outras búfalas até o terreno dos outros, tem cara de cínica e se esconde nas matas na hora da ordenha", diz ele.

A capivara Filó com a sua 'plaquinha da vergonha' Imagem: Reprodução/Instagram

Além da capivara Filó, outro animal acolhido pelo estudante foi um pato mergulhão selvagem, o Taffarel, que recebe peixe fresco todas as manhãs da janela da casa do Agenor.

"Eu cativei o Taffarel dando peixe para eles todos os dias, mas ele é livre. Ele aparece a cada duas ou três semanas e passa dois ou três dias aqui. Dei esse nome porque não tinha um peixe que ele não pegava, então o chamei de Taffarel, o goleiro que pega todas", se diverte.

Na escolha dos nomes, aparecem, inclusive, referências culturais bem recentes e que, à primeira vista, podem não remeter à vida pacata da zona rural amazonense. É o caso de uma das vacas, que ganhou o nome de Wandinha. Fã da série dirigida por Tim Burton, Agenor notou que o tamanho diminuto, a cor preta e a formosura da vaquinha tinham tudo a ver com a famosa personagem da Família Addams.

No pôr do sol, Agenor descansa acompanhado de um dos seus amigos Imagem: Reprodução/Instagram

Amizade de milhões (de seguidores)

Agenor precisou se acostumar rápido com o sucesso, principalmente com a proporção tomada por sua amizade com Filó, que o levou à casa dos milhões de seguidores no TikTok.

Filó chegou à fazenda por intermédio de um primo, que mora próximo a uma aldeia indígena. Na floresta, a capivara é um produto da caça, e foi durante uma caçada que a mãe de Filó foi abatida. Segundo Agenor, os indígenas só perceberam que a capivara estava prenha na hora de preparar a caça para a alimentação — foi quando conseguiram resgatar o filhote ainda vivo, no caso, a pequena Filó.

"Os indígenas deram o filhote para o meu primo, que decidiu me dar de presente. Então, comecei a cuidar da Filó desde muito pequena. E, assim como eu já fazia com os outros animais que eu tinha, passei a postar vídeos dela também, mas, neste caso, o conteúdo viralizou e em três dias eu passei a ter quase 1,4 milhão de seguidores, juntando TikTok e Instagram", conta.

'Quero divulgar minha região, minhas origens'

Mas o que mudou em sua vida desde então? Agenor diz que, grosso modo, sua rotina continua a mesma, com novos horizontes de trabalho e renda, além dos famosos "recebidos", que incluem mimos inclusive para a Filó, como roupas, camas, xampu, biscoitos e até uma 'filózinha' em versão amigurumi (boneca de crochê).

Já o jovem influencer costuma ganhar bonés, roupas e até um celular mais moderno, para aprimorar sua produção de conteúdo. "Consegui alcançar meu objetivo. Agora quero continuar trabalhando como influenciador para divulgar minha região, minha cultura e minhas origens", finaliza.

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