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‘Mulheres da Parada’ leva alimentação e empoderamento a mulheres do RJ

O projeto prioriza o atendimento das mães solo, que são as que mais passam fome - Arquivo pessoal
O projeto prioriza o atendimento das mães solo, que são as que mais passam fome Imagem: Arquivo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, do Recife

22/11/2021 06h00

Um grupo formado apenas por mulheres, motivado pelo efeito da pandemia do novo coronavírus sobre as populações mais pobres, resolveu criar um projeto para levar apoio a famílias de Parada São Jorge, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

O coletivo 'Mulheres da Parada' surgiu em março de 2020 e montou um mercado solidário, além de ações de empoderamento das mães de famílias da comunidade. Mais de mil pessoas são atendidas.

De acordo com a direção da iniciativa, a insegurança alimentar que as famílias de baixa renda estavam vivendo em virtude da primeira onda da pandemia sensibilizou a todas.

"Muitos trabalhadores informais ficaram sem renda por conta das medidas de isolamento e distanciamento social. As pessoas que estavam desempregadas estavam com dificuldades ainda maiores para se inserirem no mercado de trabalho", explica Letícia da Hora, uma das coordenadoras.

O trabalho atua em diversas frentes que visam o empoderamento, desenvolvimento social sustentável e bem-estar de pessoas em vulnerabilidade social ou econômica.

Letícia conta que o Mercadinho Solidário é um espaço improvisado em uma garagem, onde são disponibilizados alimentos em prateleiras para que as famílias que estão em insegurança alimentar façam suas "compras" do mês gratuitamente.

Essas pessoas têm a possibilidade de escolher qual alimento e qual a quantidade levar. Diferentemente da cesta básica, que é fechada e sem nenhuma personalização de acordo com o hábito alimentar ou número de componentes da família.

Mulheres da parada - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
No Mercadinho Solidário, mulheres escolhem e levam de graça os mantimentos da cesta básica que precisam
Imagem: Arquivo pessoal

Outra ação é a chamada Donas da Agro. Trata-se de uma ação de preservação, recuperação e educação ambiental para territórios periféricos realizados com a plantação de agroflorestas, hortas comunitárias e hortas domésticas.

A intenção é promover a geração de renda, soberania alimentar e nutricional em comunidades urbanas. Segundo Letícia, as ações são protagonizadas por mulheres de periferias.

Outro braço do projeto é o Donas da Parada. Nele, as coordenadoras impulsionam mulheres a serem donas de si, a idealizarem e empreenderem em seus negócios e seus projetos de vida.

"Nas capacitações na área da beleza, nos workshops e encontros são abordados temas do contexto feminino, como: sexualidade, beleza, saúde, autocuidado, violência de gênero, violência doméstica, empreendedorismo feminino", explica Letícia. "Tudo a fim de provocar reflexões, promover a autoestima, o empoderamento feminino e a geração de renda que é o principal motivo pelo qual as mulheres ingressam no projeto."

Letícia ressaltou que é dada prioridade de atendimento às mães solo. Ela explica que essas mães são as mais vulneráveis e que mais passam fome. "Estamos aqui para isso. Deus nos abençoa para sermos abençoadores. Eu ainda fico pasma como, sem condições financeiras, nós conseguimos alimentar e empoderar tantas pessoas."

Daniela Cordeiro, 38 anos, é dona de casa e encontrou apoio no projeto. Ela conta que está desempregada e tem três filhos e um neto dependendo dela. O 'Mulheres da Parada' foi uma ajuda providencial para sua família.

"Conheci por meio de uma amiga. Ela me viu passando por uma situação difícil e me passou o contato da Letícia. E ela prontamente me disse para ir lá no mercadinho solidário. A gente pode pegar o que precisar. O limite é só o bastante para não faltar para outra família. Agradeço a Deus pela ajuda do projeto", diz ela.

O projeto lançou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos: https://vaka.me/1285346
Mas doações em dinheiro também podem ser feitas por PIX: 39780419000149 (chave-CNPJ) - Donas da Parada.
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ara saber mais, basta acessar o perfil do projeto no Instagram.