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RetailTech brasileira compensa o dobro de sua emissão de carbono em 2021

Empresa substitui plástico virgem por plástico retirado do litoral nas embalagens de produtos - Divulgação
Empresa substitui plástico virgem por plástico retirado do litoral nas embalagens de produtos Imagem: Divulgação

Lígia Nogueira

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

11/08/2021 10h58

A startup do mercado varejista Amaro passou a compensar o dobro de suas emissões de carbono em 2021, tornando-se a primeira empresa de consumo brasileira 100% CO² negativo. A companhia busca neutralizar, este ano, 30 mil toneladas de emissões, o equivalente a duas vezes mais do que seria necessário para ser uma empresa carbono neutro.

A marca fez um mapeamento de toda a cadeia para entender onde poderia haver redução de impacto, em uma ação contra as mudanças climáticas. Nos últimos anos, investiu na produção de uma linha fitness com fibras biodegradáveis e em óculos de acetato sustentáveis, transformou suas lojas físicas em pontos de coleta seletiva e modernizou os processos de produção, principalmente na categoria de jeans, para economizar 100 mil litros de água por ano. Além disso, substituiu o plástico virgem por plástico retirado do litoral nas embalagens de produtos.

"Com isso, conseguimos reduzir o impacto onde era possível e decidimos que no que não fosse, iríamos compensar externamente, mas indo além. Disso veio a iniciativa de compensar o dobro. Nosso direcionamento é medir, reduzir o que é possível e compensar o dobro do que emitimos, ano após ano, uma vez que esse processo é contínuo", diz o CEO da Amaro, Dominique Oliver.

Em 2021, a RetailTech emite um volume estimado de 15 mil toneladas de CO², e compra duas vezes essa quantidade em créditos de carbono (30 mil toneladas). "O mapeamento e a contabilização das emissões de carbono foram desenvolvidos visando identificar o quanto a operação impacta o meio ambiente, utilizando uma métrica reconhecida e utilizada por órgãos consolidados, como a ONU", afirma o executivo.

O parceiro do projeto foi a empresa Green Solutions, consultoria que auxiliou na coleta de dados, formação de premissas e desenvolvimento de cálculos. O cálculo de pegada de carbono da empresa considera o impacto dos produtos (matéria-prima, manufatura, armazenamento, transporte e entrega), que corresponde a 95%, e atividades corporativas (5%), como viagens, servidores, e guide shops (lojas físicas).

"No mapeamento, fomos bastante minuciosos. Coletamos os dados de impacto de nossos fornecedores e desenvolvemos uma base de dados contendo os números de todas as etapas calculadas e controladas por eles, como consumo de energia elétrica, tipo de embalagens, transporte das matérias-primas e peças durante o processo produtivo. Nem todos os fornecedores têm um controle detalhado sobre estas etapas, principalmente as relacionadas à matéria-prima, portanto nos reunimos com os fornecedores de nossos fornecedores, ampliando a profundidade da informação e chegando o mais próximo possível da fonte de todos os dados", diz Oliver.

Quando o dado estava fora do alcance, afirma ele, a empresa usou bibliografias que jogavam o impacto para cima, garantindo a cobertura da pegada de maneira ampla. "O inventário seguiu a ferramenta de cálculo do GHG Protocol Brazil e os resultados constam do nosso relatório de sustentabilidade, disponível em nosso site."

Neutralização de carbono financia projetos socioambientais

A neutralização de carbono promovida pela companhia financia dois projetos ambientais por meio da compra de créditos de carbono. "Nós nos unimos à Moss para apoiar o Projeto Fortaleza Ituxi, que visa proteger a floresta no município de Lábrea (AM), e à Biofílica, em apoio ao projeto de coleta de biogás em aterros sanitários. Ambas são especializadas na compra e venda de créditos de carbono para conservação de florestas e iniciativas socioambientais. Os projetos de compensação são verificados pela Verra, mais renomada certificadora mundial de créditos de carbono, com código de blockchain", conta Oliver.