Quem lutou antes de nós

Conheça os 14 indicados à categoria Fizeram História do Prêmio Ecoa; votação está aberta ao público

De Ecoa, em São Paulo (SP) Arte/UOL

Muita gente ajudou a construir o mundo em que vivemos hoje. Pessoas que descobriram coisas, lutaram por causas, desafiaram padrões e deixaram contribuições relevantes para a construção de um mundo melhor, mais justo, diverso e sustentável.

A cada semana, Ecoa conta a vida de uma dessas figuras na seção Fizeram História. São personalidades que já morreram, mas continuam inspirando aqueles que seguem seus passos e podem vir a inspirar, a partir do resgate de seu legado, quem ainda não as conhecia.

Em 2021, 14 dessas histórias estão indicadas na primeira edição do Prêmio Ecoa. Fizeram História é uma entre duas categorias do prêmio que terão voto popular: o público poderá eleger seu favorito no site de Ecoa. Abaixo você conhece a trajetória de quem ajudou a transformar o Brasil. A votação vai até 21 de novembro.

Avanços para as mulheres negras

Udesc/Divulgação

Antonieta de Barros

Professora, política e jornalista, a catarinense foi a primeira mulher negra eleita no país, assumindo cargo de deputada estadual em 1935. Nos jornais para os quais escrevia e na política, defendeu a educação para todos, a emancipação feminina e da população mais pobre. Em 1922, fundou um curso particular para combater o analfabetismo de adultos, que alcançava índices muito altos na época. Também foi autora do projeto de lei que instituiu o Dia do Professor em Santa Catarina, depois oficializado como feriado nacional.

Ler mais
WikimediaCommons

Laudelina de Campos Mello

Ainda nos anos 1930, muito antes da PEC das Domésticas, ela liderou o movimento por melhores condições de trabalho para a categoria. Trabalhadora doméstica desde a juventude, fundou associações pioneiras em defesa dos direitos das domésticas em todo país. Sua atuação foi fundamental no projeto de lei que garantiu a elas os primeiros direitos trabalhistas, nos anos 1970. A luta continuou até a Constituinte de 1987-88, poucos anos antes de sua morte, quando foi a Brasília reivindicar a ampliação desses direitos na nova constituição.

Ler mais

Ajuda aos mais vulneráveis

Reprodução

Betinho

Herbert de Souza, o Betinho, fundou em 1993 a ONG Ação da Cidadania para prover alimento e auxílio à população mais pobre do país. O sociólogo foi perseguido durante a ditadura e, ao voltar ao Brasil, articulou campanhas de arrecadação que atingiram marcas históricas, como o "Natal sem fome". Também atuou na conscientização sobre o vírus HIV: após contraí-lo em uma transfusão, fundou a Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) em 1987. A ONG retomou sua campanha nacional de combate à fome após aumento da insegurança alimentar em 2021.

Ler mais
Anthony Roywoley/OSID/Divulgação

Irmã Dulce

Primeira brasileira a ser canonizada pelo Vaticano, em 2019, Santa Dulce dos Pobres dedicou a vida a dar suporte à população em situação de rua e pessoas doentes que não tinham condições de se tratar. Em 1949, transformou o galinheiro do convento em ambulatório e albergue. Os atendimentos foram crescendo e, nos anos 1960, o local se converteu no Hospital Santo Antônio, em Salvador (BA). Dulce percorria a favela para atender doentes e socorrer pessoas em situação de vulnerabilidade e ficou conhecida como "anjo bom da Bahia".

Ler mais

Antirracismo

  • Abdias Nascimento

    Intelectual, artista, político e militante, Abdias atuou em várias frentes pela igualdade racial, no Brasil e no exterior. Criou nos anos 1940 o Teatro Experimental do Negro, importante companhia que levou o debate racial aos palcos. Exilado nos EUA após o golpe militar, deu aulas, pintou e se ligou ao panafricanismo. Nos anos 1980, de volta ao Brasil, foi deputado e senador, encabeçando a elaboração de políticas para a população negra.

    Imagem: Elisa L. Nascimento/Divulgação
    Leia mais
  • Lélia Gonzalez

    Intelectual, acadêmica e ativista, Lélia foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado e ajudou a criar outras organizações importantes, como o Coletivo de Mulheres Negras N'Zinga e o Olodum. Nos anos 1970, foi uma precursora da ideia de cruzar as perspectivas de raça, gênero e classe, que viria a ser definida como interseccionalidade, para refletir sobre a realidade social. Influenciou expoentes do feminismo negro internacional, como Angela Davis.

    Imagem: Divulgação
    Leia mais
  • Carlos Alberto Caó

    Responsável pela lei que criminalizou o racismo no Brasil, o militante antirracista foi um dos poucos parlamentares negros a participarem da constituinte de 1987-88. A "Lei Caó" foi sancionada em 1989 pelo então presidente Sarney e prevê pena de reclusão de até cinco anos para o crime. O inciso do artigo 5º da constituição, que tornou o racismo crime "inafiançável e imprescritível", também foi incluído com sua participação.

