Papo Preto #85: A necessidade de incluir pautas PCD em todas as lutas

A ativista PCD Júlia de Aquino é preta, lésbica e portadora de deficiência. De todas as pautas por que milita, a mais difícil é a PCD, que, segundo ela, não está incluída nos recortes de raça, gênero ou cor. Neste episódio de Papo Preto, ela conta ao apresentador Yago Rodrigues o que a motivou a criar perfis nas redes sociais para levantar suas bandeiras.

Ser uma produtora de conteúdo digital não estava nos planos de Júlia inicialmente, mas ela foi muito bem aceita quando criou o perfil Milita PCD em 2019. "Criei porque percebi que muita gente, mesmo próxima de mim, tinha uma visão distorcida do que é uma pessoa com deficiência. Queria desmistificar isso e mostrar que uma pessoa com deficiência pode fazer tudo o que quiser" (a partir de 6:02 do arquivo acima).

Nas redes sociais, Júlia divide suas angústias e troca ideias com pessoas que compartilhavam com ela os mesmos problemas. "Aos poucos eu fui gostando e acho que as pessoas também foram tomando gosto. Hoje não estou lá com tanta frequência, mas sinto que as pessoas continuam ali e têm um apreço por mim e pelas minhas causas" (a partir de 7:32 do arquivo acima).

Atualmente, ela está inserida em um grupo chamado Vozes Negras com Deficiência Importam (VNDI), que é um grupo de pessoas pretas com deficiência. "Estamos nos organizando em um coletivo para pensar melhorias para a gente em formas de luta, de trabalhar as dificuldades juntos. Nós, além de enfrentarmos o racismo, enfrentamos o capacitismo também. Inclusive por parte de outras pessoas pretas" (a partir de 10:17 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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