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#BoasNotícias29/3: Máscaras reutilizáveis, novos respiradores, céu limpo

Céu estrelado em São Paulo durante a quarentena - Simon Plestenjak
Céu estrelado em São Paulo durante a quarentena Imagem: Simon Plestenjak

De Ecoa, em São Paulo

30/03/2020 10h18

Diante de uma pandemia, a necessidade de mudar paradigmas. A fala feita pela filósofa e matemática Tatiana Roque no último sábado (28) no evento Hora do Planeta abre espaço para esperança e urgência de transformação. No fim de semana, noticiou-se a queda da poluição em grandes cidades, a produção de ventiladores pulmonares, a descoberta de um método eficaz para descontaminar máscaras usadas por profissionais de saúde, bem como ações para ajudar feirantes — e abastecer a população sem riscos.

Foi, aliás, vendendo frutas no zona rural da Bahia que cresceu o médico imunologista Gustavo Cabral. Na linha de frente da pesquisa de uma vacina brasileira para o novo coronavírus, ele alerta: "Não adianta fazermos nosso melhor se isso não chegar à população".

Diariamente, Ecoa selecionará boas notícias para nos ajudar a enfrentar a nova rotina e nos manter orientados sobre a Covid-19.

Mais ventiladores pulmonares em produção

Na semana passada, falamos sobre o início dos testes de ventiladores pulmonares mais baratos e facilmente replicáveis produzidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na capital paulista, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) também está trabalhando nos respiradores. Enquanto um equipamento convencional no mercado custa cerca de R$ 15 mil, o projeto da Poli permitirá produzir o equipamento a um valor em torno de R$ 1 mil. Em andamento desde 20 de março, o projeto deve começar a viabilizar a fabricação, feita por empresas autorizadas pela Anvisa, em três semanas.

Método para reutilizar máscaras

Nos EUA, pesquisadores da Duke University desenvolveram uma forma de descontaminar máscaras do tipo N-95, modelo recomendado para profissionais de saúde em contato com pessoas com o vírus. A ideia é aumentar a vida útil do item essencial, em escassez diante da pandemia. Foi utilizado peróxido de hidrogênio para matar patógenos contaminantes que acabam impregnando o acessório. O método é usado há muito tempo para descontaminar material de laboratório, mas não se sabia até então que o mesmo funcionava com máscaras. Para que outros lugares no mundo possam replicar, o protocolo já foi colocado na rede.

Bom para todo mundo: feira em casa

Iniciativa da Cesta Camponesa se readaptou frente ao isolamento social - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Grupo que organiza a Cesta Camponesa se readaptou frente ao isolamento social
Imagem: Arquivo Pessoal

Ações pelo Brasil estão ajudando feirantes a manter seus serviços e abastecer a população. No Rio de Janeiro, a iniciativa Cesta Camponesa, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), recebe pedidos por WhatsApp e realiza entregas na Tijuca, centro e zona sul em parceria com uma associação de taxistas. Já em São Paulo, a ação de uma cliente ajudou uma série de feirantes a ter suas barracas divulgadas nas redes sociais, divulgando comerciantes e produtores que fazem entregas do Grajaú até Pirituba.

Céu mais limpo é desafio de pesquisa

Não é por acaso que o céu da capital paulista parece mais azul durante a quarentena. Houve queda expressiva de todos os poluentes. A concentração de tolueno, composto tóxico presente na combustão da gasolina e nas antigas colas de sapateiro, caiu mais de 50 vezes, aponta o pesquisador Edmilson Dias de Freitas, do Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da Universidade de São Paulo. Responsável por doenças respiratórias, o monóxido de carbono também está mais baixo. O mesmo fenômeno foi observado em outras cidades que adotaram isolamento social, como Lisboa, Roma, Barcelona, São Francisco e Nova Iorque. Para Maria de Fátima Andrade, professora também do IAG, a queda brusca na poluição é um desafio na pesquisa acerca de nossa capacidade de correção de problemas ambientais.

Vó Antônia, 108, tem planos para o futuro

Vó Antônia  - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Quando a pandemia passar, vó Antônia quer encontrar os amigos e andar de moto
Imagem: Arquivo Pessoal
Moradora de Pato Branco (PR), Maria Antônia Vaz já viu muita coisa nas quase 11 décadas de vida, mas acredita que nada se compara ao que estamos passando. Conhecida como vó Antônia, aos 108 anos ela tem usado sua voz para gravar vídeos nas redes sociais alertando as pessoas, em especial outros idosos como ela, a se proteger. De acordo com a neta Claudia Natalina de Oliveira, a avó é cuidadosa com a sua saúde, acompanha os noticiários e presta atenção às recomendações para se prevenir da doença -- e segue tudo à risca. Quando a pandemia passar, vó Antônia quer encontrar os amigos e andar de moto.

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