Vanish aposta em campanha contra bullying na volta às aulas

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Nem toda mancha a gente consegue lavar. Algumas não saem nem se esfregarmos muito. As manchas emocionais são piores do que aquelas que estão nas roupas: elas grudam feito cicatrizes e podem ficar por uma vida inteira. O bullying, por exemplo, é um dos principais causadores destes traumas na infância - e é neste ponto tão delicado que Vanish, marca líder de tira-manchas da gigante Reckitt Hygiene Comercial, decidiu tocar neste início de ano.
Em uma abordagem criativa e relevante, a ideia entrou dentro da campanha "Vanish Salva seu Uniforme", inspirada por uma pesquisa do Datafolha, realizada em 2024, que aponta que 76% dos pais e mães brasileiros dizem temer que seus filhos sejam vítimas de bullying na escola. A marca se uniu então à Abrace - Programas Preventivos, organização que trabalha com a prevenção do bullying no Brasil há 12 anos, e descobriu que um dos sinais silenciosos desta prática entre as crianças pode ser a incidência frequente de manchas suspeitas no uniforme.
A empresa lançou neste mês um curta-metragem de animação, em que, no centro da história, está uma criança que enfrenta bullying na escola, mas guarda o sofrimento em silêncio. O isolamento transforma tristeza em insegurança, criando marcas emocionais invisíveis. Quando a mãe percebe manchas no uniforme do filho, essas marcas se tornam o ponto de partida para uma conversa reveladora. À medida que as palavras encontram espaço, as manchas começam a sumir.
Além do filme, a campanha ainda contará com ações nas escolas, um e-book que será disponibilizado para educadores, alunos e famílias, livros paradidáticos, curso sobre prevenção ao bullying e planos de aula exclusivos para professores trabalharem a temática.
Na entrevista a seguir, Ricardo Monteiro, gerente de marketing de Vanish na Reckitt Hygiene Comercial, conta um pouco sobre de que forma esta campanha entra nas estratégias ESG da marca, que foi pioneira em seu segmento em diversas iniciativas, como os refis de produto.
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Ecoa: Qual a ligação entre uma marca de um produto de tirar manchas nas roupas com o bullying?
Ricardo Monteiro: A campanha "Vanish Salva seu Uniforme" neste período de volta às aulas já existe há algum tempo. A gente sabe que o começo do ano é um momento apertado para o brasileiro. Os gastos são muitos e, para quem tem filhos, ainda existe a despesa com o uniforme novo - que nem sempre é uma necessidade. É possível reaproveitar aquele uniforme que está amarelado, meio desbotado, com manchas. Neste ano, soubemos, por uma pesquisa da Abrace, que manchas no uniforme são um dos motivos do bullying. Estas manchas podem originar uma brincadeira de mau gosto com comida no intervalo, ou na educação física, uma bolada um pouco mais forte que também deixa mancha na roupa, ou uma canetinha nas costas, e por aí vai.
Ecoa: Como vocês decidiram abordar esta relação entre manchas físicas e emocionais?
Ricardo Monteiro: Em primeiro lugar, não nos sentimos capazes de abordar este tópico, por isso fomos atrás de um parceiro, a Abrace, que há 12 anos trabalha com prevenção de bullying. Eles têm programas que oferecem subsídios para várias escolas e imediatamente toparam entrar conosco nesta campanha. Para exemplificar o problema em uma linguagem visual e de fácil acesso, decidimos construir um curta-metragem, a muitas mãos, que é a principal linha de comunicação. Fizemos então um evento de lançamento no Rio de Janeiro para 850 pessoas e percebemos que o tema tem potencial de longo alcance.
Ecoa: A campanha é pontual de início às aulas ou deve continuar durante o ano?
Ricardo Monteiro: Estamos subsidiando quatro escolas públicas em Curitiba que decidimos adotar. Esta escolha está sendo feita junto ao Ministério Público. E a expectativa é ampliar para outras praças. São treinamentos para educadores. Queremos ainda ramificar este conhecimento: em abril temos um treinamento dirigido ao nosso time de vendas para que eles possam também conversar sobre o assunto não apenas em casa como também com seus clientes. Lançamos esta campanha e não esperávamos tanta repercussão - ela hoje ocupa 100% da nossa atenção, por isso queremos expandir cada vez mais.
Ecoa: No filme, a mancha na roupa da criança cria vida e se torna uma espécie de fantasma que passa a assombrá-la. Qual a principal mensagem aqui?
Ricardo Monteiro: A gente tenta capturar várias coisas no filme. De que forma a situação de bullying reflete na vida dessa criança em vários outros pontos de contato, o papel importante das palavras, do acompanhamento e observação dos responsáveis. E o principal é como uma criança que é acolhida consegue ficar bem. Assim ela deixa de ser uma pessoa que sofre ou gera bullying: ela passa a ser alguém que também acolhe outras pessoas. Então essa é a história, uma referência circular. A marca estar aliada a esta questão faz parte de uma movimentação interna importante que é a conexão com nossos consumidores.
Folia sustentável: ação com catadores garante ruas mais limpas no Rio

