Aprendizados e inspiração

Mestre de cerimônias do 1º Prêmio Ecoa, Tiago Abravanel conta sobre suas lutas e vontade de transformação

Camilla Freitas De Ecoa, em São Paulo Bruno Fioravanti

Em suas redes sociais, Tiago Abravanel está sempre risonho. Lá, ele compartilha com mais de dois milhões de seguidores um pouco do seu dia a dia como ator, cantor, apresentador e empresário. Mas não é só isso. Quando precisa falar sério, divulgar um assunto que julga importante, uma causa, ele também o faz. "Se posicionar nas redes sociais pode ser um estímulo para uma transformação", comenta.

Abravanel será o mestre de cerimônias do 1º Prêmio Ecoa, que será transmitido ao vivo nesta quinta-feira (2), a partir das 11h no Canal UOL, e se diz animado com a oportunidade - para ele, é possível, sim, mudar o mundo. "Que a gente possa sempre premiar e olhar para quem está fazendo a diferença no mundo", diz.

Num bate-papo de aquecimento para o evento, nosso mestre de cerimônias contou um pouco mais como ele próprio se relaciona com causas que buscam promover transformação. "Me sinto, sim, um homem privilegiado por ter nascido numa família bem sucedida, um homem que graças a Deus tem uma estrutura familiar muito bacana, mas que não pode ficar parado achando que minha vida está bem para mim e não preciso fazer nada pelo mundo. Acredito que, como porta-voz de muita gente, e mais do que isso como cidadão, tenho muito a agregar."

O Prêmio Ecoa

O conteúdo de Ecoa, plataforma do UOL, destaca o trabalho de pessoas, empresas, organizações, coletivos, movimentos, redes e projetos que agem para transformar o mundo e a sociedade positivamente.

Para potencializar vozes, impulsionar e dar visibilidade às iniciativas, o Prêmio Ecoa surge homenageando transformadoras e transformadores sociais que estão criando soluções para superar desafios e resolver problemas no campo social, econômico e ambiental, promovendo equidade de raça, de classe e de gênero na sociedade.

A lista de indicados é montada a partir de histórias contadas em reportagens publicadas por aqui e é dividida em cinco categorias: Iniciativas que Inspiram, Empresas que Mudam, Causadores, Fizeram História e Vozes que Ecoam — as duas últimas decididas por voto popular.

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Ecoa - A gente está se aproximando do 1º Prêmio Ecoa, que foi pensado para celebrar e impulsionar o trabalho de quem está lutando por um mundo melhor, e você será nosso mestre de cerimônias! Quais são as suas expectativas?

Tiago Abravanel - Primeiro é uma honra poder participar dessa premiação. Acho extremamente necessário que a gente cada vez mais entenda que o mundo está em constante evolução e que, para evoluirmos juntos, precisamos transformá-lo, fazer a nossa parte como cidadão, como ser humano, como alguém que sabe dos problemas que acontecem no mundo e das melhorias que é preciso ter. Então, acho que premiarmos essas pessoas que fazem a diferença na cultura, na sociedade, na sua comunidade, no país, só incentiva cada vez mais outras pessoas e ninguém faz nada sozinho. Esse é o caminho.

Você tem se posicionado nas suas redes, principalmente para ajudar a combater casos de LGBTfobia. Qual importância você vê nesse engajamento de personalidades?

A gente tem que entender que a vida é de cada um e que cada um tem sua maneira de agir, de pensar. A gente não pode obrigar todo mundo a sair do armário porque tem que sair, não é assim. Para mim foi muito leve porque dentro do meu núcleo familiar, minha mãe, meu pai, minhas irmãs, minha avó, meus tios, todos sempre me aceitaram. Então, acho que vale ser exemplo dentro de casa, isso já é maravilhoso, já vai fazer a diferença. Se você tiver a oportunidade de colocar algo também nas redes sociais também pode ser um estímulo para discussão, para transformação. Vejo o quanto foi importante o momento em que eu abri um pouco mais da minha intimidade para poder falar sobre esse assunto apesar de falar e lutar por essa causa desde antes.

Tavinho Costa Tavinho Costa

Como começou a sua relação com esse tipo de ativismo?

É muito doido porque eu sempre estive dentro da causa mesmo não tendo exposto a minha vida pessoal. Mas, depois que eu entendi que a representatividade faz a diferença no movimento, isso me tornou um homem muito maduro e muito mais forte para lutar, discutir e aprender o que precisava para evoluir dentro dessa causa. Mas eu não sei muita coisa e me coloco como uma pessoa que está em evolução sempre e só o fato de me colocar disponível para aprender, para conhecer, para propagar, isso só faz aumentar minha vontade de transformar essa sociedade, me transformar e transformar minha casa, meus familiares, meu marido, enfim, tudo isso para que a gente possa viver cada vez num mundo melhor.

