Topo

Mari Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Como a esperança se renovou numa escola de comunidade

A colunista Mari Rodrigues discursa na Escola Estadual Etelvina de Goes Marcucci, em Paraisópolis - Ryan Felippe Ferreira
A colunista Mari Rodrigues discursa na Escola Estadual Etelvina de Goes Marcucci, em Paraisópolis Imagem: Ryan Felippe Ferreira

09/07/2022 06h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Hoje, 9 de julho, é uma data cívica em São Paulo. Então devo contar de um momento cívico que vivi há algum tempo, e para o qual estava devendo uma publicação.

Há dois meses, um amigo me convidou para um evento onde ele dá aula, uma escola estadual na entrada de Paraisópolis, uma grande comunidade da capital paulista. Era a posse da nova gestão do grêmio estudantil, e meu amigo pediu que eu falasse algumas palavras para os presentes.

Cheguei um pouco antes e conheci os adolescentes e o diretor da escola. Depois do jantar dos estudantes, fomos para a quadra, onde aconteceria a solenidade. Após alguns discursos, chegou a minha vez de falar.

Como estudante de Letras, falei sobre a importância da língua como instrumento de criação de histórias. Comentei que era importante aos adolescentes terem compreensão de que eles devem escrever suas próprias histórias e que não devem deixar que nenhuma outra pessoa, quem quer que seja, escreva essas histórias por eles. Dominar a língua é dominar sua própria história.

Dei uma pincelada também no período eleitoral, uma vez que vários deles já estão em idade para votar. Disse para não confiarem em qualquer um e em qualquer história; a juventude deve ter uma visão crítica desses discursos para fazer uma boa escolha.

Levo como lição deste dia que os jovens de hoje continuam engajados em ações para melhoria de suas comunidades, e devem ser incentivados constantemente a escrever suas histórias por meios virtuosos. Ver mães e pais daqueles adolescentes felizes pelas atitudes de seus filhos deu um quentinho no coração. Especialmente em locais como Paraisópolis, em que parece ser fácil se embrenhar por caminhos não muito bons, ver que há quem cuide do bem da escola renova esperança de uma ruptura com as vias tortuosas.