Mariana Sgarioni

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Reportagem

Método de construção a seco economiza água e alivia o calor

Com este calor que vem fazendo digno da superfície de Mercúrio, uma casa fresca se tornou o mais recente objeto de desejo da humanidade. Portanto, quem pretende fazer uma obra precisa procurar novas tecnologias antes de botar tijolo por tijolo - caso contrário, em breve, terá a sensação de morar dentro de um forno de pizza.

Uma ideia inovadora de construção é a proposta pelo Grupo Innova Steel, os pioneiros a trazer dos Estados Unidos o Light Steel Frame, técnica de construção a seco que, além de economizar água, possui a vantagem de oferecer isolamento térmico e acústico.

O método utiliza elementos pré-fabricados, como placas de aço recicláveis, para montar estruturas de encaixe, que são fixadas por parafusos, não necessitando o uso de argamassa, concreto molhado ou colas tóxicas. Enquanto uma construção de alvenaria consome 500 litros de água por metro quadrado, a construção a seco consome apenas 5.

"Como a carga é distribuída na estrutura, não é preciso uma perfuração profunda no solo. O aço que fica nesta estrutura pode ser reaproveitado e tem uma durabilidade de cerca de 100 anos. Tudo é fixado como um Lego gigante", explica Caroline Siqueira, fundadora e Vice-Presidente do Grupo Innova Steel.

Bem no meio da parede é que vem o pulo do gato: o isolamento termoacústico. Este recheio pode ser preenchido por lã feita de rochas vulcânicas, de vidro ou ainda de garrafas PET recicladas - tudo vai depender da escolha do cliente. Um espaço é deixado para troca de calor e o resultado é uma temperatura ambiente mais agradável que, segundo o fabricante, chega a economizar cerca de 30% do ar condicionado em dias de calor. Por fim, é colocada uma chapa de ultra wall que diminui cerca de 3% os ruídos. Segundo Caroline, uma construção como esta chega a ficar pronta em 24 horas - utilizando um terço da mão de obra.

"O Light Steel Frame atende a todas as normas de resistência a fogo e impacto. A estrutura é a prova de fissuras, pois é flexível e acompanha possíveis movimentações. Assim, a construção gera menos manutenções, portanto menos gastos com materiais", explica a executiva.

De acordo com Caroline, o método já é muito comum em outros países - apesar de ainda pouco divulgado por aqui. Porém, a necessidade de escolhas mais sustentáveis na construção civil - um dos setores que mais emitem no mundo - vem mexendo neste ponteiro. Dados da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) mostram um crescimento de 60% no uso da tecnologia no país nos últimos anos. O Grupo Innova Steel também registrou o crescimento expressivo de 117% de agosto de 2023 ao mesmo período de 2024. Seu portfólio conta com clientes como Amazon, Coca-Cola, Hospital Albert Einstein, entre outros.

"Além de ser mais durável e sustentável, a construção em Light Steel Frame não é mais cara. Com esse tipo de material, o valor não sofre alterações ao longo da obra, como é recorrente na construção tradicional. Uma casa de cerca de 46 metros chega a custar R$ 189 mil, incluindo acabamentos", finaliza.

Reportagem

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