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Mari Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O que espero ao soprar velinhas mais uma vez?

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Imagem: iStock

02/07/2022 06h00

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Esta semana coloquei na cabeça que só queria falar sobre coisas boas, uma vez que amanhã será meu aniversário e já pus o fígado para fora na semana passada. Como o noticiário não está ajudando, vou falar então de esperanças.

Ecoa está sempre falando que um mundo melhor é possível, então me colocarei o seguinte questionamento: qual seria para mim a esperança de um mundo melhor?

O mundo é feito de pessoas, de seus sentimentos, desejos e ambições. Então, qualquer desejo de melhorar o mundo passa por melhorar as pessoas e suas interações. Pensemos por este lado.

Um mundo melhor tem interações reais, com sentimentos e trocas. O mundo hoje sente a falta dessas trocas e desses sentimentos: tudo é cosmético e controlado. Deveríamos por um tempo nos descontrolar para o bem, amar além da conta, se interessar pela troca com o outro.

Um mundo melhor cuida de suas pessoas. Os problemas de saúde mental há anos são considerados o "mal do século", e não parece haver um movimento para que ele seja controlado. Nos entupimos de "pílulas da felicidade", nos entorpecemos, mas as causas do problema não são atacadas.

O ritmo implacável e impossível deveria ser freado; uma nova forma de rotina é possível. Leio constantemente sobre as maravilhas e as amarguras do teletrabalho, ou as discussões sobre a semana de quatro dias, que mostram que o arranjo trabalhista atual não nos contempla plenamente e nos adoece. Cuidar dessa sociedade adoecida deveria ser um norte a seguir.

Um mundo melhor também respeita o planeta em que vive. Como amazônida (ainda que desnaturada), me dói ver a destruição desse bioma tão importante para o equilíbrio do planeta, em nome de satisfações imediatas, causadas por disfunções de consumo. Pensar em formas de trazer o melhor da floresta, sem considerá-la inimiga do desenvolvimento, é um primeiro passo.

Sopro as velinhas deste ano consciente de que o mundo ainda tem como melhorar e que nós temos o caminho para mudar essas realidades tão desmotivadoras. Comecemos por nós e por como nos tratamos e depois teremos serenidade para nos voltarmos ao outro e ao ambiente.