"Tudo que eu faço, inclusive como empresária, é para a arte em que eu acredito", diz a Ecoa a cantora e empreendedora Raquel Virgínia. Entre 2015 e 2021, ela fez parte do trio musical As Baías e a Cozinha Mineira e há pouco menos de um ano fundou a agência Nhaí, que oferece consultoria e outros serviços para marcas com foco na diversidade.
Mulher negra, trans e de periferia, Virgínia cresceu em diversos bairros da Zona Sul de São Paulo: Jardim Miriam, Parque Residencial Cocaia, Capão Redondo, Vila Santa Catarina. O vai-e-vem era determinado pelo tempo que conseguiam ficar na casa de algum parente — a mãe, solo, só tinha dinheiro para pagar o aluguel ou a escola e escolhia investir na educação da filha.
Com aptidão desde cedo para a arte, Raquel fez aulas de teatro na infância e foi incentivada a cantar. Depois de uma temporada em Salvador, onde tentou uma carreira como cantora de axé, voltou a São Paulo e entrou na graduação em história na USP. Foi na universidade que conheceu Assucena Assucena e Rafael Acerbi, com quem formou As Baías e gravou três álbuns de estúdio, dois deles indicados ao Grammy Latino.
O grupo se dissolveu em 2021, mas o escritório de Raquel acabou dando origem à Nhaí. Na sexta-feira (28), véspera do Dia da Visibilidade Trans, a empresa promove na avenida Paulista a primeira edição de um encontro entre empreendedores LGBTQIA+, em sua maioria negros, chamado Contaí.
A artista e empreendedora falou a Ecoa sobre o impacto de seu negócio no mercado, as dificuldades de ser uma empreendedora trans e negra, os caminhos abertos pelo trabalho em As Baías e, claro, a expectativa para a participação de Linn da Quebrada no BBB 22.