Empresária ensina costura e doa máquinas a mulheres desempregadas em SP
A proprietária de uma malharia de Araçatuba, no interior de São Paulo, resolveu ajudar mulheres que ficaram desempregadas durante a pandemia do coronavírus. Ela criou um projeto para treiná-las em corte e costura.
As peças confeccionadas durante as aulas são vendidas e a renda é utilizada para comprar máquinas de costura para as alunas. O projeto 'Dorcas Aprendiz de Costureira' possibilita a elas montarem seus próprios ateliês.
A ideia surgiu em meio à crise sanitária, quando a proprietária da Malharia Monalisa, Mônica Fonseca, notou a dificuldade de algumas mulheres do entorno, que haviam perdido seus empregos. Ela parou para pensar em uma forma de ajudar e se lembrou de uma antiga vontade que tinha de compartilhar seu conhecimento técnico.
A Ecoa, Mônica contou que o projeto já estava sendo maturado havia algum tempo. Quando chegou a pandemia, decidiu tirá-lo do papel. "Vi nas redes sociais muitas mulheres precisando de ajuda, e pensei que poderia treiná-las e dar-lhes uma alternativa para ganharem algum dinheiro enquanto não conseguissem recolocação no mercado de trabalho", disse.
Repassou ensinamentos da mãe
A empresária recordou dos ensinamentos que recebeu da mãe e criou um plano de ensino. "A minha maior motivação é a minha mãe, a Dona Vida, costureira já falecida. Ela também era professora de corte e costura, e cresci vendo esse amor dela com as pessoas", disse.
Para participar do projeto Dorcas, as interessadas precisam se cadastrar pelas redes sociais. Sempre que abrem novas vagas, um anúncio é colocado no perfil na internet. A preferência é dada às mulheres que sonham em aprender a costurar.
"O curso ocorre aos sábados, das 8h às 17h. Eu ensino a tirar as medidas, traçar, modelar, cortar e, finalmente, costurar. A matéria-prima é cedida pela Malharia Monalisa, maior patrocinadora do projeto. No ano passado, tínhamos três patrocinadores que ajudavam mensalmente, mas, diante da dificuldade financeira, eles acabaram suspendendo a ajuda", ressaltou.
Mônica explicou ainda que "Dorcas" é um nome bíblico de uma costureira que fazia túnicas para doar aos necessitados.
A presidente do projeto acrescentou que, mesmo antes de terem concluído o treinamento, as alunas já produzem e vendem peças em suas casas.
"Por ser somente aos sábados, são poucas aulas e não há tempo suficiente para a aprender tudo. Atualmente, as 12 mulheres que estão matriculadas no projeto já têm ateliê montado. A maioria delas ganhou máquinas no projeto para começar", acrescentou.
Poliana Souza conheceu o projeto pelas redes sociais. Ela se cadastrou, iniciou o curso e atualmente se vira fazendo pequenos consertos. Mãe dois filhos, a única renda da casa era a do marido, que agora conta com sua ajuda. "Não fico sem fazer nada. Sempre aparece um conserto ou uma barra de calça, uma roupa que rasgou, e faço máscaras de proteção", contou.
O projeto aceita doações. Quem quiser ajudar, pode transferir qualquer valor por PIX: 33670805000100 (chave-CNPJ). Para saber mais sobre o projeto, basta acessar a página no Facebook ou procurar a organização por telefone (18) 99147-3549
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