Os catadores de resíduos são os principais gestores ambientais das cidades e, em tempos de Carnaval, quando as ruas são tomadas por toda sorte de resíduos, o trabalho destes profissionais se torna ainda mais relevante. E é fundamental que esta atividade seja reconhecida - tanto pelo poder público como por toda a sociedade.
Neste ano, a Ambev, gigante fabricante de bebidas, fechou uma parceria com a Dream Factory, que produz o carnaval de rua do Rio de Janeiro, e com a SOLOS, startup que busca uma economia circular mais justa em todo o país. O resultado desse combo é uma grande operação junto a catadores para retirar as toneladas de resíduos deixadas nas ruas depois da festa e encaminhá-las para reciclagem.
Além de promover uma limpeza sustentável e a logística reversa, a ideia também é a geração de renda, capacitação e melhores condições de trabalho para aqueles que desempenham o principal papel da circularidade, especialmente na maior festa de rua do mundo.
Os catadores cadastrados no projeto recebem um kit completo com camisa, calça, bota, luvas e saco de ráfia. Os materiais coletados, como latinhas, garrafas plásticas e caixas de papelão, têm rastreabilidade e são enviados para cooperativas parceiras, que os revendem e reinvestem os lucros no fortalecimento do setor. Em 2024, este mesmo programa gerou, no Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, aproximadamente R$ 1,5 milhão em renda revertida para 2 mil catadores.
Neste ano, no Rio de Janeiro, a iniciativa conta com uma equipe de 30 cooperativas, que farão a coleta em 100 blocos, totalizando 735 diárias de catadores cooperativados, coordenada pela Dream Factory.
O resultado é positivo para as cidades e principalmente para os profissionais da coleta. "Segurança, dignidade e geração de renda são as premissas que levamos para que a operação possa gerar inclusão social e produtiva para os catadores. Isso se reflete desde o processo de cadastramento, com entrega de EPIs e fardamento, para que eles sejam identificados como profissionais dos carnavais, até a implementação de infraestruturas de apoio e contratação durante os blocos", explica Saville Alves, líder de negócio da SOLOS.
Marca carioca cria acessórios a partir resíduos do Carnaval

Além de encantar os olhos, o maior show da Terra deixa rastros. Depois dos desfiles das escolas de samba, é muito comum que as fantasias e adereços quebrem, rasguem e por isso sejam jogados nas ruas ou no lixo, formando um amontoado de entulhos que acabam indo parar nos aterros.
Nascida e criada nos bastidores do samba, a empreendedora carioca Giselle Ondeza nunca se conformou com tanto desperdício e decidiu transformar o que já brilhou um dia na avenida em acessórios como brincos, pulseiras, colares e, por que não, uma releitura de novas fantasias.
Desde muito cedo, ainda criança, ela acompanhava a avó nas costuras de fantasias nas quadras de grandes escolas, como a Imperatriz Leopoldinense, ou a Portela, onde veio a desfilar como passista. Como ficava incomodada com o descarte daquelas roupas tão exuberantes, passou a recolhê-las do chão e levá-las para casa. A partir dali estas peças ganhavam uma nova vida.
Em 2019, depois de sair de um emprego, Giselle decidiu formalizar suas habilidades em criar novidades da moda a partir de resíduos do Carnaval. No início, o carro-chefe eram apenas brincos de argolas, que foram levados a uma página no Instagram para serem vendidos. Os pedidos foram tantos que logo nasceu sua empresa de acessórios reciclados, a Usebasha.
"As argolas na orelha fazem parte da cultura do samba: as passistas, rainhas de bateria, baianas, todas usam. Entendi que poderia colocar esta cultura do Carnaval em brincos feitos de forma sustentável que não existiam", diz a empreendedora.
Filha de um catador, Giselle conta que passou a chamar as amigas para ajudar a recolher todos os restos de roupas que ficavam na Marquês de Sapucaí. A matéria-prima é levada para a comunidade Santa Maria, em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, sede da empresa. Ali, Giselle guarda todo o material e treina costureiras, que são moradoras locais. Uma parte dos valores das vendas da empresa é destinada à uma ONG que atua nesta comunidade junto a mulheres em situação de vulnerabilidade.
Hoje a produção da Usebasha foi ampliada e conta com a fabricação não apenas de brincos de argolas como também uma variedade de acessórios, além de bolsas, ecobags e a customização de abadás. A matéria-prima para a fabricação dos produtos dura o ano inteiro - e as vendas também. Segundo Giselle, são vendidas cerca de 1.500 peças por mês, com preços entre R$ 12 a R$ 120, para o Brasil e exterior - a demanda internacional vem crescendo e seus principais clientes fora do país no momento são comerciantes de Angola e Portugal.
"Faço a conscientização de todos, incluindo as crianças. Digo para ninguém jogar nada fora, tudo aqui é aproveitado. Meu trabalho se baseia em 3 pilares que considero os mais importantes: a questão ambiental, o fortalecimento da comunidade e a valorização da cultura do Carnaval".
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