    Imagem: Acervo PDT
    Leia mais

Ciência que transforma

Arte/UOL

Augusto Ruschi

O naturalista dedicou a vida à preservação da fauna e da flora brasileiras, catalogando centenas de espécies, publicando artigos e livros. Nos anos 1950, Ruschi já enxergava a importância de reservas ecológicas preservadas como patrimônio genético e, ao longo de sua carreira, impediu o desmatamento de áreas importantes. Foi tratado pelo cacique Raoni e o pajé Sapaim após ter contato com veneno de sapo em um trabalho de campo no Amapá, demonstrando respeito ao conhecimento tradicional indígena.

Ler mais
Acervo Casa de Oswaldo Cruz

Oswaldo Cruz

Foi um dos grandes responsáveis pelo controle de epidemias no Brasil. Movido por uma "fé eterna na ciência", como costumava dizer, o sanitarista erradicou a febre amarela, combateu a varíola e ajudou a controlar um surto de peste bubônica que assolou o país no início do século 20. A Lei da Vacinação Obrigatória, de 1904, foi recomendada por ele e a Fiocruz, que hoje produz vacinas contra a covid-19. A Fundação Oswaldo Cruz foi criada por ele em 1900.

Ler mais

Pensaram a formação do Brasil

  • Darcy Ribeiro

    Antropólogo, escritor, educador e indigenista, Darcy dedicou a vida a pensar e propor soluções para os problemas do Brasil. Na educação, defendeu o ensino universal, criticando a ausência de planejamento de longo prazo: para ele, a "crise" educacional brasileira era um projeto para perpetuar desigualdades. Como senador, foi um dos idealizadores da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Também trabalhou pela proteção da cultura e do território indígena.

    Imagem: Reprodução/Fundação Darcy Ribeiro
    Leia mais
  • Câmara Cascudo

    Historiador pioneiro no estudo da alimentação no Brasil, mapeou as contribuições culinárias de indígenas, africanos e portugueses para a comida brasileira. Em suas pesquisas, viajou pelo sertão do Rio Grande do Norte, foi a Portugal e a vários países africanos, como Angola e Congo. Indicou que a base da nutrição popular estava na herança indígena, dando atenção especial ao aspecto cultural da alimentação.

    Imagem: Ed Keffel/Acervo Instituto Câmara Cascudo
    Leia mais
  • Milton Santos

    O geógrafo estudou o desenvolvimento das cidades, sobretudo em países pobres, à luz de questões sociais como as desigualdades. Trabalhou como professor e jornalista e fez seu doutorado em Estrasburgo, na França. Durante a ditadura militar, lecionou em universidades do mundo todo e trabalhou como diretor de um programa de urbanização da ONU. Ao fim de sua carreira, foi premiado e reconhecido com títulos diversos, incluindo o Vautrin Lud, espécie de "Nobel" da geografia.

    Imagem: Reprodução
    Leia mais

Ítalo-brasileiras inovadoras

Adriana Komura/UOL

Marietta Baderna

A bailarina italiana se estabeleceu no Rio de Janeiro em meados do século 19 e escandalizou a elite com sua dança, que incorporava movimentos de manifestações populares afrobrasileiras, como o lundu e a umbigada. Democrata que havia deixado o país natal devido à vitória monarquista, Baderna passou a frequentar as festas da população negra quando chegou ao Brasil, ficando fascinada com suas coreografias. Em 1875, alguns anos após sua morte, o termo "baderna" foi consagrado no dicionário como sinônimo de desordem.

Ler mais
Bob Wolfenson

Lina Bo Bardi

Outra italiana, radicada no Brasil no século 20, que deixou uma contribuição cultural significativa foi a arquiteta Lina Bo Bardi. Ela projetou alguns dos edifícios mais importantes de SP, como o Masp, o Teatro Oficina e o Sesc Pompeia. Suas obras levavam em conta a história do local e interação entre o interior dos edifícios e a rua. Em 2021, Lina foi homenageada na Bienal de Veneza pelo conjunto de sua obra.

Ler mais

Vote!

Escolha quem deve levar a categoria Fizeram História no 1º Prêmio Ecoa. Aproveite para escolher também quem é a personalidade que está usando sua voz por um futuro melhor.

Ler mais

+ Prêmio Ecoa

Conheça os finalistas que serão escolhidos pelo júri técnico

Iniciativas que Inspiram

Prêmio homenageia iniciativas inovadoras que atuam por uma sociedade melhor

Ler mais

Causadores

Conheça as pessoas que inspiram para a mudança e concorrem ao Prêmio Ecoa

Ler mais

Empresas que Mudam

Produtos com rede de pesca, calcinha absorvente e conta digital inclusiva na final

Ler mais
Topo