Superalimentos da Mahta Bio unem saberes ancestrais e ciência moderna

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A floresta amazônica é habitada por muita gente e explorada há milhares de anos. Durante todo este tempo, a população que ali viveu acumulou conhecimentos sobre a terra, biodiversidade, métodos de cultura, princípios ativos, entre outros. Pense bem: o que fazemos com todos estes saberes nos dias atuais nas grandes cidades? Muito pouco.
A Mahta Bio, foodtech brasileira que produz superalimentos vindos da Amazônia, teve uma grande sacada: unir a sabedoria acumulada dos povos indígenas ancestrais à ciência e tecnologia de ponta das universidades. O resultado são bebidas que trazem uma nutrição regenerativa vinda da floresta, em uma combinação de alimentos orgânicos, integrais, funcionais e, principalmente, éticos - seja com o ambiente de onde vieram, seja com a população que os cultiva.
Esta troca de saberes é um dos princípios das chamadas novas economias, que tanto estão em discussão no momento. Ou seja, modos de produção que incorporam práticas tradicionais para gerar novas oportunidades de negócios, que beneficiam as comunidades locais e os consumidores em geral, promovendo o diálogo entre diferentes culturas, o respeito pela diversidade, e a construção de um planeta mais justo e sustentável.
"Sempre me perguntam: a Mahta Bio vem da sabedoria ancestral ou é tecnologia moderna? Os dois. Primeiro porque a floresta amazônica está longe de ser um jardim virgem. Ele é um jardim desenvolvido e otimizado pelas populações originárias há 15 mil anos. Há registros que comprovam que existiam milhões de pessoas lá antes da chegada dos europeus. Havia mais gente na Amazônia do que na Espanha e Portugal juntos na época em que os colonizadores chegaram. Então, estamos falando que ali existiam técnicas agrícolas poderosas. Eles faziam uma alquimia e selecionavam as melhores sementes - o cupuaçu foi selecionado, por exemplo", explica Max Petrucci, CEO e fundador da startup.
O executivo conta que a ideia de produzir superalimentos - aqueles que têm alta densidade nutricional - surgiu a partir de problemas pessoais de saúde. Ele percebeu que sua cura poderia vir da alimentação e passou a investir em pesquisas e parceiros que também acreditavam nesta solução. "Pensei: devem existir muito mais ingredientes na biodiversidade amazônica que podem ser superalimentos e que ninguém conhece", lembra ele, que contratou pesquisas da USP/ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e cientistas da mesma universidade. Descobriu que a Amazônia tem mais de 100 ingredientes que oferecem uma contribuição nutricional acima da média.
Em dois anos e meio de operações, a Mahta Bio conta hoje com um laboratório no Centro Tecnológico de Piracicaba (SP) e desenvolveu 3 produtos inéditos no mundo, incluindo novos alimentos, como a torta de castanha, que nunca havia sido usada como componente nutricional e é altamente proteica. Uma dose do shake da empresa, por exemplo, é capaz de substituir uma refeição completa.
As operações acontecem em parcerias com cooperativas de produtores originários da Amazônia, a partir de sistemas regenerativos, que preservam não apenas a biodiversidade como também a floresta em pé. "Tem que ser bom para todo mundo: para o ecossistema do organismo e do planeta".
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