Chovia muito no dia da abertura das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Sem problemas para o nadador profissional Clodoaldo Silva, no centro do Maracanã. A tocha paralímpica queimava forte enquanto ele se movimentava até a pira. Mas no meio do caminho tinha uma escada. Clodoaldo gesticulou em sua cadeira de rodas enquanto olhava para aquela imensidão de degraus, que após alguns momentos de apreensão começaram a se mover, criando uma rampa que levaria o nadador até seu destino naquela noite.
"A mensagem que a gente passou foi a de que pode haver degraus, mas se constroem rampas. Todo mundo tem a mesma oportunidade de chegar no mesmo lugar. Fica justo para todo mundo", diz o atleta que já conquistou 14 medalhas paralímpicas e mais de 700 de outras competições.
Após a Rio 2016, sua quinta Paralimpíada, o nadador se aposentou, mas o sonho de passar os dias nas praias de Natal (RN) foi substituído pela necessidade de se envolver na luta por direitos, principalmente os relacionados à acessibilidade. Começou a se dedicar a dar palestras, treinamentos e consultorias em espaços acadêmicos, escolares, empresariais, entre outros, sobre inclusão de pessoas com deficiência. Criou também o Instituto Clodoaldo Silva para ajudar pessoas com ou sem deficiência em situação de vulnerabilidade social.
Ele, que também é colunista de UOL Esporte, conversou com Ecoa sobre os planos para o futuro e a vontade de contribuir com a sociedade com humanos melhores.