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Ação distribui alimentos e sementes para plantio em comunidades de RS e MS

Frei Sérgio (de preto) diz que trabalho para alimentar as pessoas nunca foi tão imperativo - Arquivo pessoal
Frei Sérgio (de preto) diz que trabalho para alimentar as pessoas nunca foi tão imperativo Imagem: Arquivo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, no Recife

30/03/2022 06h00

A preocupação com a segurança e soberania alimentar e o combate à fome são prioridades para o IPCJ (Instituto Cultural Padre Josimo), que já ajudou a distribuir cerca de 60 toneladas de alimentos durante a pandemia da covid-19.

O trabalho atua de duas formas: comida para quem tem fome e sementes para os que querem — e podem — cultivar. No total, mais de cinco mil famílias de comunidades do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso do Sul foram beneficiadas.

De acordo com o coordenador do ICPJ, frei Sérgio Görgen, 65 comunidades de 42 municípios em RS e MS receberam 21 toneladas de sementes crioulas somente em 2021.

"O instituto foi fundado em 2004, e sempre teve o combate à fome como um de seus eixos. Principalmente pela via da produção de alimentos, feiras populares etc. No entanto, com a pandemia as ações precisaram ser reforçadas e o trabalho nunca foi tão imperativo", explicou o frei a Ecoa.

O sacerdote detalhou que as ações de distribuição de alimentos têm parcerias. Entidades como a Cáritas, a Rede de Comunidades Santo Isidoro, Comissão Pastoral da Terra, Diocese de Bagé, MPA, MST, cooperativas camponesas e voluntários que contribuem anonimamente ajudam a dar continuidade aos trabalhos.

Autossuficiência e sementes

sementes - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Ação também quer contribuir para autossuficiência alimentar por meio da distribuição de sementes
Imagem: Arquivo pessoal

Em paralelo, o Instituto Padre Josimo leva a camponeses, quilombolas e indígenas a possibilidade de autossuficiência alimentar por meio da distribuição de sementes. A intenção é que essa população consiga sua própria alimentação por meio do plantio.

"Fomos nos envolvendo com as sementes crioulas e as mudas, para que as pessoas pudessem produzir seu próprio alimento nos assentamentos, aldeias indígenas, quilombos. Durante a pandemia, essa necessidade ficou muito mais forte", explicou o frei.

Ele conta que também é feito um trabalho de entrega de alimentos para famílias, comunidades e associações. "As sementes são um pouco mais complexas, pois temos que correr com um projeto organizado com produção, colheita, beneficiamento e a entrega."

Boa parte dos alimentos doados, ressalta frei Sérgio, vem da solidariedade de famílias assentadas. São doações de pequenos agricultores, por meio de suas cooperativas, e apoio de entidades nacionais e internacionais. Há ainda as doações de pessoas amigas do instituto, que preferem o anonimato.

Não existe cadastro para receber as doações, lembra o religioso. No entanto, já existe um público-alvo determinado. "As comunidades foram identificadas por trabalhos que já vêm sendo feitos há anos. Tentamos beneficiar o máximo de famílias locais, confiando na organização local", disse.

Frei Sérgio Görgen destaca que a fome é um drama que não espera. Não só exige ações imediatas, mas também ações de planejamento estratégico que apontem para a produção de alimentos e a superação das causas da fome.

Para saber sobre o ICPJ, basta acessar o site da entidade. Doações em dinheiro podem ser feitas por PIX: instituto@padrejosimo.com.br (chave-e-mail)