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Países lançam aliança para sair da indústria de óleo e gás

Cartaz empunhado por manifestante em protesto durante a COP26 mostra o planeta Terra pedindo socorro - Yves Herman/Reuters
Cartaz empunhado por manifestante em protesto durante a COP26 mostra o planeta Terra pedindo socorro Imagem: Yves Herman/Reuters

11/11/2021 16h04

GLASGOW, 11 NOV (ANSA) - Costa Rica e Dinamarca lançaram oficialmente nesta quinta-feira (11), durante a COP26, em Glasgow, uma aliança para sair da indústria de petróleo e gás, principal responsável pela emissão de gases do efeito estufa.

O projeto busca preencher uma lacuna na cúpula climática da ONU, cujo esboço da declaração final faz apenas uma breve menção aos combustíveis fósseis, apesar de seu papel determinante para a crise climática na Terra.

A Aliança Além do Petróleo e Gás (Boga, na sigla em inglês) também tem a adesão plena de França, Irlanda e Suécia, do País de Gales, integrante do Reino Unido, da província canadense de Québec e da Groenlândia, região ártica pertencente à própria Dinamarca.

Os membros plenos da Boga se comprometem a não autorizar novas licenças ou concessões para exploração e produção de petróleo e gás e a estabelecer uma data para encerrar a extração nos territórios sob sua jurisdição.

Já Portugal, Nova Zelândia e o estado da Califórnia, nos EUA, aderiram como "membros associados", o que significa o compromisso de dar "passos significativos e concretos que contribuam para a redução da produção de petróleo e gás", como o fim de subsídios para essa indústria.

A Itália é a única signatária que aderiu como "amiga", status que prevê apenas a assinatura da declaração da aliança.

Esse texto diz que os compromissos climáticos estão sendo "minados pela produção atual e planejada de combustíveis fósseis", que precisaria cair entre 3% (gás natural) e 4% (petróleo) por ano até 2030, e em taxas mais elevadas a partir de então, para garantir um aquecimento global máximo de 1,5ºC neste século em relação aos níveis pré-industriais.

"Os planos atuais dos governos, no entanto, apontam para um aumento de 2% ao ano na produção de combustíveis fósseis. Em 2030, isso resultaria em mais que o dobro de uma produção consistente com o limite de 1,5ºC", alerta a declaração.

Além disso, a Agência Internacional de Energia afirma que a demanda por petróleo e gás natural precisa cair 75% e 55%, respectivamente, entre 2020 e 2050 para garantir o objetivo de zerar as emissões líquidas de CO2 até a metade do século.

"Isso significa que não precisamos de nenhum novo campo de petróleo e gás além daqueles já aprovados até 2021", acrescenta o texto disponível no site da aliança.

Apesar de não ter assumido o compromisso de sair da indústria de combustíveis fósseis, o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, comemorou a adesão. "Temos ideias claras: um grande plano para fontes renováveis com 70 bilhões de watts para os próximos nove anos, para chegar em 2030 com 70% de energia elétrica limpa", disse. (ANSA).

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