Além dos direitos LGBTQIA+, com quais causas você se identifica? Tem alguma com a qual gostaria de se envolver mais?

Quando falamos de minorias, estamos falando de muita gente. É importante que a gente discuta sobre essas questões todos os dias, seja a questão racial, questão cultural, questão religiosa, de orientação sexual, de identificação de gênero, seja sobre pessoas gordas... Tudo o que eu puder fazer por essas causas, mesmo que elas não sejam minhas, se eu puder lutar, eu vou lutar. Se eu puder estar presente e principalmente me informando a cada dia, eu estarei.

Todos nós, enquanto cidadãos, devemos procurar conhecimento na política, na cultura, na sociedade como um todo. Porque, se você não procura conhecimento, você se torna uma pessoa que não sabe onde vive. É necessário que a gente estude, é necessário que a gente procure informação. Precisamos fazer esse movimento para realmente transformar alguma coisa. Já evoluímos muito, mas ainda tem muito para gente caminhar.

Tiago Abravanel, ator, músico, empresário e mestre-de-cerimônias do 1º Prêmio Ecoa

Bruno Fioravanti

Nas suas redes sociais a gente vê que você dialoga com diferentes pessoas de vários campos da sociedade. Como é falar com público tão diverso?

É muito legal. Eu vou te dizer que, para mim, essa é a maior experiência do meu trabalho. Acho que não só na rede, mas no trabalho eu tenho a oportunidade de estar perto de diferentes culturas, diferentes classes sociais, diferentes estilos de vida. Então, quando eu posso conversar com o porteiro aqui do prédio, quando eu posso conversar com o presidente de uma empresa, com o comissário de bordo dentro do avião e trocar experiências e saber sobre histórias e poder de fato entender que todo mundo tem um lugar nesse mundo, eu entendo mais sobre meu trabalho, minha arte e como ela veio para transformar a vida das pessoas. E é isso que eu quero fazer todos os dias da minha vida.

E como tornar esse ambiente das redes sociais, com tantas pessoas diversas, um ambiente menos tóxico e de mais debate? Que dicas você tem para quem quer tentar construir um diálogo com quem pensa diferente?

A maior dificuldade que a gente tem dentro das redes é que as pessoas não têm nome e CPF de fato, né? Então, essa liberdade, que é maravilhosa, e que ganhamos para podermos nos comunicar e falar o que pensamos, trocar experiências e vivências, também deu voz para quem só quer bagunçar. O ponto é que a gente precisa sempre ter um diálogo muito respeitoso, inclusive com as pessoas que vêm para badernar. Se você não quer esse diálogo com esse tipo de gente, não responda, apenas bloqueie e bola pra frente. Na minha visão, não é com ódio que a gente vai combater o ódio.

O que nós e nossos governantes precisam entender é que nosso povo precisa da cultura, ela é sim uma necessidade básica. Quando o ser humano entender isso, a gente vai evoluir muito.

Tiago Abravanel, ator, músico, empresário e mestre-de-cerimônias do 1º Prêmio Ecoa

Como você acha que a arte pode contribuir com causas sociais e ambientais que querem fazer do mundo um lugar melhor?

Tenho certeza que a arte é a maior potência que o ser humano encontrou de se conectar com outros seres humanos. Seja a música, o teatro, as artes plásticas, feiras, enfim todo e qualquer tipo de arte tem um poder de conexão humana muito mais potente do que qualquer outra coisa. Então, quando a gente entende que o movimento artístico é um movimento de transformação social, ele ganha outra potência. O problema é que infelizmente nós, ainda mais no momento que estamos vivendo, não temos um governo que entenda isso. E aí eu me questiono: será que é porque a cultura questiona? Será que é porque é através da arte que muita gente consegue falar o que pensa?

Queria saber quem te inspira na luta por um mundo melhor e por quê?

Nossa, tem tanta gente! Minha mãe, a Tia Má, a Ingrid Guimarães, o Paulo Gustavo sempre vai me inspirar, Gilberto Gil, Anitta, Gabriela Prioli, nossa é muita gente mesmo. Eu acho que não tem algo que mais me inspira do que conhecer pessoas, é algo que me fascina. Quando vejo alguém que faz a diferença, seja dentro da sua bolha ou de uma bolha maior, isso me dá muito orgulho de viver. Tudo pode te inspirar, basta você estar disponível para aprender e evoluir. Esse é meu lema.

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