Achados em ações ambientais, brinquedos viram alegria de creche em Maceió

O Centro Municipal de Educação Infantil Benevides Epaminondas da Silva, em Riacho Doce, no litoral norte de Maceió, recebeu nesta quarta-feira (15) a doação de brinquedos que foram encontrados em praias monitoradas ambientalmente.
A ideia de doar o material surgiu a partir do trabalho do Instituto Biota de Conservação, que atua pela preservação de tartarugas e mamíferos marinhos em seu hábitat. Durante ações na orla, o pessoal do instituto se depara com um volume grande de objetos e, principalmente, brinquedos perdidos.
"Nós já doávamos esses brinquedos coletados para amigos. Os brinquedos da minha filha mesmo são todos coletados nessas nossas ações. Agora resolvemos fazer algo mais social, que tivesse um cunho ambiental para que eles possam ser reutilizados por crianças. A partir de agora será uma rotina", conta Bruno Stefani, coordenador do Instituto Biota.
A primeira doação fez parte das ações promovidas para o Dia Mundial de Limpeza de Praias, celebrado amanhã. Foram doadas 152 unidades de todos os tipos de brinquedos de praia: baldes, pás, modeladores de areia.
O material foi coletado pela voluntária da ONG, a técnica de enfermagem Suely Marques do Santos. Ela trabalha meio expediente e dedica um horário do dia para ajudar na preservação ambiental do bairro onde mora.
"Eu atuo com monitoramento de desova e nascimento de tartarugas na área que vai do bairro da Pescaria até aqui Riacho Doce. São cerca de 6 km, e fazia isso três vezes por semana antes da pandemia. Hoje faço menos vezes, mas sempre encontro esses brinquedos esquecidos por crianças", conta.
Além de brinquedos, ela conta que acha muitos outros itens.
Um dia desses levei 80 lâmpadas que achei jogadas fora para descarte, isso me chamou a atenção. E outro dia achei um gato, com uns três meses de vida, e ele hoje está com a gente
Antes da ONG decidir doar à creche, ela conta que, de forma individual, doava os brinquedos que coletava. "Já havia feito uma doação a outra creche lá do [bairro do] Barro Duro, e doei tampinhas achadas a um hospital", lembra.
Festa para recepção
O dia foi de festa na creche em Riacho Doce. Ecoa acompanhou a entrega ao centro infantil, que atende 135 crianças de dois a cinco anos. São filhos e filhas de moradores da região do litoral norte de Maceió. "Hoje estamos na fase final de obras para recebermos novamente as crianças todos os dias", conta a diretora Maria Joselma Cavalcanti.
O bairro de Riacho Doce é formado por uma tradicional comunidade, em sua maioria, de pescadores e boleiras artesanais. Afastado do centro (18 km), a localidade vive em harmonia com o mar e com a natureza.
Como o local está fechado para aulas, para receber os brinquedos e recepcionar o pessoal do Instituto Biota, ela convidou seis crianças e mães.
"Como é uma quantidade grande de brinquedos, vamos usar com todas as crianças, tanto aqui na nossa sede como nas ações que fazemos na praia", afirma.
A pequena Lorena Mirele, 4, foi uma das crianças que era só alegria ao receber os brinquedos. "Gostei demais de todos!", diz a pequena, que é neta de um tradicional pescador da região. "Essa creche é fundamental para que a gente possa deixar nossos filhos em segurança e ir trabalhar. Ficamos muito felizes em ver ela recebendo esse brinquedos", conta a mãe de Lorena, Paula Gonzaga. 25.
A vice-diretora da escola, Márcia Anitte, explica ainda que um dos focos do centro infantil é dar consciência ambiental às crianças que lá estão matriculadas.
"Uma vez por semanas nós vamos à praia com elas, fazemos elas sentirem e perceberem a importância da natureza. Lá, falamos de preservação ambiental e ensinamos como preservar nossa praia", diz.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso