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Zap do Bem: vizinhos se unem, via WhatsApp, para doar 3 T de alimentos

Em grupo do WhatsApp com mais de 100 participantes vizinhos se organizam para fazer o bem - Arquivo pessoal
Em grupo do WhatsApp com mais de 100 participantes vizinhos se organizam para fazer o bem Imagem: Arquivo pessoal

Rayane Moura

Colaboração para o Ecoa, em São Paulo

20/07/2021 06h00

Em um grupo do WhatsApp que tem mais de 100 participantes, Alex Pinheiro Machado Rodrigues, de 50 anos, é a ponte entre quem precisa e quem tem para doar. O analista de sistemas resolveu compartilhar a vocação para o voluntariado com os vizinhos do condomínio onde mora, no Jardim Botânico, em Brasília, e fazer a diferença nesse período difícil de pandemia.

Rodrigues promove doações de todo o tipo de artigo para comunidades em vulnerabilidade. Em casos específicos, são criadas vaquinhas e campanhas de arrecadação que envolvem a comunidade. As ações acontecem o ano todo e, em vez de diminuir durante o isolamento, acabaram aumentando.

O projeto Doar Faz Bem Solar nasceu em 2018, mas intensificou as suas atividades no último ano diante de tantas necessidades que surgiram com a crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19. Desde o início da pandemia, o grupo de Alex já arrecadou 150 cestas básicas, centenas de calçados, alimentos, cobertores, roupas, móveis e outros itens úteis a eles. Além disso, já doaram cerca de 3 toneladas de alimentos até o momento.

Doar faz bem - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
"Quanto mais ajudamos, mais surgem pessoas querendo ajudar", diz o criador do projeto
Imagem: Arquivo pessoal

"Eu já desenvolvia trabalhos sociais há muitos anos e percebi que nossos vizinhos estavam se dispondo a ajudar. Dessa forma, passei a ajudar na logística de receber/buscar doações, triar e distribuir. A minha casa serve de "entreposto" de doações e, graças a Deus, nunca está vazia", explica Alex.

A distribuição das doações é feita, na maior parte das vezes, pelo próprio Alex a comunidades que percebe que estão passando por necessidade. "E também por sugestão de moradores. Prefiro entregar pessoalmente, para garantir que de fato estão passando necessidade, e para poder prestar contas aos amigos que doaram. No grupo, sempre recebemos indicações e pedidos de ajuda para acudir necessidades pontuais", conta ele.

O isolamento, segundo ele ajudou na arrecadação e na organização das doações. "Sem poder sair de casa muita gente teve mais tempo para tirar roupas, calçados e outros itens que poderiam servir para outras pessoas. Por causa da pandemia, o trabalho informal caiu muito e, mais do que nunca, quem era necessitado ficou ainda mais necessitado", explica o coordenador.

Alex tem a função de coletar e arrecadar doações no condomínio onde mora e levar até o local. Quem faz parte de grupos de risco e não pode se expor, o coordenador encontra uma forma para buscar e entregar as doações de forma segura. O analista acredita que a demanda por auxílio só cresceu, muitas pessoas perderam suas ocupações.

Doar faz bem - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
O grupo arrecada todo tipo de doações e ajuda comunidades em necessidade a até instituições
Imagem: Arquivo pessoal

"Quanto mais ajudamos, mais surgem pessoas querendo ajudar, o que é maravilhoso. Acho que na pandemia as pessoas passaram a olhar mais para dentro, momento de reflexão, e se dispuseram mais a rever a utilidade de itens que não foram ou não eram usados e que poderiam ter uma destinação mais nobre, ao próximo", conta Alex, que sonha em expandir ainda mais o "Doar faz Bem Solar".

"Tenho vontade de poder ajudar em outras áreas, não só a de doação de itens, mas também doação de conhecimento, de autoestima, de modo que, cada vez mais, essas pessoas precisem menos ser assistidas. Treinamento, informação, capacitação, algo neste sentido e principalmente que elas possam ser multiplicadores dessa ideia", completa Alex.

Se você puder ajudar o projeto, entre em contato pelo perfil do grupo no Instagram.