AMAR-mita leva comida e amor para Heliópolis-SP desde o início da pandemia
O que antes era apenas uma diversão entre amigos se tornou uma grande ação de solidariedade em São Paulo. Desde março do ano passado, o coletivo AMAR-mita entrega cerca de 70 refeições toda semana para uma comunidade de moradores na favela de Heliópolis, na Zona sul da cidade.
O projeto se tornou um coletivo, e tem o profissional de marketing Adriano De Luca, de 36 anos, como representante. Ele conta que sempre se reunia com os amigos para cozinhar, conversar e passar o tempo, mas, com a pandemia, foi preciso parar.
"A cidade parou. Logo começamos a ver nos jornais as notícias de que quase nada estava funcionando e nem tinha previsão de voltar. Os efeitos da pandemia estavam em todos os lugares, comércios, empresas, gente que fazia bicos e autônomos, e principalmente na população em situação de vulnerabilidade. Todo mundo se deu mal", lembra.
Pensando em como poderia ajudar a reverter a situação, ele resolveu montar marmitas para entregar no bairro em um dia, quando acabou cozinhando demais e não queria congelar o excedente. "Eu não organizei logística nenhuma. Simplesmente saí para entregar, mas depois percebi que poderia melhorar", conta.
Ele então entrou em contato com os mesmos amigos que antes se reuniam para cozinhar e contou que queria ajudar as pessoas com comida. Os amigos toparam na hora e o coletivo começou a ganhar vida. A primeira entrega foi em 20 de março de 2020. Eles procuraram a ONG Uniafro, e entregaram 10 a 15 marmitas para ajudar a população assistida pela instituição.
Já na semana seguinte, uma comunidade em Heliópolis entrou em contato e disse que estava precisando de doações. O grupo então direcionou as atividades para lá, onde conheceu a Dona Alda, de 58 anos, líder da comunidade. "Ela faz um trabalho incrível na comunidade, vê quem está precisando, reúne esses dados e distribui as marmitas", comenta.
Par manter a produção de marmitas e obedecer às restrições impostas pela pandemia, cada um cozinha na sua casa e depois uma pessoa reúne tudo, monta as marmitas e entrega. Recentemente, o grupo ganhou um freezer industrial para armazenar os alimentos, e profissionalizou os utensílios de cozinha com a aquisição de panelas maiores com arrecadação.
Com o tempo, o Adriano foi conhecendo melhor a Dona Alda e a comunidade em Heliópolis, e começou a diversificar as doações. Ele conta que levou livros infantis, roupas, itens de higiene e brinquedos. "As pessoas chegam com o que podem doar. Tudo é bem-vindo, desde que esteja em boas condições de uso ou consumo", explica.
Em 16 meses, AMAR-mita já entregou 5.700 frutas e 4.500 refeições, somando 2,3 toneladas de alimentos preparados. O projeto já conta com mais de 250 apoiadores e doadores, e hoje funciona com 15 integrantes na equipe, atendendo a uma comunidade fixa de 60 pessoas, além de ações pontuais no Dia das Crianças, Campanha de inverno e Ceia de Natal, entrega recorrente de refeições para moradores de rua na Sé e no Glicério, região central da cidade.
"Sou espiritualizado, tenho minhas crenças, mas estamos vivendo momentos difíceis, então temos que ter muita fé em nós mesmos e na nossa comunidade de que podemos ser melhores como sociedade", diz o idealizador.
Para conhecer mais sobre AMAR-mita, os voluntários, as entidades parceiras e fazer contato com eles, acesse: https://amarmitaprojeto.wordpress.com/ e https://www.instagram.com/a_mar_mita/
Doações podem ser feitas pelo PIX adrianodeluca@gmail.com
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