'Regatão do Bem' leva ajuda a 4 mil famílias durante a pandemia no AM
Do Alto Rio Negro ao Baixo Amazonas, há um ano o projeto 'Regatão do Bem' segue em expedições fluviais, aéreas e terrestres para atender a famílias desassistidas durante a pandemia da covid-19. A iniciativa é da entidade não governamental Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia), com parcerias institucionais e de empresas.
Apesar do nome alusivo à tradicional atividade econômica de barqueiros comerciantes da Amazônia, o 'Regatão do Bem' não percorre os povoados para vender produtos, mas sim para doar.
Diretora-executiva do Idesam e coordenadora do projeto, a bióloga Paola Bleicker, 39, conta que a ideia surgiu na tentativa de minimizar o agravamento e os impactos da pandemia do novo coronavírus, principalmente no interior do Estado, e atender moradores desassistidos por medidas efetivas do poder público.
De acordo com Paola, o foco principal do projeto é trabalhar e viabilizar a segurança alimentar para as comunidades, sobretudo para as que têm como fonte de renda as atividades extrativistas sustentáveis.
A líder da iniciativa revela ainda que a meta inicial era atender comunidades onde já eram desenvolvidos projetos do Idesam. No entanto, devido ao aumento de demanda, o projeto expandiu as áreas de atuação e atende, até o momento, 18 municípios e comunidades, incluindo a capital Manaus.
De acordo com relatório parcial, divulgado no dia 31 de março, foram entregues 115 toneladas de alimentos, divididas em 6.734 cestas básicas destinadas a 4.474 famílias. Além disso, foram doados e distribuídos 6.584 kits de higiene e limpeza e 21,5 mil máscaras.
Com isso, 63,1 mil pessoas foram impactadas pelo 'Regatão do Bem' de forma direta e indireta, sendo 62 comunidades ribeirinhas e urbanas atendidas, 13 associações e grupos apoiados, 18 unidades de saúde do interior e 21 projetos beneficentes apoiados.
Para este ano ainda há expectativa de mais expedições, mas a coordenadora do projeto diz que as doações diminuíram. A última viagem foi feita no dia 19 de fevereiro. Enquanto as próximas seguem em planejamento, o grupo continua com a arrecadação para ajuda humanitária pelo site.
A distância é o principal desafio do projeto. Paola explica que para chegar a comunidades longínquas foi necessário trabalhar numa rede solidariedade, com instituições e parceiros. O transporte dos produtos foi realizado com entrega de fardos, por conta de viagens que chegam a durar quase uma semana de barco, necessitando muitas vezes de avião com voo, em média, de 2 horas. "Estar à frente dessa iniciativa é poder exercer o papel de cidadão, de solidariedade e de estender a mão ao próximo que, muitas vezes, é totalmente negligenciado pelo Estado", conclui a bióloga.
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